Paulo Moura - 23/03/2020 11h13 | atualizado em 23/03/2020 11h22

Um áudio do apresentador Roberto Justus para o também comunicador Marcos Mion tomou as redes sociais na noite de domingo (22) e manhã desta segunda-feira (23). O motivo é o tom forte de Justus com críticas a um vídeo publicado por Mion falando da possibilidade de que 1 milhão de pessoas morram por Covid-19 no Brasil.

Durante a fala, Justus se contrapõe às medidas de isolamento, apoiadas por Mion, que foram determinadas em diversos lugares. Ele afirma que os danos maiores são apenas em parte pequena da população.

– Quem entende um pouco de estatística, que parece que não é o teu caso, vai perceber que é irrisório. Os que morrem, mesmo os velhinhos, só 15% morrem. Claro que esse exagero, tem vários pensamentos atrás dele – afirmou.

O apresentador, famoso pelo programa O Aprendiz, também ressaltou que os danos econômicos causados por quarentenas extremas serão maiores do que os efeitos causados pela doença na saúde da população global.

– Isso [a proliferação da doença] não é grave. Grave é o que vai acontecer com o mundo agora, com uma recessão global nunca vista na história. Nem no “crash” de 29, nem nada – questionou.

View this post on Instagram

Áudio que vazou que o Roberto Justus enviou para o Marcos Mion. Complexo demais… qual a opinião de vocês? Pra mim, o Justis tem sentido ao dizer que o Mion exagerou ao dizer que teremos 1 milhão de mortos. Por outro lado soou egoísta ao mostrar não se importar com os idosos (fora que ele deve ter se esquecido que elevé idoso), doentes e demais do grupo de risco, e soou arrogante em algumas alfinetadas. E pra vocês? Marquem os amigos.

A post shared by Jonathan Nemer (@jonathannemer) on Mar 22, 2020 at 8:32pm PDT

Procurado pela revista Veja, Justus confirmou a autoria do áudio e disse que a fala era restrita a um grupo de amigos em uma rede social.

– Era um áudio restrito a um grupo de sete amigos, não sei qual deles me sacaneou, estou até um pouco agressivo com o Mion porque ele soltou um vídeo falando de um número alto de vítimas. O Mion veio falar de que seriam 1 milhão de contaminados no Brasil, uma informação sem fundamento – afirmou.

Já a assessoria de Marcos Mion, em nota, relatou que o vídeo em questão não era dele e sim do biólogo Átila Iamarino e afirmou que a publicação trazia vários cenários e não apenas uma “única afirmação determinista”.

No comunicado, a equipe de Mion disse ainda que o artista usa as redes sociais para alertar sobre a importância da prevenção diante do coronavírus e que traz apenas informações e recomendações de fontes oficiais.

Leia também1 Bolsonaro volta a reclamar de "excessos" dos governadores
2 São Paulo começa a receber obras de hospitais provisórios
3 Covid-19: Morte de padres na Itália é maior que de médicos