Yvelise de Oliveira - 05/12/2017 09h15

Quando vejo um bicho morrer sinto-me infinitamente triste. Tenho uma sensação de perda muito maior do que ouso confessar.

É difícil encontrar quem entenda que há uma dor que se esconde. Há uma dor que nem sempre é revelada na perda de um animal que amo.

Sei que vão me perguntar como posso amar tanto assim a quem não é como nós. É só um gato, é só um cachorro, é só um cavalo, é só, é só, é só… um bicho.

Sinto que não é confessável nem admissível, neste mundo tão humano, amar assim quem vive apenas para nos amar a nós, chamados humanos.

Mas a dor para mim é grande e a perda insubstituível.

A maioria das pessoas não entende, não chega nem sequer a suspeitar da dor que me consome e me leva a chorar sinceramente a perda de um amigo de quatro patas.

Amo os bichos, amo muito e hoje vou confessar, mesmo que não seja por vocês esperado que eu diga: Amo profundamente, ternamente e totalmente todos os cães e gatos que dividem espaço no meu planeta. São donos do meu coração.

A perda de um animal de estimação, em si, faz parte da minha jornada! Assim, agradeço ter podido viver esse amor tão intenso e correspondido por todos os “meus bichos”. E por isso me sinto muito grata.

É bom poder escrever que amo, amo e vou sempre amar a todos os cães e gatos que meus olhos possam ver e meu coração possa abrigar.

Como é que as pessoas conseguem criar bichos para depois comê-los? As galinhas do quintal! Os marrequinhos que nascem na nossa frente, lindinhos, amarelinhos, com a penugem como ouro. Patos e gansos, esses últimos que são parecidos com os cães, e outros, muitos outros, que as pessoas devoram como se não bastassem os açougues, pingando sangue.

Isso me lembra a história de João e Maria que a bruxa prendeu e engordou para comer. Pânico total!

Yvelise de Oliveira é Presidente do Grupo MK de Comunicação; ela costuma escrever crônicas sobre as suas experiências e percepções a cerca da vida. Há alguns anos lançou o livro Janelas da Memória, um compilado de seu material. Atualmente está em processo de finalização de uma nova obra, Suspiros da Alma.