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Nascida em Cuba, Zoe vive no Brasil e luta pela democracia, após ver os horrores que a ditadura comunista causou em seu país

Virgínia Martin - 11/02/2020 19h58 | atualizado em 11/02/2020 20h36

Há muito trabalho a fazer, pois foram anos de desconstrução do país com o PT no poder, diz Zoe

Zoe Martinez está no Brasil desde os 12 anos de idade. Veio de Cuba, onde nasceu, deixando para trás uma vida de escassez, perseguição, proibições e decadência, promovidos pelo regime comunista que a ilha de Fidel Castro construiu. Como adolescente, Zoe já sabia discernir entre os efeitos do socialismo e os resultados da democracia. No Brasil, tornou-se ativista a favor da liberdade e do estado democrático.

A moça de sorriso largo ficou conhecida nas mídias com suas ações, ora corajosas, ora polêmicas. Participou de debates e programas. Recebeu elogios e críticas da mídia e manteve-se arraigada em sua luta. Hoje, aos 20 anos, cursa Direito em Brasília, onde mora. E nesta entrevista ao Pleno.News, revela fatos, bastidores, reflexões sobre o que tem vivenciado no país que a acolheu.

Desde os 12 anos no Brasil, do que mais gosta e não gosta no país, mesmo sabendo que é melhor do que Cuba, onde nasceu?

Graças a Deus, desde os 12 anos no Brasil, Deus foi muito generoso comigo ao me mandar para um país muito acolhedor. Acho que o que eu mais gosto no Brasil são os brasileiros. Brasileiro é um povo acolhedor. Sempre me senti muito acolhida. Nunca sofri nenhum tipo de xenofobia. Pelo contrário, sempre me receberam muito bem. Acho que o que mais gosto é isso: o povo brasileiro.

O que eu menos gosto refere-se à época em que cheguei, que foi na época da Dilma e seus governantes. Atualmente, graças a Deus, isso está mudando com o presidente Bolsonaro. Então, o que eu menos gostava era do governo de esquerda e a lavagem cerebral que muitos faziam nas faculdades, escolas, enfim. A alienação que o governo do PT fazia com a população. Aos poucos, isso está mudando com o governo Bolsonaro.

Ainda há muito trabalho a fazer porque foram muitos anos de desconstrução do país com o PT no poder. Mas estamos construindo uma nova nação e, com muito orgulho, posso falar que estou fazendo parte dessa mudança. De alguma forma, estou contribuindo para o país que tanto me acolheu e está me dando a oportunidade de um futuro melhor.

Com Sergio Moro em julho de 2019

O que pode dizer de Cuba com e Cuba sem Fidel Castro?

Infelizmente, a Cuba com Fidel e sem Fidel é a mesma miséria. E o mais grave é que é um lugar em que as pessoas não têm liberdade de ir e vir, de pensar… Não têm liberdade para nada. Fidel deixou um legado que vai ser muito difícil tirar da história. Isso porque ele formou jovens aprendizes. O poder em Cuba vai passando de mão em mão, sem legitimidade. As pessoas não votam no presidente que querem. Então, esse Díaz-Canel, que eles chamam de presidente, eu chamo de ditador. Porque ele não é escolhido pelo povo. Não é uma democracia em que você escolhe quem te representa. E em Cuba não ocorreu eleição. Então, ele não é um presidente legítimo. Infelizmente, o poder vai passando desta forma com os amigos mais próximos, com os comunistas, com os fiéis ao Fidel. E Cuba não vai mudar até isso acabar. É um círculo vicioso. E acho que falta um longo caminho para Cuba se livrar do legado do Fidel e desses comunistas que arrasaram, acabaram, destruíram a Cuba capitalista, desenvolvida que era antes do ano de 59, quando o ditador sanguinário Fidel Castro tomou o poder ilegitimamente.

Em detalhes, como está a Cuba de hoje?

Cuba hoje está uma grande favela em que as pessoas não têm sabão para tomar banho. Falta tudo! E o principal: falta liberdade de expressão. As pessoas sofrem represálias, vivem coagidas, não pensam por si mesmas nas escolas, por exemplo. Em Cuba, você só repete o que te ensinam desde criança e você age como um robô. Você repete, você não aprende, você não pensa, é um mero robô do sistema. Na Cuba de hoje, as pessoas querem fugir. Muitas perdem suas vidas na travessia para os Estados Unidos. Perdem com a separação familiar, como foi o meu caso. Passei mais de três e quatro anos sem ver meu pai, sem ver minha mãe. Tudo para que a gente conseguisse escapar e ter um futuro melhor. Isso diz tudo.

