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Descoberta pode abrir caminho para a criação de uma vacina potente contra as duas doenças

Thamirys Andrade - 11/01/2022 16h35 | atualizado em 11/01/2022 17h40

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Estudo foi publicado na revista especializada Nature Communications Foto: Brittany Colette | Unsplash

Um estudo do Imperial College de Londres publicado na segunda-feira (10) apontou que a proteção imunológica gerada após um resfriado comum pode contribuir para evitar a infecção por Covid-19. A descoberta pode impactar positivamente o desenvolvimento de vacinas anticovid e gerar imunizantes mais potentes e eficazes contra as duas doenças.

– Ser exposto ao vírus Sars-CoV-2 nem sempre resulta em infecção, e nós queríamos entender por que isso acontece – explicou Rhia Kundu, uma das autoras do estudo e pesquisadora do Instituto Nacional do Coração e Pulmão do Imperial College London.

Segundo a pesquisa concluiu, a proteção ocorre devido a um dos mecanismos do sistema imunológico chamado células T. Essas estruturas de defesa são produzidas em altos níveis para que um paciente se recupere de um resfriado. A novidade é que ele pode ajudar também no combate à Covid-19.

A pesquisa foi iniciada em setembro de 2020 no Reino Unido, quando boa parte da população ainda não havia se vacinado contra a Covid-19. O estudo analisou 52 pessoas que moravam com alguém que foi infectado com o coronavírus.

Todos eles foram submetidos frequentemente a testes PCR e sanguíneos durante seis dias após a exposição ao vírus. E o resultado foi animador: acontece que as 26 pessoas que não foram infectadas pela Covid-19 apesar de terem sido expostas ao vírus tinham níveis mais altos de células T do que os outros 26 pacientes que acabaram contaminados.

– Nosso estudo fornece a evidência mais clara até o momento de que as células T induzidas por vírus relacionados ao resfriado comum desempenham um papel protetor contra a infecção por Sars-CoV-2 – disse Ajit Lalvani, diretor da Unidade de Pesquisa de Proteção à Saúde de Infecções Respiratórias do Imperial College London.

COMO A DESCOBERTA PODE IMPACTAR A CRIAÇÃO DE VACINAS?
As vacinas contra a Covid-19 desenvolvidas até o momento atacam diretamente a proteína spike. Essa, porém, sofre mutações com frequência, o que pode gerar variantes mais resistentes aos imunizantes, como a Ômicron.

Por outro lado, as células T atuam de forma diferente, tendo como alvo as proteínas internas do vírus, que sofrem muito menos mutação. A ideia dos cientistas, portanto, é utilizar essa abordagem para criar imunizantes com proteção mais eficaz e duradoura tanto contra o resfriado quanto a Covid-19.

– Proteínas internas do vírus, que são atingidas pelas células T, sofrem bem menos mutações. Elas são encontradas no mesmo formato entre as várias linhagens do Sars-CoV-2, incluindo a variante Ômicron. Isso evita que os imunizantes também tenham que passar por atualizações para continuar atingindo esse alvo – explicou Lalvani.

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