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Reabertura de igrejas: Riscos, impactos e possibilidades

Pastor alerta sobre os desdobramentos de uma possível volta dos cultos presenciais para muitas igrejas

Virgínia Martin - 03/06/2020 18h18

Israel Belo chegou a fazer um culto online via celular em sepultamento de família que estava no cemitério

Nesta quarta-feira (3), o pastor Israel Belo de Azevedo participou do Pleno.Entrevista Live com o tema: Reabertura de Igrejas. Há 20 anos, Israel Belo é pastor na Igreja Batista de Itacuruça, na Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. Mestre em Teologia e doutor em Filosofia, ele já transmite cultos ao vivo de sua igreja há muitos anos. E neste momento de quarentena, permanece desenvolvendo estratégias para que as pessoas sintam-se acolhidas e pastoreadas, mesmo a distância.

Com uma provável possibilidade de abertura de templos religiosos como parte do planejameto de retomada gradual das atividades, autorizada pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivela, uma nova discussão entra em vigor. Israel Belo defende a espera por um momento melhor de reabertura e afirma que a melhor forma de um pastor administrar esta situação de isolamento entre membros de igreja é com o uso da sensibilidade em todos as circunstâncias.

– Precisamos estar sensíveis com o sofrimento de muitos e permanecer atentos às necessidades. Devemos estar atentos com o que as pessoas estão passando e buscar proximidade, mesmo com o isolamento.

Escritor de 70 livros, Israle Belo explica sobre os riscos e os impactos da volta neste momento para o contexto físico da igreja. Faz um alerta sobre a higienização de instrumentos e microfones, equipamentos e sobre como o momento de louvor seria administrado.

– Se precisamos ter um metro e meio de distância entre uma pessoa e outra dentro do espaço físico da igreja, como será a definição do número de pessoas que poderão entrar no templo e como será feita a seleção destas pessoas? Que critérios serão definidos para quem vai e quem não vai?

O pastor faz uma observação sobre uma situação hipotética em que uma senhora chegue até a igreja de taxi e seja impedida de entrar.

– Como contornar dezenas de situações? E não podemos ressaltar uma discriminação com idosos. Eles precisam se sentir importantes e incluídos.

Ainda sobre os riscos da volta, Israle Belo lembra de que a higiene ainda não é um fator prioritário para muitas pessoas e que o processo educativo de higienização das mãos e uso de máscaras pode não ser ainda suficiente para o convívio de pessoas nas igreja.

Em sua opinião, a pandemia pode gerar pessoas melhores ou piores após a quarentena. E que não há uma garantia de que a sociedade será melhor após esta crise.

– Após a mortal pandemia da Gripe Espanhola no início dos anos 20, no Brasil, não há indícios de que a sociedade tenha se tornado melhor. Mas vamos torcer para que cada um de nós faça a melhor escolha por sermos mais solidários, mais humanos, mais pacientes uns com os outros depois deste tempo.

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