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Coluna Ricardo Guimarães: O Deus do favor ilimitado – Última parte

Deus está disposto a ajudá-lo mais do que você possa imaginar, Ele quer que você avance

Ricardo Guimarães - 06/02/2018 08h00

Querido leitor, do Pleno.News, estamos conversando sobre o Deus do favor ilimitado. Falamos a princípio sobre Benjamim e José e o que cada um representava. Semana passada abordamos os significados do Monte Moriá e do Monte Sinai e hoje quero finalizar este assunto com vocês.

Assim sendo, você acredita que é filho da Graça? Então, creia que um novo decreto do Pai está sobre a sua vida:

Vejamos um interessante texto que está no livro de Gênesis: “Ora, Labão tinha duas filhas: Lia, a mais velha, e Raquel, a mais moça. Lia tinha os olhos baços, porém Raquel era formosa de porte e de semblante. Jacó amava a Raquel…” (Gênesis 29:16-18).

Lia e Raquel também são duas mulheres que apontam para duas alianças, assim como Sara e Agar. Lia aponta para a lei assim como Raquel aponta para a Graça.

A Bíblia diz que Lia tinha os olhos baços. Alguns dizem que Lia era vesga, mas se formos precisos com o texto constataremos que eram olhos baços. Olhos baços significam olhos embaçados, sem graça. Não podemos afirmar que Lia era feia ou bonita. Isso não vem ao caso. Talvez ela como irmã não fosse muito bonita, mas era sem graça.

Não diz o ditado popular que os olhos são as janelas da alma? Quando você olha nos olhos de alguém você pode ler muitas coisas, não é verdade?

Mas Lia era uma jovem que não tinha graça no olhar. Você já viu aquela garota que é até bonitinha, mas é sem graça? Uma pessoa apagada, tímida, sem sal. O rapaz se aproxima e diz: “Vamos dançar?”. E ela, sem graça alguma, balança a cabeça e diz: “Vamos”. Mas não transmite nenhum tipo de empolgação. Aí, você diz: “Vamos jantar, Lia? O que você quer comer?”. Ela olha sem graça e responde: “Qualquer coisa!”. “Quer beber o quê?”. Mais uma vez, ela fala baixinho: “Qualquer coisa…” Sem graça, sem ânimo, sem sal… Esse era o problema de Lia. Enquanto Raquel era formosa de porte e de semblante.

Eu não sei se Raquel era tão mais bonita, mas ela era aquele tipo de garota que você olhava e via vida. Aquela garota que entra no ambiente e todo mundo diz: “Que menina alegre, que menina vibrante…” Aquele tipo de pessoa que contagia todo mundo. Essa era Raquel.

Por isso, Lia aponta para a lei e Raquel aponta para a Graça. A lei é sem graça, sem sal. A lei produz falta de vida, produz embaçamento. Já a Graça produz vida. Essas duas mulheres são duas alegorias.

O nome Lia significa: cansada, desgastada. É este o significado do nome no hebraico. Por outro lado, Raquel significa cordeira. Está conseguindo fazer alguma conexão? Cordeira, cordeiro, Jesus, cruz, sacrifício?

A história relata que Jacó foi vítima de um engano terrível. Ele se apaixonou pela jovem Raquel, e o seu sogro deu uma volta nele. No dia da festa ele entregou a filha mais velha.

Naquela época, a noiva entrava toda coberta com o véu, toda adornada, roupa colorida, carregada em uma cadeira nos ombros de quatro homens. E Jacó estava ansioso por aquele momento. Aquela era sua noite. No meio do casamento, como era o costume, o casal ia para uma tenda previamente preparada para as núpcias. Lembre-se que naquele tempo não havia luz elétrica, então Jacó foi só pelo tato. Lá na tenda Jacó dizia: “Raquel até que enfim chegou a nossa hora.” E a Lia só calada, sem graça, igual uma múmia. Lia era tão sem graça que Jacó só descobriu sua identidade no dia seguinte quando a luz do dia lhe permitiu ver o rosto dela. E Jacó irritado gritou: “Sua sem graça!”.

Jacó saiu irado e nervoso e foi conversar com seu sogro Labão, que espertamente lhe propôs outro contrato. Uma semana depois ele casou com Raquel, mas ficou preso por mais sete anos para servir ao sogro.

Depois de casado Jacó descobriu que sua querida e amada Raquel era estéril, ao contrário de Lia que lhe dava filhos. Portanto, Jacó amava Raquel, mas tinha filhos com Lia. Depois que Jacó já havia tido quatro filhos com Lia, Raquel seguiu os passos de sua avó Sara e ofereceu sua serva e dama de companhia Bila para deitar-se com ele. Assim, geraram dois filhos.

Como Lia havia parado de engravidar, ela ficou chateada e fez o mesmo, deu a sua serva Zilpa para se deitar também com Jacó, que teve mais dois lhos. Depois disso Lia voltou a engravidar e teve mais dois filhos com Jacó. Enquanto isso Raquel continuava sem ter filhos.

A essa altura, o patriarca Jacó, na sua tentativa de agradar a uma e a outra esposa, já estava com dez filhos (quatro com Lia, dois com Bila serva de Raquel, dois com Zilpa serva de Lia e depois mais dois com Lia novamente).

