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Milhas de distância

Lamentável que um jogador com tanto potencial não possa servir de exemplo para a juventude brasileira

Sergio du Bocage - 02/05/2019 11h07

Neymar ficou de fora da lista dos candidatos a melhor do mundo Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr.

Numa mesma semana, dois fatos envolvem dois esportistas brasileiros, famosos por aqui e no exterior. Um deles do principal esporte do país e outro de uma modalidade que alguns dizem, até, que nem esporte é. Curiosamente, o da Fórmula 1 é ídolo incontestável, já o do futebol, ao que parece, não faz nenhuma questão de ser.

Já sabem de quem estou falando, não é? Dia 01 de maio fez 25 anos que perdemos Ayrton Senna num acidente em Imola. Ao longo dessa semana, anterior à data, Neymar se viu envolvido em mais uma polêmica, ao agredir um torcedor que o provocou. O ato foi tão contrário a quem se apresenta como um símbolo do esporte que até o amigo pessoal dele, o lateral Daniel Alves, o criticou.

Não é ser saudosista, mas como dizer que um jogador de futebol como Neymar é ídolo de um nação, quando se olha para Ayrton Senna? O piloto está entre os três maiores do país, entre os maiores do mundo. Por aqui, talvez acima dele esteja Pelé, pelos títulos e por ser do futebol. Ao lado, ou um pouco abaixo, a gente relaciona Guga, Oscar, Hortência, Marta, Ademar Ferreira da Silva, Gustavo Borges, César Cielo, Éder Jofre, Robert Scheidt. Você escolhe a ordem. Tem uma galera do futebol também nesse grupo.

E aí te convido a pensar. O Neymar entra nessa lista? Merece estar nela? E não pense que estou aqui sendo contrário a ele. Isso nunca! É um vitorioso na carreira, ao menos como jogador de clube. Estava na seleção brasileira que ganhou o primeiro ouro olímpico. Mas na principal, ganhou só uma Copa das Confederações e somou polêmicas, além de seguidores nas redes sociais.

Lamentável que um jogador com tanto potencial não possa servir de exemplo para a juventude brasileira. Tivesse um comportamento mais adequado como atleta e teria ido ainda muito mais longe. Talvez reduzisse um pouco a distância que o separa de Ayrton Senna.

Sergio du Bocage é carioca e jornalista esportivo desde 1982. Trabalhou no Jornal dos Sports, na TV Manchete e na Rádio Globo. É gerente de programas esportivos da TV Brasil e apresenta o programa “No Mundo da Bola”.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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