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Covid: Manaus volta a viver caos com leitos e cemitérios lotados

Cidade vive novo crescimento da pandemia, com os hospitais praticamente lotados

Paulo Moura - 30/12/2020 15h31 | atualizado em 04/01/2021 08h42

Hospitais de Manaus estão com lotação próxima do limite Foto: Divulgação/Simeam

Um cenário completamente caótico. Assim é o momento pelo qual passa Manaus, capital do Amazonas, assolada de novo pelos impactos causados pela pandemia de Covid-19. Tal como no início da pandemia, a maior cidade do norte do país vê crescer a ocupação dos leitos nos hospitais e o número de enterros, por conta da doença.

O relato do médico Filipe Shimizu, que vive de perto a pandemia porque trabalha na linha de frente de combate ao coronavírus, dá-nos uma ideia de como a Covid-19 voltou a criar a temida lotação das unidades hospitalares. Segundo ele, o momento vivido é “devastador”.

– Em questão de 48h, 72h, esgotamos os leitos da rede particular de UTI, de enfermaria e de internação. A gente está se virando como pode para receber os pacientes com Covid… [São] muitos, muitos casos novos e que, infelizmente, estão evoluindo para uma necessidade ventilatória mais avançada. É devastador não ter material suficiente! – diz ele.

O retrato da pandemia pode ser percebido pelo número de pessoas vítimas da Covid-19; número que não para de crescer no estado. Até esta quarta-feira (30), o Amazonas já registrou mais de 198 mil casos da doença e mais de 5 mil mortes. Tudo isso em um estado que tem pouco mais de 4 milhões de habitantes.

Segundo a Prefeitura de Manaus, a média de enterros tem aumentado de setembro até este mês: de 30, o número pulou para cerca de 45 sepultamentos diários. Dos 11 hospitais particulares da capital, sete estão com 100% dos leitos de UTI ocupados. Já os hospitais públicos estão com mais de 90% de taxa de ocupação de leitos.

FILA PARA ENTERRAR PARENTES
Além do aumento de ocupação dos leitos de hospitais, o número de enterros também tem crescido nas últimas semanas. No domingo (27), por exemplo, foram feitos 49 sepultamentos nos cemitérios da capital amazonense, sendo 15 apenas de vítimas pelo novo coronavírus.

Em um vídeo divulgado pelas redes sociais, uma mulher narra o drama vivido na cidade no domingo, quando uma verdadeira fila de carros se formou próximo ao cemitério Nossa Senhora Aparecida, o mais movimentado da cidade, que fica na Zona Oeste da capital.

 

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Na fala, a autora da gravação destaca a situação crítica vivida na capital amazonense e diz que a situação “não está fácil” e que o momento “não é para brincadeira”. A mulher ainda faz questão de ressaltar que a gravação foi feita no último domingo e mostra um grande número de pessoas na entrada do local.

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