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Pastor rebate: “Abstinência sexual não é um retrocesso”

Nelson Junior, do Eu Escolhi Esperar, fala sobre a prevenção à gravidez precoce

Rafael Ramos - 23/01/2020 16h36

Pr. Nelson Junior é idealizador do movimento Eu Escolhi Esperar Foto: Reprodução

Defensor da abstinência sexual como método de prevenção à gravidez precoce e às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), o pastor Nelson Junior, líder do Eu Escolhi Esperar (EEE), foi um dos convidados a falar sobre o tema no seminário promovido, em dezembro, pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMDFH). Por acompanhar o trabalho desenvolvido pela ministra Damares Alves, Nelson elogiou a atitude do governo em abraçar a iniciativa e implementá-la como uma política pública junto à sociedade.

Em entrevista ao Pleno.News, o idealizador do Eu Escolhi Esperar contou que como forma de dar sequência ao trabalho de conscientização, está criando várias iniciativas para ampliar o tema junto às escolas. O pastor aproveitou para rebater as críticas feitas por alguns opositores. Ele acredita que, na verdade, a militância está apenas querendo defender interesses ideológicos.

Como iniciou o ministério Eu Escolhi Esperar?
O Eu Escolhi Esperar é uma campanha de preservação sexual que tem alcançado, em sua grande maioria, um público formado por evangélicos, católicos, adventistas, testemunhas de Jeová, mórmons e até mesmo espíritas. Criamos uma organização civil formada por profissionais liberais, empresários e educadores e hoje temos uma comissão médica e pedagógica formada de voluntários para desenvolver programas e projetos que possam ir de encontro às necessidades governamentais e sociais. Disso nasceu o Instituto Escolhi Esperar, sem viés religioso e criado recentemente para servir a sociedade sem levar a religião, mas os valores e a expertise. O que acontece é que, pela primeira vez na história do Brasil, um governo está incluindo esse assunto de prevenção à gravidez e também de doenças sexualmente transmissíveis (DST) como política pública para lidar com essas questões sociais.

Foi sua a sugestão de que a ministra Damares Alves criasse uma campanha de conscientização voltada para esse assunto?
Há 20 anos, a ministra Damares desejou trazer um programa sobre preservação sexual dos Estados Unidos, mas apenas duas prefeituras aceitaram abrir suas escolas para o projeto. O tempo passou e ela continuou trabalhando na defesa e na proteção da criança e do adolescente. Agora ela é ministra, como já conhece esse assunto e se interessa pelo tema, viu uma janela para poder implantar algo em que acredita. Estive com outros influenciadores cristãos em seu gabinete e a ministra se mostrou totalmente aberta e nos deu a oportunidade de caminharmos juntos no amadurecimento. Sobre o que o governo vai fazer, compete ao Estado definir. Nós nos sentimos capacitados de oferecer, se necessário, uma consultoria com material e treinamento para que traga resultados reais.

Nelson foi um dos convidados do seminário promovido pelo Ministério Foto: Reprodução

Como foi a sua participação no seminário?
Como o EEE se tornou uma referência nacional, a ministra nos procurou para saber se haveria alguma maneira de contribuirmos no desenvolvimento de algumas ações para que pudéssemos tratar, sem viés religioso, sobre essa conscientização, que é chamada de educação sexual abrangente. Falando em política pública de prevenção, só existe a prevenção secundária que é dar preservativo, mas faltam políticas públicas de prevenção primária. Quando você ensina que há um tempo certo para tudo, que as experiências sexuais precisam ser dentro de um contexto de responsabilidade e que toda escolha tem consequência, você entrega a primeira informação que o adolescente precisa saber. A conscientização a respeito da sexualidade e da formação do corpo é uma informação primária e assim você se antecipa na precaução e depois ensina a prevenção secundária.

Houve algum contato por parte do governo sobre os próximos passos dessa iniciativa?
O governo não fez contato conosco, mas estamos à disposição. Ficamos felizes com a iniciativa do presidente Jair Bolsonaro em abraçar um trabalho que a gente já faz e que vem ao encontro de uma sociedade conservadora. Temos uma boa relação com o governo e, se nos ligarem amanhã, teremos condições para ajudar. Inclusive, após o seminário nós recebemos mensagens de professores e diretores de escolas do Brasil inteiro pedindo nosso material. Algumas autoridades políticas também nos procuraram e querem criar leis nos municípios.

Nelson ao lado da ministra Damares Alves e do pastor Lucas Hayashi Foto: Reprodução

Que projetos o Eu Escolhi Esperar tem desenvolvido em relação à conscientização da gravidez precoce?
Ontem nos reunimos com a Companhia de Artes Missão, situada no Espírito Santo e que faz trabalhos junto às escolas fazendo apresentações que tratam de temas como depressão, suicídio, ansiedade e convivência familiar. Estamos preparando uma peça que vai percorrer as escolas para falar desse assunto e pretendemos iniciar as apresentações em dois meses. Também estamos desenvolvendo um material didático para as escolas, um jogo de tabuleiro para trabalhar essa conscientização junto aos adolescentes e as famílias e as pulseiras do Eu Escolhi Esperar.

O que tem a dizer sobre as críticas que alguns fazem acerca do tema visto com certo preconceito?
A abstinência sexual não é um retrocesso e a ciência já aprovou a abstinência como método de prevenção eficiente. As pessoas estão mais interessadas em proteger a sua ideologia do que preocupadas com a saúde do adolescente. Se ficarmos só na discussão ideológica, nunca vamos passar informação verdadeira. O Instituto Escolhi Esperar conta com uma comissão científica formada por ginecologistas, pediatras, obstetras, psicólogos e outros profissionais. A abstinência sexual aliada à prevenção primária e secundária produz os melhores resultados. O Brasil tem um dos maiores índices da América Latina de gravidez precoce e a prevenção fez esse índice cair nos Estados Unidos nos últimos 30 anos. A motivação ideológica está falando mais alto do que a saúde dos adolescentes.

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