Foi depois do décimo filho que Raquel resolveu clamar ao Senhor e Ele atendeu ao seu pedido e a fez fecunda. E Raquel teve dois filhos com Jacó: José e Benjamim! No dia em que Raquel engravidou nunca mais as outras tiveram um filho sequer. Porque José aponta para Jesus. E Jesus é a Graça. Quando a graça entra em cena a lei para de produzir.

Não é interessante que sejam dez filhos? Dez é o número dos mandamentos. Dez é a lei. Quando Jesus entra em cena, a lei para de produzir. Esse é o ensino do Novo Testamento: quando a Graça entra em cena a lei perde a sua validade, ela se torna obsoleta e inoperante.

Só que quando Raquel teve o segundo filho ela morreu para que Benjamim pudesse vir à luz, assim como Jesus, o Cordeiro, morreu para trazer à luz a geração Benjamim que é a Sua igreja. “Partiram de Betel, e, havendo ainda pequena distância para chegar a Efrata, deu à luz Raquel um filho, cujo nascimento lhe foi a ela penoso. Em meio às dores do parto, disse-lhe a parteira: ‘Não temas, pois ainda terás este filho’. Ao sair-lhe a alma (porque morreu), deu- lhe o nome de Benoni; mas seu pai lhe chamou Benjamim” (Gênesis 35:16-18).

Existe algo interessante neste texto. Todos os filhos de Jacó receberam os nomes dados pelas mães. Porque naquela época eram sempre as mulheres que davam nomes aos filhos. O nome de José foi dado por Raquel. E quando ela teve outro filho, antes de morrer ela deu o nome de: filho das minhas dores. E de uma forma interessante o pai entra em cena e muda o nome do garoto. Nunca isso tinha acontecido antes. Mas Jacó muda o nome dizendo: “Ele não vai se chamar filho das minhas dores, mas será chamado ben yamin, que significa filho da minha mão direita”.

E naquele momento Jacó estabeleceu um novo decreto sobre a vida de seu último filho!

A mão direita simboliza a mão de poder, autoridade e bênção. Se você olhar na Bíblia, toda vez que um patriarca abençoava os filhos sempre impunha-lhes a mão direita. Os pais quando pediam para os avós abençoarem os netos eles já colocavam o filho que eles queriam que recebesse a bênção maior do lado direito. Isso foi feito com Efraim e Manassés, quando Israel na hora de abençoar cruzou as mãos e abençoou a Efraim com a mão direita (Gênesis 48:14).

Tudo isso é profético para nós. Isso significa que o seu futuro em Cristo é um futuro brilhante. Você entra na igreja como Benoni, como filho de dores. Talvez, a sua família tenha colocado essa sentença sobre a sua vida, mas aqui você se torna ben yamin. Filho da mão direita! Esse decreto é irreversível. Você vai viver todos os seus dias debaixo de um favor ilimitado!

Muitos ainda não têm essa convicção. Acham que dependem do seu comportamento. Mas quando você nasceu de novo, esse novo nascimento produziu em você uma METAMORFOSE. Metamorfose significa a transformação de uma lagarta em borboleta.

Você já viu uma lagarta virar borboleta? Mas ninguém jamais viu uma borboleta voltar a ser lagarta. Porque isso é uma impossibilidade. Ela pode até rastejar, ela pode até ter as asas cortadas, mas continua sendo borboleta.

Você tem que entender que Deus não o salvou para largá-lo no meio da pista. Você até pode pensar que se afastou de Deus, mas Ele continua colado em você!

E o propósito de Deus é que sua vida siga o trajeto de Benoni para Benjamim, e não o contrário. Você pode pensar que isso tudo é frase de efeito. Mas não é. Sua vida só tende a melhorar! Sua vida só vai avançar em Deus!

Quanto mais você acreditar nessa promessa, mais você experimentará de forma prática desse favor ilimitado! Não pelo que você é, mas pelo que Ele é. Não pelo que você faz, mas pelo que Ele já fez! Nosso trajeto é um trajeto que cruza com o trajeto do mundo oposto. O mundo vai de cima para baixo, mas a Igreja vai de baixo para cima.

Benjamim não nasceu em um tempo de seca, mas quando a fome chegou, ele foi guardado da fome, porque quem comandava a abundância era o seu irmão mais velho: José! Seus irmãos passaram por necessidade. Mas ele nunca passou. Quando chegou a crise, Benjamim foi guardado. Porque quem estava no controle era José.

Quem está no controle de sua vida? Jesus está no controle de tudo, mas em especial da sua vida. Ainda que no mundo esteja faltando de tudo, na sua vida não vai faltar. Não importa o que está acontecendo no mundo. Sua vida está guardada pelo Senhor!

Deus está disposto a ajudá-lo mais do que você possa imaginar, Ele quer que você avance. Creia!

Ricardo Guimarães é fundador e pastor presidente da Igreja Videira no Rio de Janeiro. É formado em Teologia com especialização em Homilética e Clínica Pastoral e também possui doutorado pela Faculdade de Teologia Filadélfia – Recife. Na década de 90 levantou a bandeira do movimento nacional pela pureza sexual do jovem e do adolescente, conhecido como “Quem ama Espera”.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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