Animais, férias, família e viagens
Quais as expectativas e os problemas de quem pretende viajar na companhia do seu companheiro
Vinícius Cordeiro - 10/01/2019 17h00
Passaram-se as festas natalinas e de réveillon, e quem, na verdade, viaja com o seu animal de estimação? Ou melhor: quem não prescinde do seu animal de estimação nas férias? Quais as expectativas e os problemas de quem pretende viajar na companhia do seu companheiro?
O estudo demonstra que passar férias com os animais de estimação é uma tendência em crescimento: 1 em cada 4 donos de cães e gatos escolhe o local de férias na condição de poder levá-los consigo. A boa notícia é que hoje está mais fácil do que nunca, desfrutar das férias com estas fofuras, que já são consideradas parte integrante da família.
No entanto, o estudo enumera dois obstáculos para quem decide levar os animais nas viagens:
- Encontrar alojamentos que aceitem animais é a principal barreira para quase metade dos donos de cães e gatos (48%);
- Questões logísticas, como período de quarentena para quem viaja para fora do país e os custos proibitivos de viajar com animais, devem ser levados em conta, assim como pesquisar a estrutura dos locais e a receptividade aos animais.
Mas, o que leva as famílias a viajarem com o seu animal de estimação? Em toda a Europa, o principal motivo para isso é o sentimento de culpa em deixá-los para trás, particularmente entre os tutores de cães. 17% dos tutores europeus dizem que não podem desfrutar das férias sem levar o seu animal. O grupo etário dos 18 aos 24 anos é o que mais sente culpa em deixar os bichinhos para trás (37%). Este grupo é ainda o que tem maior probabilidade de cancelar uma viagem de férias se não puder levar seu animal. Esta tendência também se observa em idosos, já que boa parte das pessoas com mais de 65 anos afirma que não consegue aproveitar uma viagem plenamente sem o seu animal de estimação.
Cão ou gato: qual viaja mais?
Os cães são os “turistas” mais frequentes entre os animais, uma vez que mais da metade dos tutores (54%) já levou o seu amigo canino de férias anteriormente, segundo recente pesquisa da Homeway. Em média, segundo o mesmo estudo, mais de um quarto (26%) dos tutores de gatos levam os animais nas viagens, sendo certo que os mesmos estudos indicam os três atributos mais importantes em um ambiente adequado para acolher animais durante as férias: um jardim vedado, grandes espaços abertos e o fácil acesso a espaços verdes.
Infelizmente, temos que destacar que é nesta época de férias que registra-se o maior número de abandonos. Este ato pode ser evitado com habilidade, diálogo, logística e informação, para que alguns não tomem esta infeliz e drástica medida, que além de tudo, consiste em crime, por se tratar de maus tratos.
Uma vez decidido levá-los, se for feita em uma viagem longa, de automóvel, vale alguns lembretes: de acordo com o Código Brasileiro de Trânsito, é estritamente proibido levar o animal solto no veículo ou entre pernas e bancos (nada de cabeça para fora, com língua esvoaçante na janela). Eles devem ser levados em caixas de transporte, cadeiras próprias ou cintos adaptadores. Esses produtos são facilmente encontrados em pet shops.
Outro cuidado a ser tomado é com a alimentação e ingestão de líquidos: os pets devem tomar água 1 hora antes de sair. Cachorros devem ficar em jejum por 4 horas e os gatos 2 horas. Caso contrário, você terá que lavar o carro quando chegar. Lembrando que, se a viagem for longa, devem ser programadas pausas para o animal descansar.
Nas viagens aéreas, saiba que cada companhia aérea tem regras específicas sobre como viajar com animais. Então, avalie as que possuem a forma mais adequada para seu bichinho. Assim como nos carros, eles também precisam ficar em caixas de transporte adequadas e seguir as dicas sobre ingestão de comida e água. O melhor seria que o pet não precisasse enfrentar voos longos. Por isso, dê preferência a voos diretos, com trajetos curtos, e evite embarcar com muita antecedência.
Não se esqueça de pegar com seu veterinário um “guia de trânsito”, e veja se será necessário receitar ou comprar florais ou calmantes naturais. Verifique se a vacinação está em dia e não esqueça de pesquisar clinicas veterinárias próximas ao seu destino e de levar a carteirinha do animal.
O fato é que boa parte das pessoas que possuem animais o considera como “parte da família”. Lembremos que boa parte dos tutores de animais escolhe o destino de férias com base no fato de poder ou não levar os animais consigo. Afinal, a reduzida oferta de alojamentos que autorizam a permanência de animais ainda é vista por seus tutores como o maior impedimento para férias completas, com toda a família reunida. Este tipo de serviço de hospedagens está em crescimento e você pode encontrar boas ofertas nas redes sociais.
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Vinicius Cordeiro é advogado, ex-Secretário de Proteção Animal do Rio de Janeiro. |
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Bruna Franco é ativista, dirigente da ONG ADDAMA e produtora executiva da ONG Celebridade Pet. |