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Feliciano desabafa sobre sua luta política e ideologia cristã

Em seu segundo mandato como deputado federal, o parlamentar e pastor revela sua formação e argumenta suas crenças

Virgínia Martin - 02/04/2018 10h39 | atualizado em 03/04/2018 07h41

“Para o Marxismo, só existe uma maneira de dominar uma nação: destruir o Cristianismo”, afirma Feliciano Foto: Virgínia Martin

Nascido em Orlândia, estado de São Paulo, no dia 12 de outubro de 1972, Marco Feliciano foi recebido pela família como aquela estrela que veio para brilhar. Sua família era católica praticante e seu avô, um devoto de Nossa Senhora de Aparecida, havia feito um voto à padroeira do Brasil para que fosse sarado de uma doença e não tivesse o pé amputado. Assim nasceu o menino, criado na Igreja Católica, com um avô curado e devoto, que via na criança uma resposta divina.

Hoje, Feliciano é deputado federal (Podemos – SP), reeleito em terceiro lugar entre os deputados federais de São Paulo. Tem sido centro de atenções por defender a família tradicional, os valores cristãos e por enfrentar polêmicas com equilíbrio, inteligência e contundência, mesmo sob protestos.

Conheça um pouco da história deste homem. É um cinéfilo de bons filmes, pastor da Catedral do Avivamento em Orlândia, um político categórico.

Política
É muito curioso falar sobre isso, porque sempre fui contra a Política. Era contra porque sou assembleiano e meus pais me disseram que Política é do diabo.

Então, o que fiz? Repassei isso adiante. Até que descobri o mal que havia provocado. Quando vi as leis que estavam sendo aprovadas, como o PL 122, percebi meu erro. Porque se eu tivesse falado para a geração para a qual eu preguei, que ela deveria usar o seu direito de cidadania, que deveria pensar no céu sim, mas enquanto estamos na terra, precisamos viver dela, eu teria levado, talvez, mais pessoas a serem politizadas e não teria provocado o mal à igreja. Como eu não tinha condições de verbalizar isso, eu decidi “emprestar” a minha vida à política.

Eu me candidatei em 2010 pelo Partido Social Cristão (PSC), sem apoio de nenhum ministério ou instituição religiosa, sem placa denominacional. Eu me lancei sozinho e disse “seja o que Deus quiser”. Fui o 12º deputado federal mais votado no estado de São Paulo. Tive 200 mil votos.

Bullying religioso
O Cristianismo mundial passa hoje por uma grande perseguição. Nunca se matou tantos cristãos como nesses últimos três anos. Só na Síria, foram mais de 150 mil cristãos, inclusive crucificados. No Brasil, acontece a ascensão da esquerda – a esquerda é marxista, que encontra uma barreira no Ocidente chamada Cristianismo. Porque o Cristianismo não é só uma religião, é uma filosofia de vida.

O Marxismo funcionou na Europa porque encontrou uma terra ateia. Mas quando veio para o Ocidente, nas Américas, encontrou um povo crente. E qual é a tese maior do Marxismo? O Estado tem que ser deus, tem que ser paternalista, todos precisam depender do Estado. Esta é a função do Comunismo. Daí a Bolsa Família, bolsa isso, bolsa aquilo tudo. O Estado tem que dar tudo.

Então, qual é a tese de Marx? Karl Marx diz: “O Estado tem que ser deus. Se alguém tem que ser adorado é o Estado”. Aí o Marxismo procura bater na porta do cristão, seja ele católico ou evangélico, que quando tem algum problema, em vez de procurar o Estado, em vez de bater na porta da Prefeitura, pedir uma cesta básica, o que o crente faz? Ele dobra o joelho e pede orientação de Deus. E sem explicação natural, acontece o milagre. É por isso que Marx diz que o ópio da sociedade é a religião cristã.

Investidas do Marxismo
Para o Marxismo, só existe uma maneira de dominar uma nação: destruir o Cristianismo. Como conseguir? Primeiramente, expondo seus líderes ao ridículo, como acontece toda vez em que ocorre um escândalo de alguém da igreja, que nem sempre é um líder sério.

Mas, qual era a religião de Aécio Neves? Ninguém nunca se preocupou. Mas sempre que um crente é exposto na mídia, eles fazem questão de colocar qual é a religião dele. Por quê? Faz parte de uma perseguição ideológica, religiosa.