Porque você nunca vê um americano, um brasileiro, indo morar em Cuba. Você nunca viu isso e nunca vai ver. A Cuba de hoje, infelizmente, é deprimente

Quando uma grande quantidade de cidadãos do seu país decide emigrar é porque os governantes sobram. É uma frase que eu sempre levo comigo e é o que se aplica a Cuba. Os governantes estão sobrando. A emigração em massa que está acontecendo é preocupante e é quando você vê que o sistema não funciona. Porque você nunca vê um americano, um brasileiro, indo morar em Cuba. Você nunca viu isso e nunca vai ver. A Cuba de hoje, infelizmente, é deprimente. Parece que passou a Terceira Guerra Mundial por lá. Basta ver as fotos, basta o turista ir na parte da Cuba de verdade e não na parte maquiada, que vai ver a pobreza, a miséria, a falta de tudo que impera em Cuba.

Zoe vivenciou os trâmites de projetos de lei e os acordos entre os partidos

Como ativista em prol da democracia e contra o regime socialista e comunista, o que mais chama sua atenção sobre os erros que o Brasil comete no exercício de sua liberdade democrática?

Eu sou uma defensora ferrenha da democracia. Meu ativismo todo gira em torno disso. E lá em Cuba, a gente não tem os três poderes como a gente tem no Brasil. Essa separação dos três poderes, do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Mas acho que o Brasil tem ainda uma democracia muito nova, tem muito o que amadurecer. E as pessoas acabam confundindo a liberdade de expressão com ofensa e com xingamento.

A democracia e a liberdade são importantes e podem ser usadas de forma mais inteligente. Creio que só o tempo vai fazer com que as pessoas aprendam sobre o que, de fato, é a democracia e a importância que ela tem. E assim não iremos mais desperdiçar energia com coisas tão banais, como xingamentos e ofensas.

Você foi assessora da deputada Bia Kicis e trabalhou com Joice Hasselman. Nas duas situações, o que mais aprendeu? Se arrepende de algo?

Trabalhar na Câmara dos Deputados foi, sem sombra de dúvida, uma das experiências mais incríveis que tive na minha vida. Ver de perto como funciona o Poder Legislativo e também o Executivo e o Judiciário, acompanhar tudo, ver os projetos de lei sendo criados, tramitados, como funciona o plenário, os acordos entre os partidos, como os deputados se relacionam lá dentro, as comissões, certamente, é muito positivo. É uma coisa incrível e eu sempre vou ser muito grata por ter trabalhado em um ambiente assim. Vai ser muito importante para o meu futuro.

Com Jair Bolsonaro em abril de 2017

Muita gente vai para Cuba fazer turismo. O que recomenda?

Para as pessoas que vão para Cuba, eu recomendo não dar seu dinheiro para alimentar ditaduras. Mas se forem, que conheçam os locais da cidade onde a ditadura cubana não quer que o estrangeiro passe. Porque eles maquiam uma parte da cidade para o turista só ver essa parte bonita. Mas haverá dificuldade de conhecer o lado da Cuba socialista. Recomendo que turistas visitem o lado verdadeiramente cubano para ver a real situação do povo. Com certeza, vão se arrepender muito de um dia ter ido para lá e ter dado seu dinheiro para alimentar uma ditadura que mantém seu povo na miséria. Cuba trata melhor o turista do que o seu próprio povo.

Quais são os seus ideais hoje? O que pretende realizar?

Meus ideais continuam os mesmos desde que comecei, com 16 anos, que é a defesa da democracia, da liberdade de expressão e contra o comunismo. Pretendo continuar o que já venho realizando, que é meu trabalho com meus vídeos do YouTube, contando minha experiência em um país socialista. Sou uma pessoa que nasceu no socialismo e conto meus relatos. Meu público alvo são os jovens, porque foram os mais afetados na época do PT, os que mais lavagem cerebral sofreram.

