Leia também:
X A onda do fake

A ida de Paquetá para Capri

Lucas Paquetá vai para a Itália em janeiro. Como ele vai se comportar no Flamengo, até lá? As cobranças serão ainda maiores

Sergio du Bocage - 11/10/2018 10h33

E lá se vai mais um jogador recém-saído das divisões de base do futebol brasileiro. Dessa vez, Lucas Paquetá; mais uma vez uma revelação do Flamengo – no meio do ano. Vinícius Júnior saiu para o Real Madrid, da Espanha, por 45 milhões de euros. O destino, agora, é o Milan, da Itália, numa negociação que, se não foi confirmada ainda, neste dia 10, será em breve, de tão bem que está encaminhada. Pelo jogador, o clube do Rio vai receber 70% de outros 30 milhões de euros, algo em torno de R$ 91 milhões.

O jogador Lucas Paquetá Foto: Instagram

Como recusar esse valor? Paquetá pode se valorizar jogando mais um ou dois anos no Brasil? Pode, ou não. Na Europa, em breve, ele vai estar valendo muito mais, uma tendência normal para nossos jovens valores quando se transferem para lá.

Paulinho, do Vasco, foi vendido para o Bayer Leverkussen por 20 milhões de euros e já teve multa rescisória estipulada em 80 milhões de euros pelo clube alemão. Mas como convencer o garoto a não aceitar essa transferência, que, além do aspecto financeiro, faz com que ele seja ainda mais observado para convocações da Seleção Brasileira?

A questão, agora, é saber como Paquetá vai se comportar em campo. Não sou poucos os casos de jogadores negociados que mudam. Afinal, por menos que se queira, o receio de uma lesão que atrapalhe a negociação existe. Não custa lembrar do Pedro, atacante do Fluminense, que seria vendido na última janela de transferência, mas sofreu um estiramento no joelho e só volta a jogar em 2019. A cabeça dele vai continuar totalmente voltada para o desempenho do Flamengo no Brasileirão?

Isso, o tempo dirá. Vinícius Júnior, por exemplo, não mudou de comportamento e, ao contrário, ainda foi decisivo em alguns jogos antes de sair para a Espanha. Mas basta uma pesquisa rápida para se descobrir os muitos casos de “corpo mole” no futebol, aqui e no exterior. Num clube de torcida tão exigente, e atualmente carente de grandes conquistas, Paquetá deverá saber que, fechando a negociação, a cobrança sobre ele será maior. Que esteja preparado para esse novo desafio, bem mais próximo que o do futebol europeu.

Sergio du Bocage é carioca e jornalista esportivo desde 1982. Trabalhou no Jornal dos Sports, na TV Manchete e na Rádio Globo. É gerente de programas esportivos da TV Brasil e apresenta o programa “No Mundo da Bola”.

 

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.