Frente e Bancada Evangélica
A bancada é coesa. Fechamos questão a respeito dos assuntos. Já na Frente Evangélica, cada um dos deputados segue a orientação do partido. Exemplo: Benedita da Silva é evangélica, mas ela é petista. Ela nunca foi para o enfrentamento do aborto ou do movimento LGBT.

E sobre a Bancada Evangélica, não sei o que vai acontecer nestas eleições. Estou preocupado porque não temos planejamento. Na ausência do planejamento, podemos ter um efeito contrário. Todos estão apostando que vamos crescer. Mas minha visão é crítica.

Muitas igrejas, no afã de eleger alguém, vão mandar todo mundo ser candidato. Aí você divide os votos e não elege ninguém. Então, tenho muito medo da falta de organização.

Forma de organização
Se os principais líderes evangélicos do país se reunissem, como Edir Macedo, José Wellington Bezerra da Costa, Silas Malafaia, Samuel Ferreira… e entrassem em um acordo, nós poderíamos pensar no Brasil.

Uma vez, a presidente Dilma me disse: “Feliciano, você falou uma coisa interessante. Eu quero conversar com os cristãos do Brasil. Para falar com a Igreja Católica, eu sei com quem falar. E para falar com os crentes, eu falo com quem? Não tem com quem eu falar?”. Ou seja, temos uma força monstruosa e não sabemos usar essa força.

Agenda LGBT
É uma minoria, mas muito bem articulada. É uma minoria barulhenta, tem poder de fogo, tem dinheiro, tem apoio da mídia, dos intelectuais, de entidades internacionais, como o Instituto Rockfeller. É uma agenda de desconstrução da sociedade como um todo.

Você cria o caos através da anarquia. E como você faz isso? Destruindo a base da sociedade que é a família. Onde é que entra o movimento LGBT? Exatamente nisso, porque ele fere costumes que são milenares. Quando você dá poder demais a uma minoria, você cria uma supercasta. Tá aí o Pablo Vittar, que é homem, mas é aplaudido no Dia da Mulher. Assim começa o caos. Daqui a pouco ninguém mais sabe quem é quem.

Conquistas como deputado
O fato de ver o PT morrer, falir, foi uma das grandes conquistas. Sem querer ser pretensioso, contribui muito para isso. Porque até 2013, a presidente Dilma tinha 75% de aprovação nacional. Ela tinha 400 deputados na base, 60 senadores.

Foi quando meu nome foi alçado à posição de presidente da Comissão de Direitos Humanos. E aí, pronto, deu um nó na cabeça do Brasil inteiro. Como um pastor vai assumir uma comissão que é a coroa da esquerda? A coroa do pensamento marxista, ateísta, anticristão? Eles diziam que Direitos Humanos representava a proteção das minorias, mas não era. Era a plataforma de sustentação do movimento LGBT, que é uma ação mundial responsável pela desconstrução da base familiar.

Sofri perseguição de várias mídias, como Jornal Nacional, revista Veja. Virei matéria de universidade, apanhei na rua, apanhei em avião, tive que tirar filha de universidade. Não conseguiram me parar, porque não me curvei. Não renunciei à Comissão de Direitos Humanos e permaneci firme. Isso foi em março, abril e maio. Em junho começaram as manifestações populares. O povo brigava por 10 centavos e tudo culminou com o impeachment da presidente Dilma.

Análise do fato
A Bíblia afirma que “toda a autoridade é por Deus constituída”. Se assim é, então, Deus levou Hitler a matar seis milhões de judeus? Se Deus levantou toda a autoridade, Deus levantou o PT para roubar o país e matar gente na fila do SUS, sem saúde?

Comecei a estudar isso profundamente e sabe o que descobri? Que a autoridade constituída por Deus é aquela constituída por Ele. Nos tempos bíblicos, os reis eram ungidos com óleo sobre a cabeça. Aquelas autoridades eram ungidas por Deus. Em uma democracia, não é Deus quem elege, é o povo. Ou seja, Deus não interfere na democracia.

Por quê? Por causa do livre-arbítrio. Deus não pode chegar aqui e convencer as pessoas a votarem neste ou naquele. Deus não pode mexer na estrutura democrática porque foi o povo quem elegeu o governante. E cada povo tem o governante que merece.

