Queiroga culpa imprensa por medo da vacina da AstraZeneca
Ministro falou sobre rejeição apresentada em alguns estados contra o imunizante
Paulo Moura - 26/04/2021 16h00 | atualizado em 26/04/2021 16h21

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a imprensa é a culpada pela resistência criada por parte da população em tomar a vacina desenvolvida pela AstraZeneca contra a Covid-19.
Em uma audiência pública no Senado nesta segunda-feira (26), ele disse que a imprensa “mais desinforma do que informa” e que, por isso, as pessoas têm rejeitado o imunizante.
– A Anvisa avalia a segurança, avalia a eficácia das vacinas. Só para ilustrar, a AstraZeneca, que é uma vacina com registro definitivo da Anvisa, por conta de todas essas questões suscitadas na imprensa, que mais desinforma que informa, as pessoas não querem tomar a vacina da AstraZeneca. Muitos estão rejeitando – disse o ministro.
Os estados do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, do Amazonas e do Espírito Santo constataram desinteresse pelo imunizante. Na última semana, o secretário da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, afirmou que o Governo do Distrito Federal também havia verificado essa resistência em relação ao imunizante.
As doses da AstraZeneca representam 18% da imunização no país, com mais de 6 milhões de unidades aplicadas. Em Canoas, cidade gaúcha distante 20 km de Porto Alegre e com maior número de vacinas da AstraZeneca, verificou-se um aumento de pessoas que se negaram a receber o imunizante.
A justificativa mais comum, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, é o receio de eventos adversos. Também há dúvidas sobre o intervalo mais longo entre as doses, de três meses, em comparação com o da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, que é de 28 dias.
– Nas duas remessas mais recentes, o município recebeu para as primeiras doses apenas a AstraZeneca, produzida no Brasil pela Fiocruz. Mesmo oferecendo alto nível de proteção contra a Covid-19, a desconfiança de parte da população se deve às notícias envolvendo o imunizante, que chegou a ter sua aplicação suspensa temporariamente em alguns países – explicou a pasta estadual.
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