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Quando a cerimônia de casamento vira um circo

Um número incontável de cristãos transformaram esse momento num grande espetáculo

Renato Vargens - 03/07/2018 12h40

Não. Eu não creio que a cerimônia de casamento seja um sacramento. Eu não creio como os católicos creem. Eu também não creio que a cerimônia de casamento seja somente uma prestação de contas a sociedade. Eu creio que é bem mais do que isso. Creio que um homem e uma mulher ao contraírem matrimônio o fazem desejosos de que o Eterno abençoe seu relacionamento conjugal.

Nessa perspectiva, num lugar definido, diante de um ministro do evangelho, além é claro de amigos e familiares. Ambos felizes, porém contritos. Alegres, porém temerosos. Rogam ao Todo-poderoso que abençoe a nova família que se inicia. Contudo, para nossa tristeza, um número incontável de cristãos transformaram esse momento ímpar na vida de um casal, num grande espetáculo circense.

Ora para piorar a situação, lamentavelmente não são poucos aqueles que vencidos pelo secularismo banalizaram o casamento. Nessa perspectiva , relativizam a cerimônia, ridicularizam os votos diminuindo o valor da aliança bem como o compromisso assumido diante de Deus.

Outro dia participei como convidado de uma cerimônia de um casamento em que em meio a muita bagunça, música, irreverência e algazarra os votos foram “esquecidos”.

Votos? Isso é coisa do passado, afirmarão alguns.

Caro amigo, bem sei que os relativistas de plantão vão me apedrejar, mas, os votos são fundamentais a uma cerimônia que pretende diante de Deus unir um casal. Como bem outrora afirmou o meu amigo Solano Portela, o momento dos votos para nós cristãos, envolve mais do que um contrato horizontal fechado entre dois lados. Solano afirma, e eu concordo com ele, que Deus está envolvido na cerimônia e nas promessas proferidas e isso é um pacto solene feito na sua presença (Ml 2:13-16). Nesse pacto, Deus está bem mais comprometido, do que as partes humanas poderiam estar, com o cumprimento do acordo.

Doutra feita assisti um casamento em que a impressão que tive é que aquela cerimônia não focava na aliança e sim na efemeridade da relação. Ora, o casamento é uma aliança. A cerimônia de um matrimônio é a celebração do acordo que um homem e um mulher estão fazendo diante de Deus. O casamento é um compromisso indissolúvel feito por um casal diante do Criador. Onde juntos prometem permanecerem firmes mesmo diante das lutas, dificuldades e problemas inerentes ao dia a dia.

Isto posto, afirmo sem titubeios que casamento é coisa séria. E mais, digo também que o espetáculo circense encontrado em algumas cerimônias de casamento apontam para o fato inequívoco de que a Igreja de Cristo banalizou o que em hipótese alguma deveria ser banalizado.

É o que penso, é que digo!

Renato Vargens é pastor sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de Janeiro e conferencista. Pregou o evangelho em países da América do Sul, do Norte, Caribe, África e Europa. Tem 24 livros publicados em língua portuguesa e um em língua espanhola. É também colunista e articulista de revistas, jornais e diversos sites protestantes.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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