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Saúde nega certificado de vacina para doses diferentes

Ministério está avaliando os relatos com sua área técnica

Pleno.News - 04/10/2021 09h48 | atualizado em 04/10/2021 10h05

Rio registrou aumento do número de mortes de idosos já vacinados com as duas doses Foto: MS/Myke Sena

Pessoas que receberam imunização heteróloga contra a Covid-19, ou seja, doses de vacinas marcas diferentes, têm relatado dificuldade para emitir o certificado de vacinação no ConecteSUS, aplicativo do Ministério da Saúde. Embora o protocolo federal preveja essa mistura de imunizantes, a pasta admite não fornecer o certificado para quem tomou doses de vacinas de marcas distintas. O governo não explica o motivo da decisão.

Além de possibilitar viagens ao exterior, comprovar a vacinação tem se tornado rotina nas cidades brasileiras que adotam diferentes modelos de passaporte sanitário. Ao menos 249 municípios criaram regras do tipo, recorrendo também ao certificado do ConecteSUS.

O documento teria de ser oferecido a quem recebeu vacinas da AstraZeneca e da Pfizer, já que a prática é recomendada por especialistas e está prevista em norma federal. Mas não é isso que tem ocorrido.

Em nota, a pasta informou que o certificado do ConecteSUS é dado a quem concluiu o esquema vacinal com duas doses da mesma vacina ou com a vacina em dose única. No entanto, completou que “para quem concluiu o esquema vacinal com doses de vacinas diferentes (intercambialidade de imunizantes contra a Covid-19) não é permitido a emissão do certificado de vacinação” pelo aplicativo.

– Recebi a vacina heteróloga no Rio. Ambas as doses já estão corretamente lançadas no ConecteSUS, mas só a carteira de vacinação é emitida. O certificado de vacinação, aquele que tem tradução para inglês e espanhol, não aparece disponível – explica a economista Katia Freitas, de 42 anos.

Ela foi vacinada com a 1ª dose de AstraZeneca e a 2ª da Pfizer. Essa combinação tem sido adotada em várias regiões do país, diante do baixo estoque de AstraZeneca.

– Estou um pouco preocupada com isso, pois tenho viagem internacional marcada para os próximos meses e, sem o certificado em inglês, não sei como comprovar a vacinação no país de destino, que não aceita documentos em português – acrescenta Katia.

Para tentar resolver, ela abriu um chamado no próprio app, mas não teve resposta.

O caso é similar ao da jornalista Marilia Fonseca, de 58 anos, que diz ter aberto reclamação na ouvidoria do SUS. Mais de dois meses após tomar a 2ª dose da Pfizer no Rio, ela ainda não teve o problema resolvido.

– Não consigo emitir o certificado de vacinação no aplicativo nem mesmo na página do ConecteSUS, simplesmente porque essa funcionalidade não está disponível para mim. Mesmo tendo as duas doses registradas. Só não tive problema por não portar certificado em inglês porque, na véspera da viagem, dia 29, a França divulgou uma funcionalidade de emissão de passaporte da União Europeia – relata a jornalista, que está agora em Amsterdã.

APREENSÃO
Em abril de 2020, a gestora ambiental Aline Duarte, de 44 anos, estava prestes a viajar para a França, para comemorar os 20 anos de casamento, mas adiou os planos por causa da pandemia. A viagem foi reagendada para 20 de outubro deste ano. Agora, mesmo tendo recebido vacinação heteróloga, Aline e o marido enfrentam novo problema: comprovar que estão completamente vacinados.

As segundas doses da vacina da Pfizer, recebidas pelo casal, não constam no ConecteSUS. Foram aplicadas em 15 de setembro.

– Como a Astrazeneca estava em falta no Rio, eu sabia da possibilidade de só ter a Pfizer. Pesquisei bem para ver se haveria restrições no exterior, mas percebi que muitos países europeus estavam adotando a intercambialidade.

*AE

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