Reinfecção por Covid-19: Estudos e novos casos suspeitos
No Brasil, há pouco mais de 60 casos investigados e estudos seguem inconclusivos
Monique Mello - 26/10/2020 16h00 | atualizado em 27/10/2020 07h24

Em Minas Gerais, segundo a Secretaria de Estado de Saúde, seis casos estão em investigação e dois já foram descartados. No Rio de Janeiro, um homem de 60 anos testou positivo pela segunda vez em quatro meses. O caso mais recente é na Baixada Santista (SP). O assessor parlamentar Luciano Martins Lourenço, 53 anos, testou positivo pela segunda vez desde julho.
No Brasil, foi publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, um estudo da USP em setembro. O estudo apontou evidências de reinfecção pelo novo coronavírus em uma técnica de enfermagem de Ribeirão Preto (SP). A jovem de 24 anos testou positivo pela segunda vez num intervalo de 50 dias.
Fernando Belissimo, infectologista e coordenador da pesquisa, acredita que a hipótese mais provável é a de que a paciente teve contato com pessoas infectadas antes dos dois testes, o clínico, devido à recorrência dos sintomas, e o laboratorial.
O primeiro caso de reinfecção por covid-19 no mundo foi em Hong Kong, em agosto. Após a confirmação, a OMS declarou que a reinfecção é rara.
Especialistas informam que teste positivo após a recuperação não significa necessariamente reinfecção. A incerteza é se todos os pacientes infectados são capazes de apresentar boa resposta imunológica, com produção de anticorpos.

NOVOS ESTUDOS
A revista científica The Lancet publicou no último dia 13 de outubro, um estudo revelando que, embora rara, uma reinfecção pode ser severa. Os pesquisadores focaram no primeiro caso de reinfecção pelo coronavírus registrado nos Estados Unidos. Um homem de 25 anos, do estado de Nevada, foi hospitalizado e precisou do respirador.
– Precisamos ainda de mais pesquisas para entender quanto tempo a imunidade pode durar para as pessoas expostas ao Sars-CoV-2- diz Mark Pandori, do Laboratório de Saúde Pública do estado de Nevada e principal autor do estudo.
Simon Clarke, especialista em microbiologia da Universidade Reading, no Reino Unido, completa:
– Se as pessoas puderem ser reinfectadas facilmente, isso também poderá ter implicações para os programas de vacinação, bem como para a nossa compreensão de quando e como a pandemia, de fato, terminará.
No portal do Ministério da Saúde, ainda não há atualizações de casos confirmados.
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