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Como está a “corrida” pela cura do novo coronavírus

Iniciativas ao redor do mundo buscam por uma solução rápida para tratamento e prevenção

Paulo Moura - 20/03/2020 12h09 | atualizado em 20/03/2020 12h10

Busca pela cura do coronavírus é frenética pelo mundo Foto: Pixabay

Uma pandemia jamais vista por quem habita o nosso planeta atualmente, com paralisações de todos os tipos e quarentenas extremas que, em muitos países, sequer permitem que os cidadãos deixem suas casas.

Esse é o retrato do surto de Covid-19 que já matou mais de 10 mil pessoas pelo mundo e infectou mais de 200 mil em 80% dos países e territórios reconhecidos. Com esse cenário chamado por muitos de “apocalíptico”, uma expressão virou ordem: a busca pela cura.

Ela ainda não existe, mas infindáveis, e infinitas, pesquisas são realizadas pelo mundo para tentar criar um medicamento que possa ser eficiente no combate à nova doença. Algumas conclusões são pessimistas e apontam para a comercialização de vacinas apenas em 18 meses.

A busca, porém, não para, e é por isso que o Pleno.News atualiza você sobre as principais iniciativas que estão acontecendo ao redor do mundo para tentar encontrar uma solução para o surto que trouxe tanta apreensão para a população global.

HIDROXICLOROQUINA, O ANTIMALÁRICO QUE PODE DAR RESULTADO

Hidroxicloroquina poderá ser usada contra coronavírus Foto: Reprodução

Vamos começar pela sugestão que tomou as manchetes recentemente. A hidroxicloroquina, também conhecido por cloroquina ou reuquinol, é um remédio utilizado para tratamento de malária desde a década de 30 e já se mostrou eficaz contra a Sars, uma doença respiratória aguda que surgiu na China em 2002 e pertence ao grupo coronavírus.

Um estudo publicado por cientistas chineses em 18 de março na revista científica Nature, mostrou que a hidroxicloroquina se mostrou capaz de inibir a infecção do SARS-CoV-2 (nome do novo coronavírus) em simulação in vitro.

Resultado parecido foi obtido em um estudo feito na França, pelo Instituto Mediterrâneo de Infecção de Marselha, e publicado no periódico científico International Journal of Antimicrobial Agents, que mostrou resultado positivo com o uso da hidroxicloroquina.

Por conta das análises positivas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu que a Federal Drug Administration, análoga à Anvisa brasileira, seja ágil com o processo de testes e aprovação do medicamento para que ele possa ser distribuído para a população em geral.

Apesar das indicações serem positivas, por conta da falta de aprovações clínicas, o uso da cloroquina para coronavírus, porém, segue não recomendada.

VACINA AMERICANA E OS PRIMEIROS TESTES EM HUMANOS

Vacina contra coronavírus é desenvolvida em vários países Foto: Pixabay

Desenvolvida pela empresa Moderna Therapeutics, que estuda o novo coronavírus desde janeiro, a vacina foi desenvolvida em apenas 42 dias, um tempo recorde.

A imunização foi produzida de forma veloz porque os cientistas já conheciam os parentes do novo parasita: os coronavírus SARS e MERS. Os testes em humanos começaram pela cidade de Seattle, no estado de Washington, com 45 pessoas saudáveis entre 18 e 55 anos.

Os pesquisadores estão testando três doses diferentes. Quatro participantes receberam a vacina na segunda-feira (16) e outras quatro receberam na terça (17). Os outros 37 ainda devem receber as doses em breve.

No total, os participantes devem ser observados por um ano. No entanto, a diretora da Moderna Therapeutics afirmou que deve entrar com um pedido para seguir com os próximos testes em algumas semanas. A segunda rodada de testes já mede tanto a segurança quanto a eficácia.

VACINAS CHINESAS INICIAM TESTES EM ANIMAIS

Pesquisas de vacina contra o coronavírus prosseguem na China Foto: Reprodução

A principal versão feita na China para imunização contra a Covid-19 foi desenvolvida pela equipe de pesquisadores da Academia Militar de Pesquisa Médica, ligada à Academia Militar de Ciências.

Segundo a epidemióloga Chen Wei, que lidera o grupo, o medicamento cumpre todos os padrões internacionais e está pronto para comercialização em larga escala.

Outra vacina chinesa, desenvolvida por um grupo que inclui pesquisadores das universidades de Pequim, Tsinghua e Xiamen já está sendo testada em animais.

Em abril, são esperados testes de uma vacina desenvolvida na plataforma mRNA. A imunização foi criada a partir de proteínas virais derivadas das proteínas estruturais de um vírus.

INICIATIVA DE LABORATÓRIO ALEMÃO DEVE SER TESTADA EM JUNHO

Sede do CureVac, laboratório alemão com pesquisas de vacina contra coronavírus Foto: EFE/EPA/Armando Babani

A principal pesquisa europeia de vacinas para combater a Covid-19 está na Alemanha, país com uma forte indústria farmacêutica. O projeto inclusive conta com subsídio governamental.

Em terras germânicas, o laboratório responsável pelas pesquisas é o CureVac. A empresa afirma que pretende começar a testar uma possível vacina contra o coronavírus, em humanos, no mês de junho.

O laboratório alemão também destacou que tem capacidade de produzir uma vacina em massa em um momento de emergência, se necessário.

NO BRASIL, PESQUISADORES DA USP DIZEM ESTAR PRÓXIMOS DE UMA VACINA

Jorge Kalil lidera pesquisa brasileira contra o coronavírus Foto: Reprodução

Quem dirige o principal estudo em território nacional é o imunologista Jorge Kalil, diretor do laboratório de imunologia do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo.

Sob sua direção, os estudos são feitos por cientistas ligados à Faculdade de Medicina da USP, que buscam sintetizar em laboratório uma parte de uma proteína do coronavírus, importante para penetração na célula.

Por meio do método, os cientistas planejam alcançar nos próximos meses o desenvolvimento de uma vacina. Os testes devem começar por camundongos e, caso tenham bons resultados, a expectativa é de que a imunização possa ser aplicada em pacientes em até um ano e meio.

A iniciativa brasileira busca recriar uma parte da proteína do vírus. A técnica se baseia no uso de partículas semelhantes a vírus. Desta forma, as partículas recriadas, que não têm material genético do vírus, impossibilitam a replicação.

O grande detalhe é que elas são introduzidas no sistema imunológico junto com os antígenos (substâncias que fazem com que o sistema imunológico produza anticorpos), e assim auxiliam na produção de uma resposta do organismo ao novo coronavírus.

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