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Em entrevista exclusiva ao Pleno.News, ele garante que Prefeitura do Rio será muito melhor em 2018

Emerson Rocha - 29/12/2017 14h11 | atualizado em 02/01/2018 15h55

Secretário Índio da Costa visitou redação do Pleno Foto: Emerson Rocha

Em 2017, o deputado Índio da Costa foi convidado pelo prefeito eleito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, para ser o secretário Municipal de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação. Ele ergueu as mangas e trabalhou muito durante todo ano, já que trata-se de uma pasta estratégica para a Prefeitura até o final da gestão, em 2020.

Mas apesar de estar motivado com a função e satisfeito com o trabalho que vem realizando, Índio da Costa deve deixar a Secretaria no ano que vem. Tudo porque, ele tem o objetivo de ser um dos candidatos ao governo do estado. Depende apenas da decisão do partido (PSD) confirmar o nome dele para o pleito.

Em entrevista exclusiva ao Pleno.News, Índio da Costa critica a gestão anterior da Prefeitura do Rio e garante que o trabalho de Marcelo Crivella será ainda mais notado pela população, em 2018.

Como avalia o trabalho da Prefeitura neste primeiro ano de governo Crivella?
Este ano foi bem difícil. Só para ter uma ideia, a dívida com as Olimpíadas vai até 2042. Ainda havia cerca de um bilhão e 400 milhões de reais empenhados, que foram cancelados e ficaram fora do sistema da prefeitura. O que isso quer dizer? Essa reserva, que era para obras e serviços que foram contratados no governo anterior, uma vez cancelada, você não tem a garantia daquele dinheiro em caixa para pagamentos. Na prática, para não ficar inelegível, o que o prefeito fez foi deixar de fora do sistema esse valor todo. Foi criado um servidor que não existe, um servidor falso com a matrícula falsa que foi quem fez o cancelamento do empenho. Isso é crime, que agora está por conta do Ministério Público, onde o ex-prefeito terá que responder um inquérito criminal e outro cível. Por tudo isso, 2017 foi um ano muito difícil. Mas 2018 será bem diferente. A gente conseguiu reduzir de 35 para 11 o número de secretarias. Então, de fato, a gente está rearrumando o governo para que ele comece a avançar na direção de cuidar das pessoas, que era nossa proposta. Não que não tenha sido feito isso em 2017, mas foi uma avalanche de problemas que a gente recebeu.

Com o orçamento feito pela própria equipe econômica, a gente pode afirmar que 2018 será bem melhor?
Com certeza, quando você faz orçamento no seu governo, se faz para os quatro anos seguintes. Isso entra no primeiro ano do prefeito que entrará no futuro. Foi o que aconteceu para 2017. Sem dúvida nenhuma, agora as prioridades já serão deste governo e poderemos dar prosseguimento a projetos próprios.

Na área de urbanismo, como você avalia o ano e qual é o grande projeto para o Rio visando 2018?
O grande destaque para o ano que vem servirá não só para o Rio de Janeiro, mas para todo o país. A Câmara de Vereadores, provavelmente agora no primeiro semestre de 2018, votará o novo código de obras da cidade do Rio. É uma nova lei do parcelamento e ocupação do solo, além de novas regras para licenciamento e fiscalização. Para ter uma ideia, vou citar apenas uma das medidas. O código de obras atual tem 38 leis. Ele vai passar a ter uma lei só. Há também 600 artigos, que passarão a ser apenas 40, sete vão servir para o servidor analisar e dar uma licença. Os outros são referentes à autodeclaração. Além disso, o que a gente está considerando é um Rio de Janeiro moderno, autorizando coisas que não eram autorizadas. Nas comunidades, a gente está autorizando a construção formal, com o registro geral de imóveis, chamada metragem mínima média de 20 metros quadrados. Ou seja, quem tiver um terreno poderá construir um prédio no lugar de uma casa de forma legal para abrigar novas famílias. Já está acertado com a Caixa Econômica Federal para financiar esses imóveis e transformar a vida das pessoas que moram em favelas. Outra novidade desse ano que está acabando foi a entrega de muitos títulos de propriedades em comunidades urbanizadas do Rio. Essa distribuição foi 70% maior que na gestão anterior. Assim, o morador terá mais tranquilidade em seu imóvel, por ter a documentação, ele não viverá mais o fantasma de uma invasão ilegal.

Em relação a obras, uma que ainda atrapalha muito a vida do carioca é a TransBrasil. Como está o andamento dela? Tem previsão para terminar?
A TransBrasil é uma obra que está empregando 6 mil pessoas. Infelizmente, no governo passado, quando foi iniciado, o projeto só ligaria Deodoro até o Caju. E isso não conecta toda a cidade. O ideal é que o BRT chegue até a Rodoviária Novo Rio. Com isso, as pessoas poderão vir da Baixada Fluminense, outras cidades e estados até Avenida Brasil e seguir para o Centro do Rio nesse importante corredor de ônibus. Mesmo sem a promessa no projeto anterior, vamos fazer esse trecho do Caju até a Rodoviária. Então, a expectativa é terminar a primeira etapa, que a gente já tem dinheiro em caixa para ela, mas daqui pra frente, fechar o projeto como um todo ao longo da nossa gestão. Com isso, a gente conseguirá atender o maior número de pessoas e conectar os transportes, com BRT, trem e metrô.

Como relator da Ficha Limpa, como está vendo esse decreto de indulto de Natal assinado pelo presidente Michel Temer?
Tenho muito respeito pelo presidente Temer, mas acho que ele errou e de forma acachapante. Não pode dar indulto para ninguém. Alias o indulto é um absurdo. Tem que acabar com a redução de pena e esse negócio de que o sujeito, que é preso por 30 anos, só ficar cinco anos na cadeia, porque teve um bom comportamento. Lugar de preso é na prisão.

A gente vê que você é um secretário muito atuante. Está confirmada sua candidatura para o governo do estado nas próximas eleições?
Quero muito ser governador do Rio. Estou me preparando para isso. Tudo depende da aprovação do partido na convenção. Por enquanto, não apareceu outro colega no PSD querendo ser candidato. Quero muito ser governador do Rio, porque é nessa crise que a gente faz as mudanças necessárias para que o estado passe a trabalhar para a sociedade. Diferente desse jogo político feito pelo PMDB, como a gente viu nas pessoas que foram presas. Já que os políticos trabalhavam para os políticos. A espinha dorsal disso era a corrupção. Hoje em dia, a sociedade também tem noção disso. Então é possível fazer as mudanças necessárias para o estado trabalhar para a sociedade, e não mais para políticos. O interesse tem que ser atender as pessoas e cuidar da sociedade.

Qual é a mensagem que você deixa para a população carioca neste fim de ano?
O ano que vem será melhor que 2017. Mas teremos que tomar decisões fundamentais. Teremos eleições para Presidência da República, Congresso Nacional, Senado, Assembleia Legislativa do Rio e Governador do Estado. O ano que vem será de reflexão e de virada. Quem vai fazer a virada não são os políticos, é a sociedade. É fundamental que a decisão de cada um, no ano que vem, seja feita com muita reflexão. Para que a gente possa eleger em todos os níveis, pessoas que têm comprometimento e capacidade. A renovação será feita por pessoas que se qualificaram e se prepararam a vida inteira para fazer um bom trabalho. Eles têm que ter oportunidade nesse momento. Só assim, sairá a grande virada que o Brasil tanto precisa.

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