Associação vê jogo político em ataques à hidroxicloroquina
AMB criticou análises irresponsáveis sobre o medicamento
Rafael Ramos - 20/07/2020 13h41
A Associação Médica Brasileira (AMB) defendeu o uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 por meio de uma nota divulgada neste domingo (19). O posicionamento aconteceu dois dias após a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) recomendar que o medicamento não seja usado contra a infecção.
A AMB citou o estudo da revista científica The Lancet, que continha vários dados errados acerca da pandemia e depois foi retirado do ar. Para a diretoria, a situação saiu do campo médico e se tornou um discurso de viés político.
– Os holofotes da sociedade voltados para a pandemia, e em especial para a classe médica, por vezes acabam alimentando vaidades e ofuscando a percepção sobre a tênue fronteira entre o campo técnico-científico e o campo político/ideológico/partidário. Médicos, entidades, políticos, influenciadores e palpiteiros seguem monitorando estudos sobre o uso de hidroxicloroquina em pacientes acometidos pela Covid-19.
Na nota, a associação ainda critica o uso irresponsável que vem sendo feito de “análises criativas” dos atuais estudos sobre o fármaco. Os diretores alertam que os recentes estudos sobre a hidroxicloroquina ainda carecem de evidências.
– É bastante provável que cheguemos ao final da pandemia sem evidências consistentes sobre tratamentos. E também sobre diversos outros aspectos próprios de uma nova enfermidade. Pois estudos adequados e robustos são caros e demorados. E estamos falando de uma medicação barata, que, portanto, não tem, nem terá financiamento da indústria que suporte os investimentos necessários para minimizar as incertezas.
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