Como mexer na situação desse governante? Criando um mecanismo legal. Deus não infringe lei. Qual o mecanismo legal que Deus faz? Deus pega um homem do altar e leva para a política. Enquanto estão batendo no político Marco Feliciano, Deus não pode fazer nada, porque é democracia. Mas quando param de bater no político e começam a correr atrás do Marco dentro da igreja, quando rasgam a Bíblia, por exemplo, aí Deus fala: “Opa! Agora não estão mexendo mais com o político. Estão mexendo com o meu ungido e com a minha noiva. Agora eu posso interferir na esfera da política brasileira”.

E o povo começou a orar. A minha vida uniu católicos e evangélicos em oração. Foi a primeira vez na história do Brasil que todas as religiões cristãs se esqueceram das diferenças e levantaram preces por uma pessoa que apanhava de um movimento que destruía a imagem do ser humano, a imagem que Deus criou, o homem e a mulher. Então, esse clamor subiu ao céu e Deus atuou.

Representatividade
Meu mandato é um mandato parlamentar, é um voto de representatividade. Quem votou em mim foram pessoas que pensam como eu, que possuem os princípios do Cristianismo.

Não posso carregar para dentro da política o ranço religioso, mas posso carregar para a Política a Filosofia de Cristo. Então, não tem como dissociar a imagem do pastor político ou do político pastor. É uma pessoa só.

Por exemplo, católicos e evangélicos podem ter divergências em questões doutrinárias, mas em questões de interesses sociais, morais, nós convergimos. Mais são as coisas que nos unem do que as coisas que nos separam.

E isso também me aproximou do movimento católico. Em 2013, recebi apoio do Vaticano. Depois recebi apoio de um grupo de uma linha da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil).

“Feliciano chama católicos de demônios”
Quem é da mídia sabe. Se você recebe uma ordem de seu editorial para destruir uma pessoa, você pode não encontrar algo contra ela agora. Mas pode ir no passado dela e descobrir algo.

Então, o que fizeram? Voltaram no meu passado e pegaram mensagens na Internet de 20 anos atrás. Editaram pedacinhos e colocaram no ar como se eu estivesse falando aquilo agora, a fim de jogar os católicos contra mim.

Só que eu nunca tive dificuldades de usar a marcha à ré do meu carro. E fiz um vídeo dizendo: “Falei, não minto. Hoje não falaria, porque falei quando eu era criança. Falei porque o padre fulano de tal falou mal dos evangélicos. Mas hoje esse padre está do meu lado e é meu amigo. Deixamos as diferenças e nos unimos num propósito só”.

Aproximação com o Cristianismo
Aos meus 6 anos de idade, eu morava a 150 metros da Paróquia Cristo Rei. Um dia, acordei com o barulho do sino chamando meu nome “mar-co, mar-co” e, sem que ninguém percebesse, troquei minha roupa e parti para a igreja. Participei da missa, mas não sabia como voltar para casa. Fui levado de volta até meus pais e quando cheguei, havia um carro de polícia na minha rua. Todos achavam que eu havia sido sequestrado.

A partir daí, me tornei coroinha da igreja e, na falta de professores, até passei a dar aulas de Catecismo. Isso aos 8 anos de idade. Eu tinha fome e sede de Deus. E o mais surpreendente é que aquela igreja da minha cidade não tinha sequer um sino. Eu ouvia o meu nome na batida de um sino imaginário. Portanto, existe algo que transcende, que é metafísico. Fui escolhido por Deus. Eu já tinha uma missão cristã, só não sabia qual era.

O envolvimento com a Igreja Evangélica
Eu estava com 10 anos de idade, quando na esquina da minha casa apareceu uma espécie de mini trio elétrico. Era uma kombi cortada ao meio com uma carroceria. Nela colocaram um telão e anunciaram que iam passar um filme (na época, a gente não tinha nem televisão). E toda molecada foi lá para assistir a Paixão de Cristo e ainda recebemos um livreto com o Evangelho de João.
Quem lesse e respondesse a um questionário ganharia um diploma. E lá fui eu para a Igreja Batista receber o prêmio que eu queria.

