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Opinião Sergio du Bocage: No novo Mundial de Clubes, tudo pelos europeus

Os times da América do Sul querem mais espaço e estão reclamando, mas, no final das contas, a questão é financeira

Sergio du Bocage - 25/04/2018 10h38

Em 2005, a Fifa lançou seu novo Campeonato Mundial de Clubes, no formato que será utilizado este ano, nos Emirados Árabes: seis equipes campeãs no mesmo ano, uma de cada confederação continental, além de uma outra, do país-sede. Nesse formato, nas 13 edições, em apenas três delas um time sul-americano venceu. E foram todos brasileiros. O São Paulo (2005), o Internacional (2006) e o Corinthians (2012). Nos quatro últimos anos, o título foi para a Espanha.

Imagine, então, como será o novo Mundial de Clubes, que a FIFA quer promover a partir de 2021, em que, dos 24 times participantes, 12 seriam da Europa, dois da Concacaf, Ásia e África (total de seis), um do país-sede e quatro direto da América do Sul – com direito ainda a mais um numa repescagem contra o campeão da Oceania. De verdade, as chances de o título não ficar na Europa são mínimas.

Por isso, os times da América do Sul estão reclamando. E exigem que pelo menos seis times representem o continente – metade dos europeus. A questão é financeira, pois menos europeus pode implicar em menos patrocinadores.

Esse novo Mundial, que seria disputado a cada quatro anos, busca substituir dois torneios organizados pela FIFA, que não têm tido bons públicos e, sim, algumas críticas: a atual forma do Mundial e a Copa das Confederações.

Nessa ampla negociação, se os sul-americanos não gostaram das poucas vagas, os europeus não aprovaram o formato, que poderia prejudicar os torneios que eles promovem, como a Champions League e a Eurocopa, já que os calendários ficariam mais apertados.

Há muito o que conversar, mas a FIFA está ansiosa pela aprovação desse novo torneio. O jornal americano The New York Times anunciou que um fundo de investimento, com interesse nos mercados da China e da Arábia Saudita, estaria disposto a oferecer 25 bilhões de dólares por três edições do torneio. É muito dinheiro. Ainda mais para a FIFA, que busca se reorganizar após as denúncias de corrupção que começaram a aparecer por lá em 2015.

Sergio du Bocage é carioca e jornalista esportivo desde 1982. Trabalhou no Jornal dos Sports, na TV Manchete e na Rádio Globo. É gerente de programas esportivos da TV Brasil e apresenta o programa “No Mundo da Bola”.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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