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82% desconhece a opção de usar o próprio sangue em transfusão

A chamada autotransfusão é a forma mais segura para quem precisa de sangue durante cirurgia, de acordo com cirurgiões

Monique Mello - 04/03/2021 18h00

82 Foto: Pixabay

A pandemia da covid-19 afetou diretamente as doações de sangue em diversas regiões do Brasil. Os doadores diminuíram consideravelmente no último ano, atingindo rapidamente os estoques de bancos de sangue —de acordo com dados do Ministério da Saúde, ocorreu uma queda de 30%.

A utilização de bancos de sangue em cirurgias é amplamente praticada em todo o mundo. Embora a solução seja eficaz e ajude a salvar muitas vidas, existe uma alternativa que se apresenta com resultados ainda mais seguros e com bom custo benefício: a autotransfusão sanguínea.

Uma pesquisa realizada no final de 2020 com cidadãos de todo país revela que 82% dos brasileiros desconhecem a possibilidade de utilizar seu próprio sangue caso precisem realizar uma transfusão.

A pesquisa, realizada pela LivaNova constatou ainda que mais de 60% dos entrevistados desconhece a janela imunológica, período em que o teste feito nos hemocentros não consegue identificar algumas doenças, existindo assim a possibilidade de infecção do receptor.

82% dos brasileiros desconhecem a possibilidade da autotransfusão

Paralelamente, uma outra pesquisa** feita pela empresa em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), com cirurgiões cardiovasculares de todo o Brasil, evidencia o crescente interesse da parcela médica pela utilização da técnica, com mais de 95% dos médicos entrevistados demonstrando preferência pela autotransfusão em detrimento da utilização de sangue doado, quando existe opção de escolha.

Embora a técnica de autotransfusão não seja nova e apresente um alto nível de preferência entre os médicos, a maioria da população desconhece seus benefícios para a saúde e não tem ideia de seu custo— quase metade dos cirurgiões entrevistados considera a autotransfusão mais barata que a utilização de bancos de sangue.

Solange Pais Messias foi submetida a uma cirurgia cardíaca com o uso de autotransfusão. A paciente relata que a experiência foi muito positiva, e que a utilização da tecnologia foi vital para sua rápida recuperação.

– Se eu precisasse operar novamente, com certeza optaria por utilizar mais uma vez a autotransfusão – ela diz.

No processo, o paciente recebe seu próprio sangue, limpo e filtrado, que seria perdido durante a cirurgia

A pesquisa feita com os cirurgiões cardíacos aponta ainda que mais de 85% destes já utilizou a técnica em operações, e mais de 90% consideraria usar a autotransfusão em cirurgias.

Com a falta de sangue nos bancos, que se acentuou durante a pandemia, a autotransfusão traz muitos benefícios, como diminuir o tempo de internação e diminuir o risco de contaminação, já que, no processo, o paciente recebe seu próprio sangue, limpo e filtrado, que seria perdido durante a cirurgia.

– A autotransfusão não é recomendada apenas como alternativa à falta de sangue nos hemocentros: na verdade, pode ser utilizada com segurança em diversos tipos de cirurgias, diminuindo os riscos relativos ao sangue e minimizando as despesas médicas – afirma o Dr. Eduardo Rocha, cirurgião cardíaco e presidente da SBCCV.

Dr. Eduardo Rocha é presidente da SBCCV e adepto da autotransfusão Foto: Reprodução

COMO FUNCIONA A AUTOTRANSFUSÃO

A autotransfusão é uma técnica em que o sangue do paciente, que seria perdido durante a cirurgia, é recuperado, passando por uma filtragem e retirada de quaisquer impurezas, e então transfundido no paciente. Assim, problemas decorrentes de transfusão de sangue, como contaminação e/ou rejeição, são praticamente eliminados, já que o paciente está recebendo seu próprio sangue. O processo é realizado por equipamentos automatizados, como XTRA da LivaNova, que aspiram o sangue do campo cirúrgico, recuperam e concentram as hemácias, componente mais importante do sangue. Depois disso, o material é “lavado” para eliminar todas as impurezas e então, limpo e completamente seguro, reinfundido no paciente.

As três principais vantagens da autotransfusão, reforçadas com os resultados da pesquisa: a segurança, a disponibilidade e o custo-benefício.

Máquina XTRA, da LivaNova, é um dispositivo de autotransfusão
Máquina XTRA, da LivaNova, é um dispositivo de autotransfusão Foto: Reprodução/LivaNova

O processo reduz o risco de infecções, de problemas imunológicos e evita problemas de compatibilidade sanguínea; disponibiliza o sangue em pouco tempo mesmo para pacientes com tipos raros de sangue ou com anticorpos específicos; e pode apresentar custo mais baixo que a transfusão, já que reduz o uso de sorologias de alto custo para identificar possíveis doenças transmissíveis e pode reduzir o tempo de internação hospitalar.

**Pesquisa feita com 72 cirurgiões cardíacos membros da SBCCV através da plataforma Survey Monkey de Novembro a Dezembro de 2020

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