Ensaios de liderança
Como eu já havia lido o livreto e ganhado o diploma, a igreja me perguntou se eu não queria ensinar aos meus amigos sobre o que havia aprendido. Coloquei uma mesa na rua, chamei todos os amiguinhos e fui professor da Bíblia para eles. Por isso, penso que já nasci com este perfil. Se eu não fosse pastor, teria me tornado padre.

Conversão
Foi por volta dos 12 anos de idade. Eu trabalhava como guarda-mirim, junto com um rapaz chamado Ronaldo, que vivia assobiando uma música. Aquilo me chamava atenção e eu também achava a canção bonita. Um dia ele assobiou e começou a chorar. Eu perguntei que música era aquela e ele cantou: “Deus está aqui. Tão certo quanto o ar que eu respiro…” Aquilo entrou no meu coração.
Quando ele me disse que sua igreja cantava a canção, eu pedi para ir até lá. E em uma quinta-feira chuvosa, lá estava eu, encantado com o culto. Era uma Assembleia de Deus. E assim, eu me converti ao Evangelho de Cristo.

Primeiros trabalhos
Comecei engraxando sapatos. Aos 7 anos, ganhei de meu pai uma caixa de engraxar sapato. Dos 9 aos 10 anos, fui trabalhar com minha família, cortando cana-de-açúcar, apanhando laranja, algodão e café. Dependia das safras que eram rotativas.

Conhecimento bíblico
A primeira Bíblia que li foi a Bíblia Ave Maria. Foi no período em que fiz o Catecismo. Li aquela Bíblia de capa a capa aos 9 anos de idade. Era a Bíblia Católica, tinha sete livros a mais e eu decorava as historinhas bíblicas. Quando entrei para a igreja evangélica, já sabia muita coisa e fui me tornando um estudioso da Palavra.

Cheguei a fazer a faculdade de Direito em 1991, mas fiz a escolha de mudar para Teologia na Faculdade de Educação Teológica Logos (FAETEL). Fiz mais quatro cursos teológicos e depois um mestrado por uma universidade americana, o Instituto Hosana. E recebi o título de doutor em Divindade.

Sobre Billy Graham
Acredito que dom é algo que é dado, você não compra. E Deus marca cada um com um talento. Eu lembro que, quando menino, fui assistir Billy Graham pregar. Assisti ele falar por 35 minutos e quase dormi com aquela mensagem. E ainda falei “mas isso é que é Billy Graham?”. Só que quando ele fez o apelo, 30% do estádio desceu chorando. Ninguém conseguia explicar aquilo. Porque é um talento, é um dom. Não vem da terra, é do céu.

Ciúmes e invejas
O que matou Jesus? Foram os ciúmes. Foi a inveja dos doutores da lei. Uma vez falaram assim: “Quem é esse menino? Ele não tem ‘pedigree’. Ele veio de onde? Caiu de paraquedas no meio evangélico?”. Comentavam que eu não tinha raiz. Porque, de repente, eu saio do nada e me torno um pregador conhecido, principalmente no meio das Assembleias de Deus no Brasil.

Pastor Silas Malafaia também é conhecido. Só que ele tem 30 anos de televisão. A televisão jogou ele para o Brasil. Eu preguei em 4 mil cidades do país e em mais de 80 países do mundo. Então, fiquei conhecido cavando poço. E isso também causa certo ciúmes.

Sua igreja em Orlândia
Moro em uma cidade pequena, onde nasci e que tem hoje 30 mil habitantes. A Assembleia de Deus é a igreja mais antiga da cidade. Está lá há 70 anos e deve ter uns 300 crentes.

Fundei meu próprio ministério porque respeito as doutrinas da igreja mais velha, mas creio que são costumes culturais. Pedi sua bênção e parti para um novo trabalho. Hoje nossa igreja já tem 300 pessoas. É um povo que amo, mas nem sempre posso estar presente. Creio que prego de duas a três vezes por mês somente. Mas temos uma equipe de pastores atuantes.

Marca maior do ministério
Eu recebo o nome de pastor, título de pastor, porque pastoreio, mas o meu espírito é evangelístico. Sou um evangelista. Muitas pessoas não gostam de ser chamadas de evangelistas. Billy Graham não morreu como pastor, mas como o evangelista Billy Graham, porque ele vivia evangelizando.

