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A utilização do árbitro de vídeo chama atenção na Copa do Mundo

Sergio du Bocage - 28/06/2018 10h59

Árbitro de vídeo Foto: Reprodução

A Copa do Mundo não para. Temos alguns poucos dias de folga até o dia 15, e por isso qualquer coisa que a gente escreva agora já será desatualizado em poucos dias. Mas há fatos nesse Mundial que chamam a atenção. É o caso da utilização do tal árbitro de vídeo.

O VAR é o assunto de todos os dias. Seja marcando, confirmando ou anulando um pênalti. Basta haver um lance discutível na área para jogadores e até quem está diante da TV já fazerem o sinal de uma tela de TV, pedindo para haver uma consulta. Não sei o que vai acontecer quando voltarmos à realidade do Brasileirão. O mimimi será a cada rodada, com gente chorando pelos cantos a eterna ladainha – “ah se existisse o VAR”.

Na realidade, o VAR só pode ser utilizado em situações de gols, marcações de pênaltis, aplicação de cartões vermelhos diretos e confusão na identificação de algum jogador. Só o árbitro do jogo pode pedir a revisão de uma jogada. O VAR e os demais árbitros assistentes que ficam com ele na cabine podem recomendar uma revisão, mas não têm o direito de tomar a decisão final.

O VAR só pode ser utilizado quando a bola parar. Ou seja, de um lance polêmico, em que o árbitro dê andamento, pode sair até um gol. Mas sendo utilizado o sistema do VAR, o lance seguinte ao polêmico poderá ser todo ele anulado. Já pensaram isso num Maracanã lotado? Gol do seu time, árbitro anula, pênalti e gol pro adversário. Tudo isso em um ou dois minutos. Sei não…

Mas a tecnologia está aí, tem muita gente defendendo, dando total apoio e dizendo que é a solução para os erros de arbitragem. Mas… o futebol começou a ser jogado no Brasil em 1895, ou há 123 anos. Só em 2012 surgiram os primeiros sistemas para ajudar a arbitragem a validar gols – o chip na bola e as câmeras na linha de gol. E eu te pergunto: ficou mais divertido?

Às vezes fico pensando que o objetivo de tantas câmeras e tecnologias é acabar com a saudável discussão do dia seguinte. Ah, sei que vão dizer que torna tudo mais justo. Pode ser. No tênis, no vôlei, na esgrima, em várias modalidades já é assim. Aliás, todas tão apaixonantes quanto o futebol, não é?

Sergio du Bocage é carioca e jornalista esportivo desde 1982. Trabalhou no Jornal dos Sports, na TV Manchete e na Rádio Globo. É gerente de programas esportivos da TV Brasil e apresenta o programa “No Mundo da Bola”.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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