Paulo Moura - 02/01/2021 13h32 | atualizado em 04/01/2021 07h53

Única servidora entre os diretores titulares da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a farmacêutica Meiruze Sousa Freitas assumiu em dezembro o comando da área que trata do registros de vacinas.

Em entrevista concedida ao jornal Estado de São Paulo, ela negou que a agência seja barreira para começar a imunização contra a Covid-19 no País e aponta que falta as empresas entregarem dados sobre suas pesquisas.

– Da parte regulatória, (para avançar na chegada da vacina) falta as empresas trazerem os dados para a avaliação da Anvisa. Temos regras semelhantes às do mundo. Não há aqui empecilho para avaliação de uso emergencial ou registro – disse.

A gestora também rebateu as alegações da Pfizer de que o Brasil tenha regras diferentes do resto do mundo e disse que as diretrizes definidas pelo país para autorização de vacinas são as mesmas adotadas pelas principais nações.

– Sei que está todo mundo acelerado e às vezes há dificuldade de interpretação, faz reunião e tem informação que fica truncada. Por que a Anvisa pediu quantitativo de vacina? Não tem relação com aquisição de governo. Preciso saber, pois quando chegar no aeroporto, preciso fazer despacho aduaneiro rápido – destacou.

Meiruze também comentou os embates políticos envolvendo a agência e disse que o trabalho da Anvisa é fazer com que essas discussões não contaminem o processo técnico desenvolvido pelo órgão de vigilância sanitária.

– O que temos feito, no campo técnico, é nos afastar dessa discussão para que não nos contamine. Às vezes as pessoas dizem, “a gente está sendo tão achincalhado, colocado como problema”. Traz até vontade de falar: “O problema não é a Anvisa. O Brasil prefere não ter agencia regulatória?” Mas temos de trabalhar internamente – completou.

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