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Opinião Vinicius Cordeiro e Bruna Franco: Saiba mais sobre a ansiedade de separação em cães

É muito importante praticar a independência do seu cachorro. Desenvolva um amor equilibrado

Vinícius Cordeiro - 26/04/2018 08h49

A ansiedade de separação é um problema muito comum, especialmente para os cães que passam grande parte dos dias sozinhos, principalmente nas grandes cidades. O instinto do cachorro é viver em matilhas, ou seja, em grupos, pois dessa forma seus ancestrais garantiam sua sobrevivência – os membros da matilha eram responsáveis por avisar quando intrusos se aproximavam do grupo ou até mesmo avisavam quando uma presa estava próxima. Dessa forma, quando seu grupo de “humanos” sai, e o deixa sozinho, o animal tem uma sensação de vulnerabilidade, pois sente que sua sobrevivência está ameaçada. Essa sensação se agrava mais ainda quando o cão é muito apegado ao tutor.

Muitas vezes, as pessoas acabam piorando o problema, ao demonstrar o tempo todo que sentem pena do animal e se despedem dele efusivamente ao sair de casa. Evidentemente que o cão passará a perceber os mínimos sinais toda vez que o dono for sair e os sintomas de ansiedade serão notados a partir desse momento.

Os sintomas da ansiedade de separação incluem: uivar/latir muito e sem parar quando deixados sozinhos, arranhar portas e batentes; destruir móveis e objetos dos donos; babar (hipersalivação); ficar apático, sem brincar ou comer; fazer necessidades em locais inadequados, e às vezes pela casa toda; diarreia e vômitos. Alguns chegam a se mutilar, se mordendo ou lambendo as patas até que acabam se machucando, ou até mesmo se batendo contra as portas de casa.

O diagnóstico da síndrome da ansiedade de separação poderá ser feito por um médico veterinário através de relatos dos tutores e exame clínico (nos casos de mutilações). O tratamento dependerá da intensidade dos sintomas, podendo ser inserido medicamentos e um adestrador.

Algumas dicas para diminuir a ansiedade:

  • Prática de atividades físicas, passeios, brincadeiras, adestramento etc.
  • Fazer um exercício de sair de casa várias vezes ao dia, (iniciando com 5 minutos e retornando, depois aumentando a duração várias vezes ao dia) para que ele entenda que não está sendo abandonado.
  • Sempre que retornar não dar muita atenção ao animal, principalmente se ele estiver muito eufórico, o ideal é ignorá-lo e somente depois que o cachorro se acalmar, dar atenção a ele.
  • Deixar um rádio ligado; simular uma saída, se arrumar várias vezes e não sair; fazer da sua saída algo agradável, deixando aquele brinquedo que ele tanto gosta ou uma roupa com o seu cheiro.

Para evitar a síndrome da ansiedade de separação é importante praticar a independência do seu cachorro, dar afeto nos momentos certos não fará ele gostar menos de você, criará sim um vínculo mais saudável para ambos. Nas situações em que ele apresentar um comportamento sintomático, nunca dê broncas, isto causará mais medos e ele não entenderá o motivo da bronca. Enfim, todos os tipos de excessos na vida causam mal, pratique um amor equilibrado, será saudável para todos. E certamente irá garantir que seu cachorro não seja mais uma vítima da síndrome da ansiedade de separação.

Vinicius Cordeiro é advogado, ex-Secretário de Proteção Animal do Rio de Janeiro.
Bruna Franco é ativista, dirigente da ONG ADDAMA e produtora executiva da ONG Celebridade Pet.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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