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Mais um absurdo!

A CBF parece ter se esquecido que sem times, não há futebol. Também não há Seleção, nem ela mesma

Sergio du Bocage - 23/08/2018 09h35

Vamos imaginar uma situação. Você é empresário e entra numa concorrência que vai render pra sua empresa de R$ 20 milhões a R$ 50 milhões. O contratante, que tem interesse no melhor resultado, pensa bem e decide que um de seus principais funcionários, não poderá participar do projeto. Com isso, você não poderá fazer o melhor e, logo, quem ganhar a concorrência não terá apresentado o melhor produto.

Um absurdo, não acha? Pois é exatamente o que a CBF está fazendo na reta final da Copa do Brasil, que, aliás, tem patrocinador. E que, pelo novo contrato firmado com a TV, paga R$ 20 milhões ao vice-campeão e R$ 50 milhões ao campeão – é o maior prêmio em dinheiro das competições de futebol na América do Sul!

No dia 12 de setembro, o Flamengo vai receber o Corinthians, no Maracanã; em São Paulo, o Palmeiras vai enfrentar o Cruzeiro. Desses quatro times, que concorrem ao menos aos tais R$ 20 milhões, três vão estar desfalcados (o que torna tudo ainda pior, pois pelo menos deveria afetar os quatro) – o Flamengo, sem Lucas Paquetá; o Corinthians, sem Fágner, e o Cruzeiro, sem Dedé. Os três convocados para dois amistosos sem importância da Seleção Brasileira contra as seleções dos Estados Unidos, no dia 7, e de El Salvador, no dia 11. Sendo assim, não há condições de, no dia 12, eles estarem à disposição de seus clubes.

Lucas Paquetá, Fágner e Dedé Montagem: Pleno.News

Nem vou entrar no mérito do peso de cada um para seu time. Mas não há motivo para eles não poderem estar em campo em momento tão decisivo para seus clubes, que são, no fim das contas, os que pagam os salários. São, no mínimo, R$ 20 milhões em jogo.

Fica a esperança de que a CBF, que recebe pelo amistoso da seleção e recebe do patrocinador da Copa do Brasil, amoleça o coração e libere esses três jogadores depois do amistoso do dia 7, contra os americanos. Não fará diferença para a Seleção.

Não custa lembrar que sem os times, não há futebol, nem Copa do Brasil, nem CBF.

Sergio du Bocage é carioca e jornalista esportivo desde 1982. Trabalhou no Jornal dos Sports, na TV Manchete e na Rádio Globo. É gerente de programas esportivos da TV Brasil e apresenta o programa “No Mundo da Bola”.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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