Camille Dornelles - 12/06/2020 18h20 | atualizado em 15/06/2020 10h28

Entre os quase 400 mil brasileiros recuperados da Covid-19 (396.692, segundo o último boletim do Ministério da Saúde), estão muitas pessoas com comorbidades, problemas respiratórios e idosos, pacientes que são considerados os de maior risco.

A recuperação de cada um deles é uma vitória contra as estatísticas da doença. Nesse grupo, está a fotógrafa Thamyres Amorim, do Rio de Janeiro. Ela é asmática e teve a doença há dois meses.

Ao Pleno.News, a carioca contou como foi sua recuperação.

Thamyres, você é considerada do grupo de risco. Teve medo da doença?
Eu fui diagnosticada com Covid-19 em abril. A médica fez algumas orientações e eu estava praticamente assintomática. Mas fiquei abalada psicologicamente. Eu tive dois pedidos de teste PCR, um em março que eu não consegui fazer e outro na primeira quinzena de abril. No primeiro, como não consegui fazer o exame, fiquei 14 dias em casa sem saber o que eu tive. Na primeira quinzena de abril, minha mãe teve diarreia, vomito, febre, dor no corpo, dor de cabeça e perdeu o paladar e olfato. Levei ela no hospital onde passei a madrugada. No outro dia, tive que voltar com a minha mãe no hospital para saber se ela estava melhor e aproveitei e me consultei. Foi quando a médica disse que eu tive indícios de ter a Covid. Fiz o teste na empresa em que trabalho, um deu positivo e outro, sete dias depois, deu negativo.

O que você sentiu?
Eu só tive um dia de pico da doença. Senti muita febre, dor no corpo, dor de cabeça e perdi parcialmente o paladar e olfato.

E usou algum medicamento durante os dias em que estava sentindo os sintomas?
Eu faço uso do Fostair DPI, Montelair e Loratadina, alem de um tratamento de imunoterapia. Creio que todos esses remédios ajudaram de alguma forma a não desenvolver tanto a doença.

Mais alguém da sua família foi infectado pelo novo coronavírus?
A minha mãe, de 62 anos, foi internada no CTI porque ela tem enfisema pulmonar e estava também com uma infecção na parede do intestino. Minha mãe contraiu a doença sem sair de casa, só pra deixar claro. Ela também não teve contato com ninguém que tivesse recentemente. Tudo que chegou de fora eu mesma que limpava e nunca deixei ela em contato com nada, e ela tem o hábito de sempre lavar as mãos e passar álcool mesmo dentro de casa, e mesmo assim, contraiu a doença. Meu irmão, no meio dessa história, não pegou a Covid-19 e nem teve nenhum sintomas. Se teve algo, foi assintomático. Ele tem epilepsia e 39 anos.

E como você avalia essa diferença da sua evolução? Por que acha que teve sintomas leves mesmo sendo asmática?
O negócio é que a doença se desenvolve de maneira diferente em cada pessoa. Não tem essa de ser uma pessoa que pratica esportes ou não. Eu sou asmática e sedentária e não desenvolvi tanto a doença. A questão é se proteger, ficar em casa e tomar todos os cuidados do mesmo jeito. Se precisar sair, cuidados redobrados.

Leia também1 Cura! Recuperados da Covid chegam a 3 milhões no mundo
2 Bolsonaro explica mudança em atualização da Covid-19
3 Fernando de Noronha volta a registrar casos de coronavírus
4 Cuba está há quatro dias sem mortes por coronavírus
5 Covid-19: Brasil já é o segundo com maior número de curados