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Sucesso no YouTube, Deive Leonardo fala sobre ministério, questões emocionais, homofobia e Bolsonaro

Rafael Ramos - 08/08/2019 09h45 | atualizado em 22/10/2019 11h58

Deive Leonardo se tornou popular pelo YouTube Foto: Reprodução

Com mais de 2 milhões de inscritos em seu canal no YouTube, o pastor Deive Leonardo, de 29 anos, tem conquistado a atenção do público jovem através de seus vídeos. Com uma linguagem simples, ele consegue transmitir a mensagem do Evangelho abordando as questões humanas inerentes à vida.

Casado e esperando o segundo filho, ele é membro da Assembleia de Deus em Joinville, Santa Catarina. Criado na igreja, Deive se afastou por um tempo da Palavra e retornou aos 19 anos. Desde então, ele se dedica a fazer a obra de Deus.

Em meio a turnê O Melhor Dia da Minha Vida, o pastor conversou com o Pleno.News.

Pleno.News Entrevista
Deive Leonardo
por Pleno.News - 08/08/2019

Como foi o início do seu ministério?
Tive meu afastamento na adolescência, mas aos 19 anos me apaixonei por Jesus de uma forma muito intensa e me entreguei por completo para viver aquilo que Deus tinha sonhado para mim. Meu início de ministério foi sofrido, com muitas dificuldades e tentando entender se era realmente isso que o Senhor Jesus queria. Até que as portas foram se abrindo e Deus foi confirmando passo a passo para que a gente chegasse exatamente onde estamos hoje.

Como foi abrir mão de sua carreira no Direito para viver para Deus?
Eu dizia no início da minha caminhada que havia aberto mão de tudo por aquilo que era incerto. Hoje digo que abri mão de nada e abracei tudo. Foi a melhor decisão da minha vida que, no início, gerou algumas crises existenciais. Mas, hoje, vejo que Deus foi extraordinariamente pontual e que, pra glória de Deus, eu consegui ser sensível na hora certa para tomar a decisão coerente.

E a responsabilidade de ser referência para tantas vidas, principalmente os mais jovens?
Eu tenho plena convicção daquilo que estou ministrando e do impacto causado. É isso o que quero fazer sempre: ser uma ferramenta de cura e um bálsamo para a nossa geração falando sobre o amor e a graça de Jesus. E, a partir daí, todas as coisas são equilibradas e Cristo é o que tem poder para mudar a vida das pessoas. Sou uma voz que entendeu a responsabilidade e meu compromisso sempre vai ser com Jesus.

Conte como foi seu início no YouTube e como é ter o maior canal de pregação da rede na atualidade?
Eu não imaginava a proporção que iria tomar. Eu começo os vídeos lendo a Bíblia e pregando verdadeiramente o Evangelho e Deus me fez entender que é essa a demanda que a nossa geração precisa. O começo foi com dúvidas que foram confirmadas pela própria necessidade dessa geração. Hoje a gente tem essa expressividade de alcançar mais de 10 milhões de pessoas por mês e isso é glorioso.

“Meu compromisso sempre vai ser com Jesus” Foto: Reprodução

Por que optou por mensagens curtas, de menos de meia hora?
Quando você está comunicando com pessoas fora de um ambiente preparado para um culto, onde as pessoas vão verdadeiramente só para ouvir a Palavra, você tem que ser conciso para que a pessoa consiga entender o início, o meio e o fim. Quanto mais conciso for, melhor.

Você chegou a ser criticado por ser um pastor que não aderiu ao terno e gravata?
Quando tinha 20 anos, eu sofri algumas críticas no início do meu ministério. Mas, como aquilo que eu pregava era mais poderoso do que eu estava usando, acabei sendo defendido pela própria pregação e pelo resultado que o Senhor estava realizando.

Uma de suas mensagens mais conhecidas é baseada em Judas e gerou polêmica entre alguns pregadores e até mesmo memes na internet. Pode explicar o real contexto dessa pregação?
Eu não costumo me ater a críticas, detalhes e brigas teológicas. A mensagem é simples para quem quer entender e ela foi um bálsamo de cura para milhões de pessoas que estavam com desejo de suicídio. Elas viram que Cristo é a esperança, a resposta e optaram em voltar para Ele e é isso que importa. Se as pessoas quiserem encontrar dissensões, elas vão encontrar em tudo. Assim como os fariseus tentavam em todo o tempo desconstruir aquilo que Jesus estava fazendo. A gente nunca vai viver algo diferente, então essas dissensões são normais. O contexto é simples, é apenas um pensamento do poder de alcance da graça. Se Judas não tivesse se suicidado, a graça o teria alcançado e o arrependimento dele teria produzido perdão.

