Após 800 mil mortes, OMS irá rever normas para pandemias
Polêmica sobre a China foi um dos motivos da revisão de protocolos
Pleno.News - 27/08/2020 16h34 | atualizado em 27/08/2020 16h37

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Grebheyesus, afirmou nesta quinta-feira (27) que será criado um comitê que revisará o Regulamento Sanitário Internacional (RSI), texto que indica a forma de enfrentar emergências globais, como a Covid-19.
O líder da agência explicou que, inclusive antes da pandemia da Covid-19, já se entendia que o documento precisava de algumas modificações, o que teria ficado evidente com o surto de ebola que está sendo registrado na República Democrática do Congo.
Adhanom explicou que um dos problemas do RSI é o mecanismo que estabelece que haja uma declaração de emergência de saúde internacional. O objetivo, segundo o diretor-geral da organização, é torná-lo o mais efetivo possível.
O novo comitê será independente da OMS e se reunirá pela primeira vez nos dias 8 e 9 de setembro.
O regulamento faz parte do direito internacional e visa prevenir a propagação de doenças ao redor do mundo. Ao todo, 196 países, todos membros da Organização Mundial de Saúde, se comprometeram a respeitar o documento.
A polêmica sobre se a China informou com agilidade a OMS sobre os primeiros casos de uma pneumonia atípica registrada em dezembro, que acabou sendo a Covid-19; assim como a reação da agência sobre a situação, estão relacionadas com a aplicação do RSI.
O comitê trabalhará paralelamente a um painel independente, que analisa a resposta global que a Organização Mundial de Saúde deu à atual crise provocada pelo novo coronavírus, especialmente, nas primeiras fases.
Adhanom aceitou criar esse grupo no momento em que os Estados Unidos exerciam pressão máxima sobre a OMS, a acusando de má gestão da pandemia da Covid-19 e falta de independência na relação com a China, o que levou a retirada do financiamento feito pelo governo americano.
*Com informações da agência EFE
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