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A virada do ano

O ano novo traz sempre um vento novo cheio de promessas, de boas-novas, um clima de amor no ar, um sorriso em cada rosto

Yvelise de Oliveira - 26/12/2017 08h00

Fomos eu, meu marido, minha amiga Odete e três netos ver de perto o ano-novo nas areias de Copacabana.

Lá bem no meio do povão, são mais de dois milhões de pessoas de todas as partes do Brasil e do mundo. É gente que não acaba mais; mas havia paz no ar, nas pessoas, nos vendedores de tudo, tudo mesmo, e o povão se misturando.

Ricos, médios, pobres, pretos, brancos, mulatos, asiáticos, nórdicos com suas bermudas brancas, sapato e meia; e o povo acampou na praia.

O calor é de matar, úmido e visguento, mas eu sou carioca e o Rio é quente; a gente se acostuma.

Gosto de tudo em volta. O cheiro do mar, das velas, o branco que o povo veste numa homenagem à paz. Não acredito em sorte. Sorte não existe. Existe fé e acreditar em vencer.

Mas o povo à minha volta está muito tranquilo. São famílias inteiras; três gerações com carrinho de bebê, gente que veio ver a maior queima de fogos de todo o mundo.

Sentam-se em cadeiras de alumínio e esperam sorrindo o último suspiro do ano.

Faz alguns anos que não fico no meio da areia, junto ao mar, bem no meio do povão para ver a passagem de ano. Fui para me distrair, curtir o momento e só vou ver o que é bom. O resto não importa, o marzão é lindo, o céu brilha na escuridão cheia de luzes da areia iluminada.

O povo carioca é muito irreverente e peculiar em suas atitudes. Hoje todos decidimos que é um momento de paz, vamos amar nossa cidade, nossa praia; nossas mazelas deixamos para trás.

O céu vai explodir à meia-noite. A maior queima de fogos ao ar livre vai ser realizada. É tão lindo que a gente perde o fôlego.

Não existe nada igual à praia de Copacabana explodindo em cores mar adentro. Cascatas de fogos caem dos prédios. Luz, luz por toda parte.

Nas areias, há uma miscelânea das muitas crenças, igrejas que pregam a sua fé das formas que cada um crê e isso com todo o respeito; ninguém aqui neste país é proibido de expressar suas crenças religiosas.

O povo dança sua fé. Velas, flores, barquinhos são colocados no mar. Com oferendas o mar fica cheio de flores brancas. Mil velas acesas…

São católicos, espíritas, candomblés, macumbeiros, budistas, evangélicos, esotéricos de mil facções e um monte de gente que não identifico; só nós compreendemos toda essa mistura. Todos aguardando o ano-novo.

O ano novo que traz sempre um vento novo cheio de promessas, de boas-novas, um clima de amor no ar, um sorriso em cada rosto.

Yvelise de Oliveira é Presidente do Grupo MK de Comunicação; ela costuma escrever crônicas sobre as suas experiências e percepções a cerca da vida. Há alguns anos lançou o livro Janelas da Memória, um compilado de seu material. Atualmente está em processo de finalização de uma nova obra, Suspiros da Alma.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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