Saiba quem são os maiores financiadores da OMS
Ao contrário do que se pensa, não são países os maiores doadores da entidade, mas organizações privadas
Paulo Moura - 11/06/2020 15h47 | atualizado em 11/06/2020 17h17
A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem sido alvo de frequentes críticas nos últimos meses em razão da condução feita pela entidade da pandemia do novo coronavírus. Proximidade com a China, mudanças de posicionamento sobre a hidroxicloroquina e idas e vindas sobre a transmissibilidade da Covid-19 foram só alguns dos itens questionados.
Diante do quadro caótico, os Estados Unidos, maior financiador da entidade, anunciou que deixaria de apoiar a OMS. O presidente Donald Trump disse que o motivo da saída era a forte influência chinesa e a recusa da organização em promover as mudanças solicitadas pelos EUA.
– A China tem controle total sobre a Organização Mundial da Saúde, apesar de pagar apenas 40 milhões de dólares (R$ 199 milhões) por ano, em comparação com os cerca de 450 milhões de dólares (R$ 2,239 bilhões) por ano que os Estados Unidos estão pagando. Nós detalhamos as reformas que ela deveria fazer e nos engajamos diretamente, mas eles se recusaram a agir – disse Trump, no dia 29 de maio.
Com toda essa situação, algumas pessoas começaram a se perguntar se poderia realmente existir algum alinhamento ideológico dentro da entidade. E bastou uma breve pesquisa na lista de financiadores para fazer com que a resposta fique muito próxima de confirmar que esse alinhamento realmente existe.
No último balanço de financiadores divulgados pela OMS em seu site, o maior patrocinador da organização após os Estados Unidos não é um país, mas a entidade privada Bill & Melinda Gates Foundation, responsável por 12,12% dos fundos da OMS, seguida por outra entidade privada, a Gavi Alliance, com 8,18%, uma organização que se classifica como uma aliança pela imunização no mundo.
Você agora deve estar se perguntando, mas por que isso representaria um alinhamento ideológico? A resposta reside no fato de que a Gavi Alliance tem como parceiro fundador justamente a Bill & Melinda Gates Foundation. Para quem não lembra, Gates e a esposa já se posicionaram contra decretos do presidente Donald Trump que visavam impedir o aborto.
Outro fato relacionado à Gavi é que a aliança é coordenada pelo Imperial College of London. Para os que não se recordam, ou ainda não sabem, a Imperial College é a responsável pelos famosos e controversos estudos que fizeram, e ainda fazem, com que boa parte dos países afetados pelo coronavírus escolhessem executar o isolamento social.
Para completar as conexões nada ortodoxas da entidade, na ponta da administração do chamado Consórcio da Vacina, que envolve a Bill & Melinda Gates Foundation e a Gavi Alliance, aparece ninguém menos que o professor Neil Ferguson.
O nome pode não parecer tão familiar de início, mas Ferguson foi um dos coautores do estudo do Imperial College que fez com que o Reino Unido apertasse as medidas restritivas. O próprio cientista depois revelou sua incoerência ao quebrar o isolamento para ver a namorada, o resultado foi um pedido de demissão feito por ele.
Enfim, nem tudo ainda foi descoberto sobre a entidade, mas as recentes ligações dos financiadores com uma universidade que tem posicionamentos claramente definidos a favor do isolamento começam a apontar que muitas outras coisas precisam ser investigadas, como já sugeriu o chanceler brasileiro Ernesto Araújo.
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