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Após o coronavírus: Como será voltar à normalidade?

Impactos da pandemia são analisados por especialistas

Camille Dornelles - 27/04/2020 13h19 | atualizado em 27/04/2020 13h48

Pandemia do novo coronavírus modifica cotidiano Foto: Pexels

Além da cura, outra incógnita presente durante a pandemia é sobre quando e como será voltar à normalidade. Analistas políticos, economistas e filósofos arriscam projeções sobre o que as sociedades podem esperar. A única certeza é a ansiedade em sair do isolamento forçado.

O Pleno.News elencou alguns aspectos da vida cotidiana que já foram alvo de análise de especialistas debruçados nas projeções pós-pandemia.


Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (27) pela emissora CNN Brasil mostrou que voltar à igreja é a prioridade dos brasileiros após o fim da pandemia. 32% afirmaram que voltarão a frequentar a igreja na mesma semana que a quarentena encerrar.

A pesquisa, feita com 1667 pessoas acima de 18 anos em todas as regiões do país, mostrou que a volta aos salões de beleza vem em segundo lugar.

O pastor Jean Abreu, da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Rio de Janeiro, avaliou que o conforto espiritual é importante sempre e é notória a diferença que a união da comunidade tem na fé do cristão, principalmente em momentos de crise. Além disso, avalia que a grande procura pelas igrejas vem do reconhecimento de que Deus é a resposta em meio a adversidades dessa proporção mundial.

Igrejas estão no topo da lista de locais mais procurados após pandemia Foto: Pexels

ENTRETENIMENTO
O analista de cinema Breno Damascena, do portal Cinema com Rapadura, comentou sobre o impacto da pandemia na indústria do entretenimento, que também afetará o dia-a-dia das pessoas após o isolamento.

– O futuro dos cinemas está incerto. Grandes estúdios, como Disney, Universal, Sony e Warner Bros devem ter dinheiro suficiente para vencer a tempestade, mas as perdas serão astronômicas. No passado, em momentos de crise como longas recessões, a tendência era que houvesse aumento nas vendas de ingressos de cinema, pois os filmes são vistos como uma fuga da vida cotidiana – declara.

Além da ida aos cinemas e festivais, espera-se aumento da procura por salões de beleza, shoppings e centros comerciais nas primeiras semanas após o fim da quarentena.

Shoppings e cinemas esperam volta da frequência nas primeiras semanas após pandemia Foto: Pixabay

EMPREGO
A incerteza sobre empregos se repete para outras áreas e os Estados Unidos, que diminuíram a taxa de desemprego para 3,5% antes da pandemia, já avalia que a porcentagem chegará a 16% após a ameaça da Covid-19. A informação foi divulgada por Kevin Hassett, assessor do presidente Donald Trump, nesta segunda-feira (27).

Aqui no Brasil, a Fundação Getúlio Vargas projetou que o desemprego médio seja de 17,8%.

– No mercado de trabalho, o cenário é de grande perda de empregos e rendimento. A composição das perdas também dificilmente será homogênea, e será dependente das políticas públicas adotadas – aponta o relatório de sexta-feira (24).

Além disso, a modalidade de home office tende a ser mais incorporada pelas empresas. De acordo com o estudo Tendências de Marketing e Tecnologia 2020: Humanidade Redefinida e os Novos Negócios, da FGV, espera aumento de 30% nas empresas brasileiras, fazendo pelo menos um dia de home office depois que a pandemia acabar.

– Nosso entendimento é que, logo após a abertura, algumas empresas ainda vão precisar manter o home office por uma questão da recomendação de distanciamento social, não do isolamento social como a gente vive hoje, mas, quando as empresas voltarem, vão voltar com áreas de refeitório fechadas, com demanda de espaço entre os funcionários que vai impedir que todo mundo volte ao mesmo tempo – explica o diretor executivo da Infobase, André Miceli.

Retomada de aulas presenciais é incerta Foto: Pxhere

EDUCAÇÃO
A modalidade à distância também deve ser mantida por algum tempo na educação. A projeção do filósofo Leonardo da Hora, docente da Universidade Federal da Bahia, é de que o EAD não vai substituir os cursos e aulas presenciais, mas será usado como método de segurança.

– É justamente neste momento em que muitos pais se deparam com a dificuldade de manter a rotina de estudos dos filhos em casa que percebemos a importância do ensino presencial – argumenta.

Hospitais italianos tratam coronavírus com sangue de pacientes curados Foto: Arquivo/EFE/Alex Plavevski, Salvatore di Nolfi, Antonio Lacerda, , Luis Torres

SAÚDE
Uma das principais mudanças esperadas é na área da saúde, naturalmente. Diretamente afetados pela pandemia do novo coronavírus, os sistemas de saúde de vários países deverão rever estratégias que se mostraram insuficientes.

A médica Claudia Lodesani, coordenadora da Médicos Sem Fronteiras (MSF), afirma que o colapso em diferentes sistemas de saúde pelo mundo acendeu um alerta da necessidade de mudanças.

– Antes, os serviços de saúde, tanto na Itália como na maior parte dos países europeus, eram focados no cuidado individual. Agora, eles têm que começar a pensar na saúde pública no contexto de uma epidemia. Fazer esse tipo de mudança é difícil para qualquer sistema de saúde. Eles precisam mudar a forma de pensar e agir – aponta.

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