Tenho um viés evangelístico muito forte. Minhas mensagens são agressivas, chamam a pessoa à responsabilidade da fé. É uma mensagem de despertamento e avivamento. A marca de meu ministério é avivar, que significa tirar alguém da morte para a vida.

Ministério pastoral e Parlamento
Quando tomei posse na Câmara Federal, ouvia os comentários: “Nós perdemos o pastor. Perdemos o evangelista”. E tive que me desdobrar entre ser um parlamentar e continuar pregando. Eu queria provar para a igreja que era possível ser um homem público, político, honesto, e permanecer cheio do Espírito Santo.

Com o pouco tempo do qual disponho, eu me sacrifico, sacrifico minha família a fim de dar conta de permanecer como um ser político e ainda um homem do altar. E tenho conseguido.

Base e preparo
Quando me tornei parlamentar, não conhecia nada de Política. Nunca fui candidato nem para síndico de prédio. Não fui vereador, não fui deputado estadual. Já entrei como deputado federal. Então, tive que voltar a estudar e me preparei. O primeiro livro que li foi o regimento interno da Câmara dos Deputados a fim de saber até onde eu poderia ir ou não. E começaram a questionar: “Ele chegou aqui ontem e já sabe de tudo?”

Fui o primeiro parlamentar em anos, no primeiro discurso dentro do Parlamento, a invocar o nosso regimento interno porque eu queria ler a Bíblia na tribuna. Alguém questionou: “Aqui não é igreja”, ao que respondi: “O artigo 79 do artigo interno da casa diz que ‘a Bíblia deverá ficar aberta à direita do presidente, podendo fazer uso dela qualquer parlamentar que quiser’, porque o Estado é laico, mas a nação não é. A nação é cristã. É por isso que tem um crucifixo aí”. Nunca ninguém tinha lido esse termo. Então, quando você estuda, você sai na frente.

Uma vez, em 2013, eu apanhei muito do professor Olavo de Carvalho. Ele fazia vídeos como quem diz: “Esse menino, esse rapaz, é um ignorante, é um burro. Tem na mão a faca e o queijo”. E eu parei para ouvir em vez de brigar com ele. E pensei que ele tinha mesmo razão. Eu era um despreparado. O que fiz? Afundei em livros. Nesses últimos sete anos como parlamentar devo ter lido uns 400 livros sobre Política, Filosofia…

Maior defeito
Acreditar demais nas pessoas. Por exemplo, se eu tenho, pela graça de Deus, o fruto do Espírito, que é o domínio próprio, eu não tenho discernimento de espírito. Qualquer pessoa me leva a acreditar nela.

Melhor qualidade
A coragem, a intrepidez.

Desarmamento da sociedade
A pregação do Socialismo é uma pregação utópica. É o céu na terra. Todo mundo é igual, tem paz e amor. E para ter paz e amor, você não pode ter armas. Então, a pregação do Socialismo em todos os países em que entrou é “desarme a população”. Só que aqui você tirou a arma do cidadão de bem, mas não conseguiu tirar da mão do bandido. Como você deixou o bandido armado, você mandou a seguinte mensagem subliminar para ele: “Você pode entrar na minha casa a qualquer hora porque eu estou despreparado para proteger a minha família. Eu não tenho arma na minha casa”.

Por que nos Estados Unidos as casa não têm muro? O carro pode ficar a céu aberto? Porque todo americano tem uma arma dentro da casa dele. Os Estados Unidos têm 300 milhões de armas registradas. Cada americano tem, no mínimo, uma arma. E é o país mais seguro do mundo. O menor índice de morte por armas de fogo é nos Estados Unidos. Por quê? Se o bandido pisar no quintal de uma pessoa nos Estados Unidos da América sem sua permissão, se invadir sua casa, o dono pode dar um tiro no intruso. Isso será tratado como legítima defesa. O cidadão está defendendo sua família.

No Brasil, se você mata uma pessoa nesta situação, você vai preso e o Estado paga para você o auxílio reclusão. É uma loucura. O Socialismo é uma pregação utópica de desconstrução da sociedade e que toma conta das universidades.

Certa vez, assisti a um debate onde disseram: “O bandido não é bandido. Ele é um revolucionário em forma de um embrião. Ele está matando o outro porque está num colapso social. Está no grito dele, está matando o outro porque não tem dinheiro para comprar um tênis, porque é culpa do capital”. Gente! Isso é mente de maluco.

