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‘Carnaval está fadado a acabar’, diz ex-mestre-sala da Mangueira

Lilico da Mangueira abandonou o sambódromo e hoje é pastor

Pierre Borges - 11/02/2021 17h39 | atualizado em 11/02/2021 18h19

Pr. William Braga
Pr. William Braga, ex-Lilico da Mangueira Foto: Reprodução

William Lourenço Braga, conhecido como Lilico na escola de samba Estação Primeira de Mangueira, onde foi mestre-sala, abandonou o sambódromo no Carnaval de 1990, após o desfile, para começar a dedicar sua vida a Cristo.

Lilico, campeão nota 10 da Mangueira, hoje é pastor da Igreja Batista Nacional Monte Hermom, em Vigário Geral, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, e já se pronunciou com pesar sobre escolas de samba que zombam de Deus, da religião e de Jesus nos desfiles da avenida.

Em entrevista exclusiva ao Pleno.News, o pastor William Braga afirmou que há casos em que escolas de samba buscam desonrar e descaracterizar Deus em função de apresentar uma “pseudoarte” e uma “pseudocultura” e comparou a polêmica do BBB 21 (envolvendo intolerância religiosa com os participantes Nego Di, Projota, Karol Conká e Lumena) ao filme A Primeira Tentação de Cristo, do Porta dos Fundos.

– Eu não posso crer numa cultura que venha a vilipendiar a fé e aquilo em que muitos creem, porque nós somos um terço da população brasileira, [que é] cristã, e nós não vemos em momento algum a defesa de tais procedimentos bíblicos da forma com que os outros defendem as suas religiões… principalmente as religiões de matrizes africanas, haja vista [que] agora, no BBB 21, quando um grupo de participantes estava levantando e fazendo uma pequena pilhéria com um nome de uma entidade afrodescentente… já tem alguém se levantando para poder processar essas pessoas. Mas quando o tal de Porchat fez aquele filme desfazendo, destratando Jesus, colocando Jesus como um reles mortal pecador, até inferindo a Jesus a qualidade de homossexual, os que vieram à público, até mesmo do Supremo Tribunal Federal, vieram apoiá-lo, dizendo que era arte – infere William.

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Karol Conka, Projota, Lumena e Nego Di, acusados de intolerância religiosa no BBB 21 Foto: Reprodução

O pastor também mencionou o último desfile da Mangueira, que gerou polêmica ao chamar Jesus de “moleque pilintra” e trazer diversas representações de Jesus, incluindo a de negro, morador de rua e mulher, além de criticar outras manifestações.

– Ninguém se levanta quando um grupo vai fazer gracinha. Vocês lembram da passeata que houve, do grupo LGBT, quando as pessoas estavam fazendo coisas horríveis com a cruz (mostrando Jesus em pose que demonstrava a homossexualidade dele)? Isso é um escândalo! Ora, o livro bíblico de Gálatas fala: “Não erreis, Deus não se deixa escarnecer” (Gl 6:7). Ora, e você acha que todos que escarnecem de Deus vão ficar impunes? Mas nunca, jamais! – afirma o pastor.

O pastor ainda afirma que é insensato responsabilizar Deus pelo problema da pandemia e que o Carnaval de 2020 foi a “porta de entrada” para o coronavírus no país.

– Estão projetando o Carnaval em 2022, [mas] eu tenho uma palavra bíblica: a bíblia diz que o homem planeja, mas quem executa o que o homem planeja é Deus. Se não estiver no coração de Deus, não haverá Carnaval. Se não estiver no coração de Deus, não haverá cura de Covid. Pelo contrário, se nós fôssemos pessoas “cordatas”, [admitiríamos que] o Carnaval passado foi a porta de entrada pra Covid aqui, no Rio de Janeiro e no Brasil de uma maneira geral. E agora alguém vai culpar quem? Eu digo que a culpa é toda do homem pela sua impiedade – declara.

Lilico da Mangueira
William Braga é ex-mestre-sala da Mangueira Foto: Reprodução

Sobre as restrições ao Carnaval 2021, o pastor demonstrou que acredita que grande parte das medidas serão cumpridas, principalmente devido ao medo da população.

– Eu penso que, por algumas restrições, não vai haver a exacerbação dessa manifestação no sentido de vermos blocos, arrastões, essas coisas. Eu acho que não vai porque, ainda que não sejam todos, mas uma grande parte da população está com medo, porque está vendo que, a grosso modo, essa doença não escolhe cara; ela não faz acepção de pessoas. Pelo contrário, ela pega rico, ela pega pobre, ela pega branco, ela pega preto, ela pega índio, ela pega todos, de uma maneira geral. Então, ninguém está imune à esta doença – comenta.

William, que já deu outras declarações antevendo o fim do Carnaval devido a questões como a mercantilização da festa, voltou a fazer a previsão, dessa vez, com foco no vírus.

– Eu penso que o Carnaval está fadado a acabar. Eu penso que até é o Senhor usando, permitindo essa doença, pra que as pessoas comecem a ter uma outra visão do que é a vida. E tem muitas coisas melhores que podemos fazer que não seja especificamente ir para o Carnaval – conclui ele.

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