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Metade dos pacientes internados em UTI de Covid no SUS morre

Já nos hospitais privados, o índice de óbitos é de 29,7%

Pleno.News - 01/04/2021 17h08 | atualizado em 01/04/2021 17h51

Dados foram reunidos pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira Foto: Pexels

Dados compilados pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) apontam que um a cada três pacientes de coronavírus (36,6%) morreu após precisar ser internado na UTI durante a pandemia. Proporcionalmente, a mortalidade é maior na rede pública, com taxa de 52,9%, conforme o levantamento. Já nos hospitais privados, o índice de óbitos é de 29,7%. No Brasil, o número de mortos pela doença a cada 24 horas já se aproxima de 4 mil, e redes de saúde em várias regiões já entraram em colapso, com falta de leitos ou remédios para intubação.

As informações sobre a mortalidade nos leitos de terapia intensiva constam da plataforma UTIs brasileiras, a qual reúne dados de 652 hospitais, o equivalente a cerca de 25% das unidades de terapias intensivas no país, com objetivo de orientar gestores de saúde. São 403 unidades da rede privada e 249 da pública, que correspondem a 20.865 leitos.

Membro do Conselho Consultivo e ex-presidente da Amib, Ederlon Rezende é o coordenador da plataforma. Para ele, o fato de a rede pública estar recebendo doentes em situação mais aguda ajuda a entender a diferença entre as taxas de mortalidade.

– Quando a gente fala de UTI pública e [de] privada, a primeira coisa a se observar é o percentual de pacientes sob ventilação mecânica, ou seja, os casos mais graves. Nos hospitais públicos, isso representa cerca de 65% das pessoas atendidas, enquanto que, nas UTIs privadas, é 40%. O dado, por si só, já explica por que a mortalidade é maior.

No entanto, Rezende pondera que também há discrepância quando se compara a letalidade apenas em pacientes intubados. Na rede pública, o índice é de 72,4%, segundo o UTIs brasileiras. Na particular, fica em 63,6%. Para os pacientes que não precisam de ventilação, a taxa de mortalidade é, respectivamente, 17,1% (público) e 7,6% (privado).

– Se eu considerar que também é diferente nesse subgrupo, então devo admitir que há outras variáveis influenciando, embora não tenha como provar quais são elas – diz Rezende.

Entre os possíveis fatores, ele cita a melhor infraestrutura da rede privada e a maior dificuldade de se conseguir vaga em hospital público.

– Quando há fila para conseguir uma vaga na UTI, especialmente agora com o sistema colapsado, o paciente chega com o quadro agravado. Isso compromete o desfecho, aumentando o risco de [ele] morrer.

Ainda de acordo com a plataforma, o período de internação pela Covid-19 é maior na UTI pública. Nessas unidades, 54,2% ficam mais de sete dias. O índice é de 48,6% no privado. No geral, o tempo médio de permanência é de 12,6 dias.

*Estadão

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