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Eficácia da vacina de Oxford em idosos ainda não é conhecida

Conclusão pode atrapalhar planos do Ministério da Saúde de iniciar vacinação entre profissionais de saúde e idosos

Pleno.News - 08/12/2020 17h25

Número de voluntários mais velhos é muito pequeno para aferir a eficácia entre idosos Foto: Agência Brasil/Acácio Pinheiro

Mesmo após uma primeira análise dos dados dos testes clínicos da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, a eficácia do imunizante entre idosos, um dos grupos de maior risco para a Covid-19, não pôde ser avaliada. Os autores da pesquisa afirmaram, em artigo publicado no periódico científico The Lancet nesta terça-feira (8), que a eficácia nesse caso só será conhecida depois de novas análises.

O texto confirma os resultados de eficácia divulgados anteriormente pela AstraZeneca (de 62% entre o grupo de voluntários que recebeu duas doses completas e de 90% entre aqueles que receberam meia dose seguida de uma dose completa), mas ressalta que o número de voluntários mais velhos é muito pequeno para aferir a eficácia entre idosos.

Na análise de eficácia, os pesquisadores avaliaram a distribuição de 131 infecções entre os grupos placebo e vacinados, mas somente cinco desses contaminados tinham mais de 55 anos, o que tornou impossível uma análise estatisticamente significativa entre os mais velhos.

– A eficácia da vacina em grupos de idades mais avançada não pôde ser avaliada, pois havia poucos casos. Os autores afirmam que está análise será concluída no futuro – informa nota do The Lancet divulgada para a imprensa.

De acordo com Merryn Voysey, um dos autores do artigo, a insuficiência de dados entre idosos ocorreu porque o recrutamento de pessoas maiores de 55 anos começou mais tarde.

– Para avaliar a eficácia da vacina, precisamos ter um número suficiente de casos de Covid-19 entre os participantes para indicar que a vacina os está protegendo contra doenças. Como o recrutamento de adultos mais velhos começou mais tarde do que em adultos mais jovens, houve menos tempo de acompanhamento para essas coortes e menos tempo para acumular casos de Covid-19. Isso significa que temos que esperar mais para ter dados suficientes para fornecer boas estimativas de eficácia da vacina em subgrupos menores – afirmou o cientista.

A conclusão pode atrapalhar os planos do Ministério da Saúde de iniciar a vacinação no País entre profissionais de saúde e idosos. Até esta segunda-feira (7), a principal aposta do governo brasileiro era a vacina de Oxford por causa de um acordo já firmado de fornecimento de 100 milhões de doses.

Segundo o cronograma apresentado na semana passada pelo ministério, a vacinação começaria em março com profissionais de saúde e idosos a partir dos 75 anos e seria gradualmente ampliada para idosos de outras faixas etárias. A estimativa do ministério era imunizar quase 30 milhões de idosos nas primeiras fases da campanha.

*Estadão

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