Os animais e o verão
Pequenas alterações na rotina garantem a saúde de cães e gatos.
Vinícius Cordeiro - 25/01/2019 15h17
Com a chegada do verão, as altas temperaturas aumentam nossa preocupação com o bem-estar dos animais domésticos. Assim como as pessoas, os animais de estimação também precisam se adaptar ao calor e à umidade. Pequenas alterações na rotina garantem a saúde de cães e gatos. Os cães não transpiram como nós. A respiração é a única forma de controlar o processo de refrigeração e manutenção da temperatura corpórea ideal. Por isso, quando submetidos ao calor intenso ou a situações de estresse, os cães podem não ter condições de perder calor e entram num processo conhecido como hipertermia, se mostrando muito ofegantes.
Não devemos nunca submeter os cães a situações de intenso calor ambiental como banho e tosa, passear em horários muito quentes, ficar dentro de carros parados ou em viagem. Há algumas raças que têm o focinho curto, como os Bulldogs, Pugs, Boxers, Shitsus, Lhasas Apso, Boston, entre outros. Estes sofrem mais com as altas ondas de calor. Os animais devem ficar em ambiente agradável e sombreado, com água fresca disponível.
Durante o verão, é mais comum a infestação por carrapatos e a proliferação de pulgas – os banhos devem ser menos frequentes, pois diminuem o período de ação da maioria dos produtos usados no controle dos ectoparasitas. Neste caso, manter a pelagem do animal curta ajuda. No caso da presença de pulgas ou carrapatos, deve se procurar um veterinário para fazer a indicação da aplicação dos preventivos e antiparasitários, além de exames de sangue, se necessários.
Os cães também sofrem com as picadas de insetos que, além de provocar incomodo, podem transmitir doenças como a leishmaniose e dirofilariose. As picadas normalmente ocorrem nas regiões sem pelos – ponta de nariz, orelhas, ao redor dos olhos e abdômen – onde é possível visualizar as lesões de picadas com coceira intensa no local. Há de se lembrar também de evitar a exposição dos eventuais ferimentos.
Comuns na estação, as chuvas também trazem a possibilidade de leptospirose, doença transmitida pela urina de ratos, disseminada por enxurradas e alagamentos. Para prevenir, o animal deve ser vacinado regularmente. Animais que vivem em casa devem ter cuidados redobrados e, na possibilidade de apresentar algum sintoma, o atendimento médico deve ser imediato.
O câncer de pele é outra preocupação. Cães e gatos que têm a pele muito clara – ou rosada – quando submetidos à exposição ao sol também podem desenvolver sarcoma, que geralmente ocorre nas áreas sem pelo. Na eventual exposição, deve-se usar o filtro solar.
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Vinicius Cordeiro é advogado, ex-Secretário de Proteção Animal do Rio de Janeiro. |
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Bruna Franco é ativista, dirigente da ONG ADDAMA e produtora executiva da ONG Celebridade Pet. |