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Pierre Borges - 10/02/2021 18h08 | atualizado em 11/02/2021 11h09

Luís Ernesto Lacombe apresenta o Opinião no Ar Foto: Reprodução

O jornalista Luís Ernesto Lacombe, apresentador do programa Opinião no ar, da Rede TV!, revelou ao Pleno.News, em uma live feita no dia 2 de fevereiro, que não conseguiu entender a morte de seu pai e que acabou se afastando de Deus, mas seu filho e sua esposa foram responsáveis por trazê-lo de volta à fé. Lacombe também contou outros detalhes de sua vida pessoal.

Lacombe foi jornalista da Rede Globo por 17 anos e também já passou pela Band. O jornalista, muitas vezes, é atacado por ser de posição conservadora. Com 29 anos de carreira, o apresentador já cobriu grandes eventos, como o acidente com o avião da Chapecoense, em 2016, e o atentado às Torres Gêmeas do World Trade Center, em 2001.

Confira, a seguir, uma parte da entrevista.

Pleno.News Entrevista
Luís Ernesto Lacombe
por Pleno.News - 04/02/2021

Qual foi a notícia mais difícil de dar?

A mais difícil foi a queda do avião da Chapecoense. Quando eu participei da cobertura do atentado de 11 de setembro, eu estava ao vivo quando o segundo avião pegou a torre. Foi um momento muito complicado. Eu tinha feito o jornal das 7h, das 8h, das 9h, aí, no intervalo entre o das 9h e o das 10h, a imagem da primeira torre sendo atingida surgiu na agência, e fiquei no ar até as 5 horas da tarde…

Até passei um tempo me gabando de que nada mais me assustaria, de que nada podia ser tão complicado quanto aquilo, porque era o mundo se modificando; e, de repente, eu me vi às voltas com a tragédia do avião da Chapecoense. Foi muito complicado, porque eu tinha muitos amigos naquele avião. Nós tínhamos uma equipe da Rede Globo, na época.

E ali eu estava dando notícias de um acidente que não é bem um acidente, né? Deixaram de botar combustível no avião. Então, eu estava dando uma notícia sobre uma tragédia que envolvia pessoas próximas, amigos meus, e foi muito difícil. Naquele dia, a gente entrou um pouco mais cedo e saímos bem mais tarde. Fomos de 7 até umas 9h30 da manhã naquela cobertura, e eu tive a esperança, durante todo o jornal, de dar a notícia de que acharam meus colegas. E, de repente, quando o jornal termina, eu me dei conta de que eles tinham mesmo morrido. Pra mim, foi a pior notícia de todas.

O que é ser um péssimo jornalista?
É não trabalhar com a verdade. É não apurar, não ir à fontes primárias, é o “ouvi dizer”… Isso é terrível!

Qual é a sua comida favorita?
Eu tenho um paladar infantil, infelizmente. Eu não sou muito da cozinha requintada. Eu como, claro, mas tenho muitas frescurinhas. Não como carne crua, mal passada… E meu prato preferido é pizza.

Qual é o seu hobby preferido?
Depois que eu parei de velejar federado, correndo regata, hoje em dia confesso a você que não tenho tido tempo pra muita coisa. A leitura, para mim, nunca foi um hobby. A leitura faz parte da minha formação.

Acho que o hobby tem um sentido mais de lazer. Tudo bem que eu também leio livros de romance e que servem como um lazer e relaxamento. Um vôleizinho de praia, gosto de pegar onda de vez em quando… e de peito. Nada de prancha. De prancha, eu sou prego total. Tive meus hobbys quando menino. Gostava de montar aviãozinho, de coleção de selo. Eu fazia umas coisas assim. Acho que eu não tenho um hobby não.

Qual manchete você sonha em dar?
As pessoas falam muito em desigualdade social, que é outra bobagem. O que a gente precisa combater é a extrema pobreza, é a miséria. Então, eu gostaria de um dia poder fazer uma manchete desse tipo: Brasil elimina a miséria. Porque essa história de combate à desigualdade social, isso é uma bobagem!

Desigualdade social sempre houve e sempre haverá. Mas a gente tem que combater a miséria, a extrema pobreza; e o capitalismo é o caminho. Se você for olhar como era em 1940, tinha muito mais gente. Em 1960, você tinha 40% da população mundial vivendo na extrema pobreza; e, antes dessa Covid, você tinha 8%. Infelizmente, com todas as medidas que foram tomadas de “combate”, entre aspas, à Covid, com essa derrocada econômica mundial, esse índice de pobreza no mundo saiu de 8 para 9,4%.

Deus na sua vida
Já estive afastado dele quando perdi meu pai. Foi um momento de extrema revolta. Meu pai morreu aos 49 anos de idade. Morreu diante de mim, comigo tentando ressuscitá-lo, fazendo massagem cardíaca. Foi um momento muito complicado. Não consegui entender. Ele era minha referência.

Era uma referência positiva e negativa, porque obviamente ele teve influências que não foram boas na minha vida, ainda que eu tenha percorrido esses caminhos tortuosos universitários, profissionais, muito por conta da pressão dele. Mas consegui sempre aprender muito com as minhas experiências.

Só que fiquei muito revoltado com a morte tão prematura do meu pai e me afastei muito… E ainda bem, voltei a me aproximar de Deus muito por conta do meu filho mais velho, o Pedro, que é católico praticante. Então, ele me puxa muito [para isso] e minha mulher também, a Gisa, que vem de uma família italiana. São todos muito católicos, e eles me puxaram de volta para Deus. Ainda bem!

Uma frase para descrever a sua mulher
Eu não tenho como resumir o que a gente vive. Tenho um casamento muito longo, o que é muito raro hoje em dia. Ainda que, entre os meus amigos, todos nós estejamos casados há muito tempo, isso é muito difícil. A Gisa e eu faremos 28 anos juntos em maio. É um bocado de tempo!

O que que posso dizer é que a gente se ama e que a gente preza muito pela paciência, pela resiliência, porque o casamento é como a vida. A gente vai ter momentos bons, momentos não tão bons, momentos mais difíceis, e o que eu percebo hoje em dia é que as pessoas se separam com muita facilidade. Elas brigam muito pouco pelos relacionamentos.

É muito fácil você descartar um relacionamento porque “não deu certo”. Simplesmente batem a porta e vão. Então, a gente consegue fazer com que esse nosso amor seja resiliente. Obviamente que, com 28 anos de casado, você já não tem o que você tinha lá no início do relacionamento, mas tem outras coisas. A gente está cada vez mais parecido um com o outro.

* Você pode ouvir a entrevista com Luís Ernesto Lacombe em podcast no Pleno.News, no Spotify, na Deezer, no Google Podcasts e no Apple Podcasts.

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