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Técnica de enfermagem chegou a ter 80% do pulmão comprometido

Camille Dornelles - 02/07/2020 13h17 | atualizado em 02/07/2020 13h25

Ana Paula é técnica de enfermagem e ficou 13 dias internada após ser infectada Foto: Reprodução

Mais de 800 mil brasileiros puderam levantar a placa que Ana Paula Oliveira dos Santos segura com alegria na imagem acima. A técnica de enfermagem da cidade de Paulínia, São Paulo, é uma das pessoas que pode celebrar a vitória contra a Covid-19.

A profissional de saúde atua na linha de frente do combate ao novo coronavírus e, assim como outros colegas, se coloca em posição mais vulnerável do que outros profissionais. Ela chegou a um estágio grave da doença, ficando 13 dias internada no hospital.

Ao Pleno.News, ela relatou o drama que viveu com a doença.

Quando foi que você começou a sentir os sintomas? Logo que começaram já percebeu que poderia ser a Covid-19?
Bem, sou profissional da saúde, então, estou na linha de frente. No dia 11 de junho, quinta-feira do feriado de Corpus Christi, eu tive um pico de febre e, por ser da linha de frente do combate à doença, já fui afastada. No dia seguinte, fui encaminhada para fazer o exame de PCR, que coloca o cotonete no nariz e garganta. A febre não diminuía com a medicação, mas não tive outros sintomas. Mesmo assim, comecei a tomar antibiótico e antiparasitário.

Você só tomou esses medicamentos?
Na terça-feira seguinte, iniciei a hidroxicloroquina. Daí, tomei por conta. Minha irmã já faz uso contínuo deste medicamento. Esse foi o dia em que comecei a me sentir cansada. No dia seguinte, fui para o hospital em que trabalho, o Hospital de Paulínia, e contei o que estava tomando. Não escondi os que tomei por conta.

O cansaço já era falta de ar?
Sim, nesta avaliação, no dia 17, já estava com baixa porcentagem de oxigênio no sangue e aí colocaram um cateter de oxigênio. Foi solicitada uma tomografia e o resultado mostrou 80% de comprometimento no pulmão! Mas não dá para dizer que é Covid-19 só com exame de imagem.

E como você ficou emocionalmente?
Já estava com o psicológico muito abalado. Uma colega do mesmo serviço que eu já tinha sido infectada e estava internada e intubada. A tomografia dela mostrou 50% do pulmão comprometido, então, eu já sabia da gravidade da minha situação pelo fato de ser da saúde. Já estava abalada.

Os médicos comentaram que o fato de eu antecipar o uso das medicações antes de ficar grave foi o que segurou para eu não precisar usar o respirador

Foi depois da tomografia que você foi internada?
Sim. Prontamente já fui encaminhada para a UTI. Foi iniciado um tratamento com vários remédios e fiquei lá na UTI durante dois dias. Eu me cansava aos pequenos esforços e a porcentagem de oxigênio no sangue caía muito fácil. Eu fui transferida para uma unidade de cuidados respiratórios no próprio hospital. Mas meus exames se mantiveram estáveis até a alta. Recebi a alta nesta terça, dia 30. Os médicos comentaram que o fato de eu antecipar o uso das medicações antes de ficar grave foi o que segurou para eu não precisar usar o respirador.

E agora, como você se sente? Ainda sente dor?
Sinto cansaço ainda, mesmo aos pequenos esforços como comer, falar e tomar banho. Mas não perco mais porcentagem de oxigênio.

Ana Paula atua no pronto socorro do hospital Foto: Divulgação

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