Anvisa diz que não se pode trocar marcas de remédio genérico
A recomendação é para pacientes em tratamento médico
Leiliane Lopes - 28/08/2023 14h54 | atualizado em 28/08/2023 15h43

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que os pacientes não troquem o fabricante de medicamentos genéricos e similares durante o tratamento.
A explicação da agência reguladora é que “os medicamentos genéricos não podem ser considerados intercambiáveis com os similares, nem os genéricos podem ser intercambiáveis entre si”.
Como há diversos medicamentos genéricos e similares no mercado, fica impossível testar se há essa intercambialidade entre uma marca e outra.
Intercambialidade é o nome dado à substituição do medicamento de referência pelo genérico. Apenas um teste de equivalência terapêutica poderá dizer se os remédios podem ser substituídos.
– A intercambialidade, ou seja, a segura substituição do medicamento de referência pelo seu genérico, é comprovada por testes de equivalência terapêutica, que incluem comparação in vitro, através dos estudos de equivalência farmacêutica e in vivo, com os estudos de bioequivalência apresentados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária – diz uma nota da Anvisa.
Mesmo que os medicamentos tenham o mesmo princípio ativo, os fornecedores de matérias-primas são diferentes, assim como os processos de produção e de controle de qualidade. Assim, todos esses pontos podem afetar a absorção, o metabolismo ou a eliminação do medicamento no organismo, com eventuais alterações na eficácia e na segurança da terapia.
O alerta é para todos os tipos de medicamentos, inclusive para anticoncepcionais e tratamentos com hormônios sintéticos para tireoide ou outros problemas endócrinos.
– Você às vezes tem anticoncepcionais similares, com a mesma quantidade de hormônio, também em doses muito baixinhas, em microgramas. Se resolve trocar de um para outro, não pode afirmar que está com a mesma dose do anticoncepcional, a mesma dose do hormônio – explica o endocrinologista Rodrigo de Oliveira Moreira, diretor do Departamento de Diabetes Mellitus da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), ao R7.
O QUE SÃO MEDICAMENTOS GENÉRICOS?
De acordo com o Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico divulgado pela Secretaria-Executiva da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (SCMED), 70% de todos os remédios consumidos no Brasil são genéricos (41%) ou similares (29%).
Medicamentos genéricos são disponibilizados após o laboratório detentor da patente perder sua exclusividade. Isso acontece após 15 ou 20 anos depois do registro do medicamento.
Quando a fórmula passa a ser liberada, outras empresas podem ficar interessadas em produzir aquele medicamento. Para isso, a fabricante terá que demonstrar à Anvisa, por meio de novos estudos científicos, que o produto dela é intercambiável com o da empresa detentora da patente.
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