Camille Dornelles - 05/11/2020 17h21

Os anticorpos do novo coronavírus somem depois de três meses? Quanto tempo a Covid-19 permanece ativa no organismo? As respostas dessas perguntas são a chave do baú do tesouro dos cientistas atualmente. Pesquisadores de diversos países e institutos estudam o comportamento do vírus no corpo humano há meses.

Alguns dados já foram divulgados pela Organização Mundial da Saúde, que atualiza os conhecimentos sobre a doença à medida em que novos estudos são realizados. Até agora, a OMS afirma que os relatos de pessoas que foram reinfectadas com o novo coronavírus são muito raros.

Outra dúvida de pacientes é sobre quanto tempo a Covid-19 permanece no organismo. Em uma comunidade pública ao vivo no fim de julho, a epidemiologista e chefe do departamento de doenças emergentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, respondeu essa pergunta.

– Pacientes graves podem transmitir coronavírus por até três semanas. Estamos usando essa informação para saber por quanto tempo alguém precisa ser isolado, para prevenir a transmissão para outros – declarou na ocasião.

Veja abaixo outras informações sobre a permanência da Covid respondidas pela OMS e estudos.

A quantidade de anticorpos cresce ou diminui com a presença do vírus no corpo?
Como em todas as doenças infectocontagiosas, o sistema imunológico conhece o vírus e cria um anticorpo capaz de neutralizá-lo. Quanto mais tempo o vírus fica no organismo, mais anticorpos são criados. Na próxima infecção, o corpo já terá agentes suficientes para neutralizar o microrganismo antes dele provocar sintomas na pessoa.

E na ausência do vírus?
Depende. O sistema imunológico pode “esquecer” de alguns microrganismos que já o infectaram. É o caso do VSR (vírus sincicial respiratório) que atinge crianças. Elas podem ser infectadas várias vezes pelo mesmo vírus. Um estudo britânico publicado em junho sugere a redução em três meses, mas a hipótese não foi confirmada por outros estudos.

Teste positivo após recuperação é reinfecção?
Especialistas informam que teste positivo após a recuperação não significa necessariamente reinfecção. A incerteza é se todos os pacientes infectados são capazes de apresentar boa resposta imunológica, com produção de anticorpos.

Infecções de outras doenças podem criar imunidade contra coronavírus?
Segundo um estudo publicado em agosto, infecções prévias de gripes e resfriados comuns podem ajudar o corpo a criar anticorpos contra Covid-19. Pesquisadores cogitaram a possibilidade de que linfócitos T estivessem relacionados ao contato prévio com outros coronavírus causadores de gripe comum. Esses outros coronavírus compartilham algumas características com o vírus atual.

A memória do sistema imunológico dura para sempre?
Em linhas gerais, não. O novo coronavírus é muito recente para análises sobre reinfecção. Isso vai demorar meses e até anos de investigação.

Pacientes curados podem ser reinfectados?
Sim. Já há vários casos em diversos países de pessoas que foram curadas e que voltaram a testar positivo para a Covid-19. Estudos estão sendo realizados para saber como o novo coronavírus se comporta pela segunda vez.

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