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Bolívia dá lição ao Brasil e elege presidente que promete “capitalismo para todos”

Enquanto Lula insiste em impostos para todos, Paz aposta em abrir a economia e reduzir subsídios

Sara Ganime - 20/10/2025 17h58

Rodrigo Paz, presidente eleito da Bolívia Foto: EFE/ Gabriel Márquez

A Bolívia acaba de eleger seu primeiro presidente conservador em 20 anos. Rodrigo Paz, um economista de discurso ousado, venceu com o slogan “capitalismo para todos”.

Sim, capitalismo. Essa palavra que, em Brasília, causa arrepios e longos discursos sobre “justiça social” e “igualdade”. Enquanto Lula insiste em impostos para todos, Paz aposta no oposto: abrir a economia, reduzir subsídios e reconectar o país ao mundo depois de duas décadas de estatismo e populismo econômico.

A missão não será fácil. A Bolívia vive a pior crise em 40 anos, com inflação acima de 20%, escassez de combustível e filas intermináveis. O país, que surfou o boom das commodities sob Evo Morales, quebrou quando o dinheiro acabou, como sempre acontece quando o Estado tenta sustentar o que o mercado já não consegue pagar.

Recentemente estive com amigas bolivianas em São Paulo. Conversamos sobre como a América Latina parece perdida, afundada em crises causadas pelo mesmo remédio que nunca cura: o socialismo disfarçado de solidariedade.

Elas me contaram sobre a escassez de gasolina, a falta de dólares e o medo de um país que parou de produzir. Ver agora o povo boliviano escolher o caminho da liberdade dá esperança, e uma pontinha de inveja.

Enquanto isso, no Brasil, o governo prefere culpar o capitalismo por todos os males e propor “mais Estado” como solução universal. Mas talvez o vizinho andino esteja nos lembrando que não existe redistribuição sem produção, nem igualdade possível em um país que desestimula quem cria riqueza.

A Bolívia, cansada de esperar milagres estatais, resolveu tentar o óbvio: deixar as pessoas trabalharem. Se der certo, o “capitalismo para todos” pode acabar servindo de lição para um Brasil onde, cada vez mais, o que se distribui é pobreza, e o que falta é coragem para admitir isso.

Sara Ganime é jornalista e defensora da liberdade de imprensa e de expressão. É líder do LOLA Rio de Janeiro e fellow do María Oropeza Activism Fellowship. Com passagens pela cobertura política no Congresso Nacional, acompanha de perto os movimentos liberais na América Latina.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.

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