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Esporotricose: A doença que afeta gatos e humanos

Uma enfermidade difícil, mas que tem tratamento. Por isso, não abandone, maltrate ou sacrifique o animal com suspeita da doença

Vinícius Cordeiro - 16/08/2018 13h43

Causada por um fungo, a esporotricose é uma micose que pode afetar animais e humanos. O Rio de Janeiro tem tido surtos da doença, desde o início dos anos 90, especialmente em gatos. Há tratamento para a doença, e o diagnóstico dos animais pode ser feito na maioria das clínicas veterinárias. Por isso, não abandone, maltrate ou sacrifique o animal com suspeita da doença. Procure o tratamento adequado e se informe sobre os cuidados que deve ter para cuidar de seu animal sem colocar em risco a sua própria saúde.

Atualmente, a cidade do Rio de Janeiro passa novamente por uma epidemia de esporotricose, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A doença, que pode ser fatal para felinos e que também pode ser transmitida para cachorros e humanos, teve um aumento de 400% em 2017, no número de animais diagnosticados em 2016, em sua maioria gatos. Ao todo, o órgão fez 13.536 atendimentos em 2016, um número bem maior que o verificado em 2015, quando foram registradas 3.253 ocorrências. A secretaria registrou 580 casos em seres humanos. Em pessoas, a infecção tem cura, mas pode provocar lesões gravíssimas na pele.

Infelizmente, o número veio crescendo em 2017, e no primeiro semestre de 2018, agravado com o recuo nos atendimentos públicos da prefeitura da cidade do Rio, e o desmantelamento da SUBEM. Porém, ONGs e protetores têm se mobilizado para combater a doença, e cuidar dos animais infectados, conseguindo a recuperação de milhares deles.

SOBRE A DOENÇA:
A esporotricose, como dissemos, é um tipo grave de fungo que ataca sobretudo gatos. A contaminação ocorre pelo contato das garras do animal com material orgânico em decomposição contaminado, como cascas de árvores, palhas, farpas, espinhos e o solo.

Nos gatos, as manifestações da doença são variadas. Os sinais mais observados são as lesões ulceradas na pele, ou seja, feridas profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente; animais contaminados, como os gatos, também transmitem a doença, por meio de arranhões, mordidas e contato direto da pele lesionada. Os sintomas passam por perda de apetite, apatia, emagrecimento, espirros e secreção nasal.

Em humanos, a doença é transmitida por arranhões e contato direto com a pele lesionada. No gato, a doença pode ser mortal, mas o risco de óbito diminui se o diagnóstico for no início da infecção e o tratamento começar logo.

O homem pega o fungo geralmente após algum pequeno acidente, como uma pancada ou esbarrão, ou ainda, por arranhões e mordidas de animais que já tenham a doença ou o contato de pele diretamente com as lesões.

Mas, vale destacar: isso não significa que os animais doentes não devam ser tratados, pelo contrário. A melhor solução para evitar que a doença se espalhe é cuidar dos animais doentes, adotando, para isso, algumas precauções simples, como o uso de luvas e a lavagem cuidadosa das mãos.

Uma boa higienização do ambiente pode ajudar a reduzir a quantidade de fungos, sendo também importante não manusear demais o animal, usar luvas e lavar bem as mãos. Em caso de morte dos animais doentes, não se deve enterrar os corpos, e sim incinerá-los, para evitar que o fungo se espalhe pelo solo. Há atendimentos de baixo custo e alguns gratuitos.

Francisco, um caso de sucesso no tratamento da esporotricose Foto: ONG Oito Vidas

PARA PROCURAR AJUDA, NO RIO DE JANEIRO:
No Rio de Janeiro, onde nós colunistas estamos, esse atendimento é atribuição da Secretaria de Saúde, sendo que o Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman também pode contribuir com informações e atendimento. O IJV fica na Avenida Bartolomeu Gusmão 1.120, em S. Cristóvão. O contato é: ijv@rio.rj.gov.br. Outra opção é o Instituto Paulo Dacorso Filho, no Largo do Bodegão 150, em Santa Cruz.

Muitas ONGs têm feito esse atendimento, e os protetores podem orientá-lo quanto ao correto manuseio, que preserve a saúde dos animais. O abandono dos gatos infectados é pior: pode contribuir, certamente, para a maior disseminação da doença. O atendimento a pessoas contaminadas pode ser realizado nas clínicas da família e centros municipais de saúde mais próximos à casa do paciente.

Vinicius Cordeiro é advogado, ex-Secretário de Proteção Animal do Rio de Janeiro.
Bruna Franco é ativista, dirigente da ONG ADDAMA e produtora executiva da ONG Celebridade Pet.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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