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O VAR foi exigido no Fla-Flu e interpretou os lances como qualquer ser humano. Então, para que é usado?

Sergio du Bocage - 28/03/2019 12h49

Já disse o que penso a respeito do árbitro de vídeo: não gosto Foto: Pixabay

Já disse o que penso a respeito do árbitro de vídeo: não gosto, porque muda o foco da tradicional discussão do futebol, fazendo com que a gente não mais comente os lances, mas unicamente as decisões da arbitragem. Do chip na bola, para dizer se ela entrou ou não na hora do gol, eu sou a favor. No mais, prefiro as discussões. Mas, não vamos lutar contra a tecnologia. Gostando ou não, ela está aí e o Fla-Flu semifinal da Taça Rio só comprovou que o tal do VAR não é essa beleza toda que andam pintando.

O jogo foi transmitido por duas emissoras, uma em sinal fechado, outra em sinal aberto, ambas com comentaristas de arbitragem para tirar dúvidas. E o que aconteceu? Em cada uma, com ex-árbitros experientes, as opiniões divergiram. E aí? Como fica o torcedor/telespectador?

Vamos por partes:
Primeiro lance: o gol anulado do Fluminense. Com a bola rolando, o árbitro deixou a jogada seguir, mas parou quando o assistente (antigo bandeirinha) sinalizou impedimento. A partir daí, é pedido o uso do VAR e, por ele, foi indicado ter havido falta do ataque do Fluminense no início da jogada. Gol anulado. Para um dos comentaristas, de forma correta; para outro, não houve a falta. Ou seja, o VAR segue sendo tão interpretativo quanto o ser humano.

Segundo lance: o pênalti marcado a favor do Fluminense. De novo o VAR, que confirma a falta do zagueiro do Flamengo. Mas, para ambos os comentaristas, de forma errada. Eles entenderam que o atacante do Fluminense forçou a jogada. Mais uma vez, o VAR não definiu, interpretou.

Pra encerrar: o lance capital da partida, o pênalti a favor do Flamengo. Nesse nem o VAR entrou. E aí não houve polêmica, todos concordaram que houve a falta.

A conclusão é que estamos, hoje, falando do VAR, deixando de lado o que aconteceu em campo num Fla-Flu que, se não foi bom tecnicamente, foi bacana de ver pela disposição dos jogadores, pela raça tradicional do Flamengo e pela busca pela vaga até o último minuto da partida. Deu Flamengo, mas, infelizmente, o personagem do clássico foi o árbitro de vídeo.

Sergio du Bocage é carioca e jornalista esportivo desde 1982. Trabalhou no Jornal dos Sports, na TV Manchete e na Rádio Globo. É gerente de programas esportivos da TV Brasil e apresenta o programa “No Mundo da Bola”.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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