2 doses de Pfizer ou AstraZeneca geram resposta contra variante
Estudo científico se refere à variante Delta
Pleno.News - 09/07/2021 10h44 | atualizado em 09/07/2021 11h04
Duas doses das vacinas da Pfizer ou da AstraZeneca geram resposta imune contra a variante Delta em 95% dos pacientes vacinados, mesmo que ela seja capaz de escapar de alguns anticorpos monoclonais de laboratório, conforme estudo publicado pela revista científica Nature.
No entanto, os cientistas franceses responsáveis pela pesquisa indicam que a cepa é menos inibida por anticorpos presentes em pessoas que já tiveram Covid-19 e não receberam nenhuma injeção ou que receberam apenas uma dose dos imunizantes.
De acordo com o estudo, as vacinas são de três a cinco vezes menos eficientes contra a variante Delta em relação à Alfa, originária do Reino Unido. Isso porque, na visão dos pesquisadores, as mutações presentes na proteína Spike (utilizada pelo vírus para entrar nas células) da variante Delta “modificam potencialmente a ligação do vírus ao receptor da célula, permitindo que escape parcialmente da resposta do sistema imunológico”.
A análise do sangue de pacientes que se recuperaram da Covid-19 nos 12 meses anteriores revelou que eles precisam de concentrações de anticorpos quatro vezes maiores para neutralizar a variante Delta, em comparação com a Alfa. No entanto, quando vacinados, esses indivíduos apresentaram imunidade acima do limiar de neutralização da variante.
Além disso, uma única dose da vacina Pfizer ou da AstraZeneca foi pouco ou não eficaz contra as variantes Beta e Delta. Apenas 10% dos indivíduos que receberam somente uma injeção foram capazes de neutralizar a variante indiana após uma dose de vacina.
Os pesquisadores estudaram a reatividade de anticorpos e do soro sanguíneo de 103 pessoas com uma infecção anterior e de 59 indivíduos vacinados com uma ou duas doses de vacina anticovid. Os anticorpos monoclonais terapêuticos analisados foram o Bamlanivimab, o Etesevimab, o Casirivimab e o Imdevimab; dos quais, apenas o Bamlanivimab “perdeu atividade antiviral”.
A variante Delta já é a predominante em países como a Índia (onde foi detectada pela primeira vez), a Grã-Bretanha e Portugal. Além disso, conforme o Instituto Pasteur, estima-se que, dentro de algumas semanas ou meses, será a cepa majoritária em toda a Europa.
*AE
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