Entenda como as vacinas com vírus inativado funcionam
Doutora em imunologia explica como esse tipo de vacina age no organismo humano
Pierre Borges - 18/01/2021 16h39
Neste domingo (17) a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovou o uso emergencial das vacinas de Oxford/AstraZeneca e da CoronaVac. Trata-se, todavia, de dois tipos diferentes de imunizantes. Enquanto a vacina de Oxford é feita com um vetor viral, a CoronaVac é feita com o vírus inativado.
O Pleno.News já explicou como funcionam as vacinas de RNA mensageiro e de vetor viral (Clique aqui para conferir). Saiba agora como funcionam as vacinas de vírus inativado.
Esse tipo de vacina é comum e amplamente usado no combate de outras doenças, como a hepatite A, a poliomelite e o tétano. A doutora imunologista Juliana Echevarria, representante da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) na região sudeste, explica que o vírus torna-se inofensivo, após a inativação, que é feita dentro do laboratório.
Diferentemente de outros tipos de vacina, a vacina com o vírus inativado não insere um pedaço ou proteína do vírus, mas o vírus inteiro, que, como está inativado, é incapaz de oferecer dano ao organismo humano.
– Trata-se de uma partícula não infecciosa, pois usando calor ou produtos químicos, o vírus não é mais capaz de infectar ou se multiplicar nas células do hospedeiro (no caso do coronavírus, Sars-CoV-2, seriamos nós, humanos) – afirma.
A imunologista, também professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fala sobre como o imunizante é capaz de estimular o desenvolvimento de anticorpos no indivíduo vacinado.
– Uma vacina com o vírus inativado vai induzir a ativação de células do sistema imune, que são produtoras de anticorpos específicos contra o vírus, neste caso, o Sars-CoV-2. Essas células são os chamados linfócitos B e produzem anticorpos que se ligam às partículas virais, impedindo a ligação delas às células do hospedeiro e, consequentemente, bloqueando a infecção. Além disso, outros tipos de linfócitos podem ser ativados, como linfócitos T que ajudam os linfócitos B a produzirem anticorpos – explica.
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