Depois, assisti a uma socióloga, a Marcia Tiburi, dizendo: “Eu vejo lógica e razão no assalto” e que não se pode punir o assaltante porque ele é um revolucionário. Isso é mais do que Direitos Humanos, é uma aberração. O Socialismo é uma desgraça.

Igualdade
Sabe qual é a principal pregação do Socialismo? É a igualdade. Não é isso que todo mundo prega? Todo político vai falar: “Lutamos por um país justo, cheio de igualdade”. Só que a igualdade é o princípio da falência do universo. Não é do planeta terra, é do universo.

O primeiro pecado não se deu na terra, se deu no céu com Lúcifer. E qual era o desejo dele? Ser igual a Deus. E depois que ele caiu, colocou isso no coração de Eva. “Se você comer do fruto, você vai ser igual a Deus”. De novo a igualdade. As mulheres querem igualdade. Ideologia de gênero é igualdade. Mas não existe ninguém igual. Nós não somos clones. Você não foi clonado de uma mesma célula. Somos seres humanos. Somos indivíduos.

Injustiças sociais
Quando você vive em um país com tantas injustiças sociais, a gente vai entrar naquele discurso de que “ah, ele é pobre porque veio de uma família pobre. O outro é rico porque é abastado”. Mas nisso tudo entra muita corrupção. Entra a falência do Estado, a ausência do Estado, que não soube educar o menino, que não abriu portas. Muita injustiça é criada devido a existência da corrupção. Ela desvia todo um dinheiro indevido. E a corrupção nasce com a Democracia.

Winston Churchill dizia: “Entre todos os regimes de governo conhecidos, não tem nenhum melhor que a Democracia. Mas também não tem nenhum pior do que ela”. Porque Democracia significa liberdade. Sim, a Democracia é o melhor sistema. Nós só temos que encontrar um meio termo para ela. Talvez o Parlamentarismo. Nos Estados Unidos, a Democracia funciona plenamente, é um regime democrático como o nosso, que nós chamamos de Presidencialismo de coalisão. O presidente governa com o Parlamento.

Mas lá tem história. Olha o nosso Parlamento como é. Um Parlamento que elege o Tiririca com um milhão de votos? Alguém que não sabe ler nem escrever? Falta educação para o povo. Falta formação de pensadores. Para você refletir e criticar, precisa conhecer os dois lados da questão. Não adianta ter uma escola que só forma gente bitolada em esquerdismo.

Mudanças no Brasil
Levará, no mínimo, 30 anos para o Brasil voltar a ser o que era antes do PT. Será um longo período até se recuperar. Porque nós perdemos uma geração. Atualmente, damos de cara com uma geração completamente alienada, perdida. A Geração Internet, a geração dos meninos de escola que não respeitam pai, mãe e professor.

Não temos hoje como trabalhar a mente do velho. Temos que governar pensando em entrar na escola de novo, gradativamente, criando uma geração que possa estudar Organização Social e Política Brasileira, Educação Moral e Cívica. Ninguém percebe que isso foi arrancado do currículo. Você não ensina mais para uma criança o que é moral, o que é amor à pátria. E assim, você cria anarquistas. E ninguém foi vendo isso acontecer. Muitos estavam ocupados porque podiam comprar geladeira, carro, cerveja…

Candidatura
Em princípio, sou pré-candidato a reeleição como Deputado Federal. Oro para ter uma expressividade maior de votos, pois quero construir uma carreira para Presidente da República. Eu aposto no que o IBGE disse que, dentro de 10 a 15 anos o Brasil será um país evangélico. Então, será valioso termos um evangélico bem preparado no Governo, que tenha conhecimento de causa, base, estrutura.

A mídia tentou destruir a minha imagem. Criou um ranço, ditando que eu sou homofóbico, um misógeno, um racista. Vai levar um tempo até essa imagem ser limpa.

Missão como parlamentar
Nós aprovamos inúmeros projetos bons para o país e eu fiz parte disso. Só que mais que apresentar projetos, eu preciso proteger bandeiras. Qualquer projeto que fere a família, a liberdade de
expressão e a liberdade religiosa, quando eu chego, os presidentes de comissão já tiram o projeto de pauta, porque sabem que virá o embate. Portanto, sei que estou ali mais para proteger do que para apenas fazer projetos.

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