Qual seria a razão do afastamento de muitos jovens criados na igreja, assim como aconteceu com você?
Eu seria injusto se culpasse a igreja. Acho que são justamente as propostas e as ofertas que são sedutoras. Se nós não estivermos com a nossa fé verdadeiramente firmada em Cristo, acabamos sendo suscetíveis a essas tentações, paixões e ao abandono da fé.

Como nasceu o projeto da turnê O Melhor Dia da Minha Vida?
O desejo dessa turnê nasceu para alcançar pessoas que ainda não têm a coragem de ir à igreja, que foram feridas em sua história ou talvez tenham algum preconceito, mas que queiram ouvir a Palavra de Deus. É um evento feito para alcançar pessoas que querem sentir a presença de Deus e serem transformadas pelo Evangelho. O primeiro passo é apresentar Jesus e esse é o desejo do nosso coração. De uma maneira pura, alcançar pessoas e ir a lugares que naturalmente o Evangelho não estaria sendo pregado.

Consegue ter tempo para se dedicar à família e à igreja em meio a tantas agendas?
Eu hoje não faço mais que 15 eventos por mês para ter tempo para a minha família e poder servir na minha igreja também. Eu equilibro cuidando dos excessos e não fazendo mais que o necessário. Eu não fico mais de três dias longe de casa. Quando dá o terceiro dia eu já estou embarcando para ficar com a minha família o mesmo tempo que passei fora.

Deive sempre busca equilíbrio entre vida ministerial e pessoal Foto: Reprodução

Suas mensagens tocam muito nas questões humanas. Você acha que sabemos lidar com elas?
Tudo o que Jesus fez também tocou na humanidade, no nosso lado humano, na enfermidade e nas emoções. Cristo é a resposta. Enquanto as pessoas tentam criar livros de autoajuda, eu consigo encontrar respostas para tudo da nossa vida na Palavra. A Bíblia é um manual autossuficiente assim como Cristo é para todas as demandas. Por exemplo, as questões emocionais que hoje são um dos grandes problemas da nossa geração.

Como o suicídio se tornou um dos problemas da nossa geração, principalmente nas igrejas?
Eu creio que uma corrente de pensamento foi impregnada dentro da nossa geração de que a morte é uma saída, sendo que ela não é. Tivemos vários casos que inflamaram isso como o bosque dos suicídios, no Japão, e a própria Baleia Azul. É um assunto difícil de lidar, mas creio que esses índices vão diminuir. Isso vai acontecer quando apresentarmos Cristo como uma vida poderosa, abundante e com poder para transformar o ser humano, .

E como você vê essa questão da criminalização da homofobia?
Não vou falar sobre a lei porque ela é muito extensa e com muitas discussões amplas. Agora, eu sou totalmente a favor que a homofobia tem que ser criminalizada no campo de agressão moral, física e emocional. Não quando se trata do campo das ideias.

O ano de 2018 foi marcado pela presença da igreja na política. Como avalia essa postura em tempos tão polarizados?
Eu fico um pouco decepcionado com o desequilíbrio emocional das pessoas de idolatrarem figuras, sendo elas da direita ou da esquerda. Creio que o equilíbrio sempre é a melhor postura e, se nós formos equilibrados, a discussão não tratá tantas contendas como estamos vendo acontecer. Eu optei em não manifestar minha opinião publicamente justamente porque ambos os lados estavam sendo extremamente ofensivos. A briga nunca é melhor caminho. Não fui chamado para ser alguém que defende um lado político, mas que prega a Palavra de Jesus. Por isso, eu preferi resguardar o meu direito de ter meu voto secreto.

E como avalia o governo de Jair Bolsonaro e sua aproximação com os evangélicos?
Acho que tem muito pouco tempo de governo, porém há muitos dados positivos e negativos. Então, eu prefiro esperar um pouco mais de tempo para avaliar. Como grande parte dos princípios do Bolsonaro são cristãos, até o seu próprio jargão político que é “Deus acima de tudo, Brasil acima de todos”, eu vejo de maneira positiva. Espero que seja bênção para a Igreja do Senhor ter uma autoridade que se preocupa com os princípios que a Palavra de Deus defende.

Com base em Romanos 13:1, como vê cristãos que não respeitam ou aceitam o governo do presidente do Brasil?
Nós precisamos ter o equilíbrio emocional. Nós não podemos ser idólatras porque a idolatria gera a cegueira e você não consegue nem criticar ou elogiar de maneira correta. Temos que respeitar as autoridades colocadas sobre o Brasil, mas sem perder, de maneira ética e coerente, o direito de criticar se tiver alguma discrepância com aquilo que foi prometido à nação.

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