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Mortes de Vanucci e Maradona alertam para doenças cardíacas

As doenças cardiovasculares representam a principal causa de mortes no Brasil

Monique Mello - 30/11/2020 11h33 | atualizado em 13/10/2021 13h12

Na última semana, o Brasil – e também o mundo – acompanhou a morte de duas figuras públicas em decorrência de problemas cardiovasculares. Na terça-feira (24), morreu em São Paulo, aos 69 anos, o jornalista, locutor, apresentador e comentarista esportivo, Fernando Vannucci. A causa da morte foi infarto. O jornalista já havia sofrido um infarto em 2019 e colocado um marca-passo, desde então, tinha a saúde comprometida.

Na quarta-feira (25), o craque argentino Diego Maradona morreu aos 60 anos, após sofrer parada cardiorrespiratória. A saúde do ex-jogador já estava fragilizada há anos. Ele lutava contra dependência química e alcoólica, teve problemas no fígado em decorrência do abuso de bebida, fez cirurgia bariátrica para lidar com o sobrepeso.

Há várias causas para a interrupção dos batimentos cardíacos do coração. A mais frequente é o infarto do miocárdio.

Segundo dados da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia, no Brasil), existem mais de 360 mil mortes por ano, mais de 1100 por dia. A SBC estima que, ao final deste ano, quase 400 mil cidadãos brasileiros morrerão por doenças do coração e da circulação. Confira os dados com mais detalhes no cardiômetro.

Muitas dessas mortes poderiam ser evitadas ou postergadas com cuidados preventivos e medidas terapêuticas. O alerta, a prevenção e o tratamento adequado dos fatores de risco e das doenças cardiovasculares podem reverter essa grave situação.

Leandro Valim, cardiologista do Hospital Brasília, no Distrito Federal, respondeu ao Pleno.News as principais dúvidas sobre o assunto.

A dor no peito é o principal sintoma do infarto?
É sim. Toda dor no peito pode ser de origem cardíaca, mas nem todas, de fato, são. Precisamos ver algumas características. Um quadro típico de infarto inclui dor no peito, em forma de aperto ou queimação, pode irradiar para o braço esquerdo, para mandíbula, boca do estômago. Outro sinal é sudorese, náusea, enjoo. Pode ocorrer com uma variedade de sintomas, mas, inclusive, sem sintoma nenhum.

O infarto deixa sequelas?
Pode deixar sim. Pode ocorrer uma série de desfechos, desde a morte imediata a sequelas graves, moderadas, ou até nenhuma sequela.

É possível ter vida normal após o infarto?
Sim. Os pacientes sem sequelas ou sequelas leves, com frequência, têm vida normal. Costumo brincar com meus pacientes que se eles quiserem até fazer triatlo eles podem, desde que seja aos poucos. Costumo dizer também que deixamos os pacientes pós-infarto melhores do que antes, pois, geralmente, antes eram sedentários, acima do peso, sem alimentação adequada etc. Com a conscientização que o paciente adquire e orientação médica, eles mudam de vida. Isso é muito frequente.

Pessoas com problemas de coração devem evitar fortes emoções?
As emoções fazem parte da vida, mas logicamente é importante evitar o estresse, que é inimigo do coração. Já as emoções positivas (o casamento de um filho, uma neta, um nascimento) são benéficas de uma maneira geral.

Quem está mais propício a ter um infarto?
O infarto é o caminho final de uma série de eventos e fatores de risco. É uma doença multifatorial. Pessoas com mais chances: quem possui histórico na família, principalmente homens que tiveram antes dos 55 anos, mulheres antes dos 65; pessoas hipertensas e diabéticas, com colesterol alto, sedentárias, obesas, fumantes. O diabetes, isoladamente, é o principal fator de risco para infarto.

O estresse é inimigo do coração

Jovens sofrem infartos?
Sim. Jovens de 20 e poucos anos com quadro de colesterol alto de origem familiar.

Infarto sempre é fatal?
Não. A maior parte das pessoas sobrevive ao infarto. O atendimento adequado e em tempo hábil não somente salva vidas, como aumenta as chances de uma boa recuperação.

Quais os sinais pouco conhecidos do infarto e normalmente ignorados?
Sentir apenas náusea e enjoo, em vez de dor no peito. Dor forte na mandíbula falta de ar.

Dr. Leandro Valim é cardiologista do Hospital Brasília, no DF
Dr. Leandro Valim é cardiologista do Hospital Brasília, no DF Foto: Reprodução

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