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Imunidade da Covid-19 pode ser duradoura, aponta estudo

Pesquisadores encontraram defesa do organismo que dura 17 anos após infecção por Sars

Paulo Moura - 17/07/2020 08h20 | atualizado em 17/07/2020 09h19

Máscara virou item obrigatório em países afetados pelo coronavírus Foto: EFE/EPA/Mark R. Cristino

Uma pesquisa publicada na última quarta-feira (15), na revista científica Nature, indica que a defesa do corpo humano pode ser capaz de “lembrar” da infecção pelo Sars-CoV-2 por um longo período de tempo. A descoberta feita pelos cientistas pode ajudar a encontrar respostas para questionamentos sobre a quantidade de tempo em que uma pessoa que já teve a doença causada pelo vírus consegue ficar imune a ela.

Os pesquisadores, de vários institutos de Singapura, fizeram a análise de amostras de 23 pessoas que se recuperaram da Sars (síndrome respiratória aguda grave), na pandemia que aconteceu entre 2002 a 2003, e descobriram que um tipo de células de defesa, as células T, ainda é capaz de reagir à presença do vírus, mesmo 17 anos depois da infecção. Um estudo anterior já havia detectado a extensão dessa capacidade até 11 anos após a doença.

Para os cientistas, o resultado endossa a ideia de que pacientes com Covid-19 terão imunidade a longo prazo para o Sars-CoV-2, que, assim como o vírus da Sars, é um betacoronavírus.

– Esses achados demonstram que as células T específicas para vírus induzidas por infecção por betacoronavírus são duradouras, apoiando a noção de que pacientes com Covid-19 desenvolverão imunidade a longo prazo por células T – explicaram os pesquisadores.

As células T, citadas pelos cientistas, integram uma parte da resposta imune do corpo e trabalham eliminando as células infectadas, preferencialmente por um vírus. Elas desenvolvem uma resposta imune que é diferente da dos anticorpos (que funcionam melhor com bactérias).

– As células T são essenciais para parasitas intracelulares, como o vírus. Elas reconhecem os parasitas que estão dentro das células, diferente do que os anticorpos fazem, que reconhecem melhor bactérias e parasitas que estão do lado de fora – disse Natália Pasternak, microbiologista e presidente do Instituto Questão de Ciência.

Outro ponto positivo encontrado na análise foi o fato de que os pesquisadores perceberam que as células que “lembravam” da primeira Sars também reagiram a partes do novo coronavírus. Esse resultado, segundo eles, possibilita a alguém que teve um vírus parecido com o novo coronavírus alguma proteção contra a Covid-19.

– Nossas descobertas também levantam a possibilidade intrigante de que células T de longa duração geradas após a infecção por vírus relacionados possam proteger ou modificar a patologia causada pela infecção por Sars-CoV-2 – disseram.

Os cientistas também acharam células T que conseguiam “reconhecer” partes do novo coronavírus em alguns pacientes que nunca foram infectados nem pela Covid-19 nem na primeira Sars. O fato aponta para a chance de que as pessoas tivessem entrado em contato com outros tipos de vírus possam induzir as células a formarem uma defesa que também serviu, em parte, para a Covid.

– Esta descoberta sugere que outros coronavírus atualmente desconhecidos, possivelmente de origem animal, podem induzir células T com reação cruzada para o Sars-CoV-2 na população em geral – completaram.

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