Sou uma pessoa que nasceu no socialismo e conto meus relatos

Muitos jovens hoje sofrem por tentar acabar com essas ideias macabras que a esquerda colocou na cabeça de tanta gente. Então, ver jovens mandando mensagem para mim e falando “Zoe, graças a você, mudei meu pensamento e deixei de ser socialista. Votei no Bolsonaro por sua causa”. Isso me deixa com uma felicidade tão grande, com um sentimento de dever cumprido. Porque é uma forma de retribuir todo o carinho e acolhimento que recebi aqui no Brasil. Meu trabalho vai continuar sendo esse, que é abrir os olhos das pessoas e alertar sobre o mal do socialismo, do comunismo, da esquerda. Tudo relacionado a isso.

Apoiadora da operação Lava-Jato, Zoe participou de campanhas pelas ruas

Sua opinião sobre: José de Abreu, Olavo de Carvalho, Bolsonaro?

José de Abreu é o típico socialista de iPhone que, ao invés de passar as férias em Cuba, Coreia do Norte, Venezuela, prefere passar as férias nos países capitalistas, né? Prefere Nova Zelândia, Estados Unidos, França. É o típico hipócrita socialista que fala uma coisa e faz outra. Defende o socialismo mas não vai morar lá. Vai morar em país capitalista.

O Olavo de Carvalho foi uma das primeiras pessoas que acompanharam meus vídeos na Internet, um dos primeiros que conheci quando comecei a gravar vídeos. Ele é uma pessoa iluminada que abriu os olhos de muitos brasileiros para o que realmente é o comunismo, o socialismo. Alertou sobre o Foro de São Paulo. O professor Olavo é uma joia desse nosso Brasil. E eu tenho um carinho imenso por ele, que tem um coração maravilhoso. Além disso, é uma pessoa que defende a verdade, a família, a democracia, um grande aliado nessa luta pela liberdade e democracia.

Meu trabalho vai continuar sendo esse, que é abrir os olhos das pessoas e alertar sobre o mal do socialismo, do comunismo, da esquerda

Sobre o presidente Bolsonaro, bem, minha família cubana, meus pais, votaram pela primeira vez aqui no Brasil. E se naturalizaram brasileiros só para votar no Bolsonaro. Eu e minha família nos naturalizamos na época da eleição só para votar no Bolsonaro. A gente tem um carinho muito grande por ele por defender as causas certas e contra os comunistas, que separaram durante anos a minha família. Bolsonaro representa tudo em que eu e minha família acreditamos. É um ícone para o Brasil e espero que continue fazendo esse ótimo governo, apesar do difícil e árduo trabalho que é fazer as coisas com a verdade, como ele faz. Ele nada contra essa maré e tenta fazer um Brasil melhor. Tem todo meu apoio.

Com Olavo de Carvalho em janeiro de 2019

O que acha do projeto Mais Médicos, que foi reconfigurado?

Hoje o programa se chama Médicos pelo Brasil. E acho uma excelente iniciativa do governo Bolsonaro. O médico tem que ter seu CRM para garantir que a assistência médica irá chegar em todas as partes do Brasil por meio de pessoas realmente capacitadas para exercer a função. E não ser como foi antes, quando uma parte do salário do médico ia para a ditadura cubana, para financiar aquela ditadura. Agora não. O médico recebe seu salário integral. Acho um excelente projeto e apoio.

Tem vontade de um dia voltar para Cuba? Como acha que seu país poderia reverter as condições de vida para seus habitantes?

Para morar, não sei. Já estou construindo minha vida no Brasil. Estou fazendo faculdade aqui, estou trabalhando aqui, estou fazendo amizades que quero levar para a minha vida aqui, já criei raízes. Para morar, não. Para visitar, só quando Cuba for livre. Agora com essa ditadura, eu me nego a dar meu dinheiro para financiar essa ditadura. Infelizmente, não vejo um futuro próximo para uma Cuba livre. Os cubanos estão se revoltando lá, indo para as ruas… Mas como a população está desarmada e não tem livre acesso à Internet – é difícil e caro ter Internet por uma hora – , eles não têm os meios necessários para conseguir se libertar da ditadura cubana. Mesmo assim, existem muitos corajosos indo para as ruas e acredito que isso seja uma esperança e uma luz no fim do túnel.

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