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O pior tipo de desviado

O drogado não é o pior tipo de desviado

Renato Vargens - 16/02/2021 11h29

Certa vez, ouvi do Dr. Russell Shedd a afirmação de que, em nosso país, existem cerca de 30 milhões de pessoas que um dia frequentaram nossas igrejas e que, por motivos diversos, já não o fazem mais. De fato, é extremamente comum observarmos, por todos os lugares deste país, ex-cristãos que – distantes da comunhão com Deus, do relacionamento com a Igreja e do convívio dos irmãos – mergulharam de novo no pecado.

Bom, antes de qualquer coisa, vale a pena ressaltar que, ao escrever este texto, não o faço com o desejo de discutir se os crentes em Jesus podem ou não cair da graça. Isso fica para uma outra oportunidade. Na verdade, a minha proposta é tratar de forma específica sobre aqueles que, pelos motivos mais diversos, abandonaram a fé.

Caro leitor, dentre aqueles que outrora frequentaram os nossos templos, encontramos indivíduos que voltaram a se drogar, a se prostituir, além, é claro, de cometer todo tipo de pecado. No entanto, sob a minha perspectiva este não é o pior tipo de desviado, até mesmo porque tais indivíduos reconhecem que estão longe de Deus, chorando em virtude de suas transgressões, sentindo saudades dos momentos em que estavam em comunhão com o Pai.

Isto posto, ouso afirmar que o pior tipo de desviado não é pecador “descarado”, mas sim aquele que, vestido pela roupagem da religiosidade, comporta-se como fariseu, criticando tudo e todos, botando em xeque a Igreja, tornando-se, assim, um “desigrejado”.

Ora, como já escrevi antes, bem sei que alguns verdadeiramente se afastaram porque não eram dos nossos (1 João 2:19); e outros, porque se decepcionaram ou se feriram na igreja. Entretanto, ouso afirmar que existe uma outra parcela dos denominados “desigrejados” que se afastaram por não desejarem submeter-se a qualquer tipo de governo/liderança. Para estes, a livre interpretação da Bíblia prevalece sobre o livre exame; a espontaneidade, sobre a organização; as reuniões caseiras, sobre as reuniões no templo.

Tais indivíduos repudiam qualquer tipo de liderança eclesiástica, abominam rótulos e títulos, fazendo o que bem entendem da vida; e, interpretando a graça de Deus de acordo com suas conveniências e interesses, demonstram que estão desviados da fé.

Lamentavelmente, é sob essa perspectiva que tem surgido neste país os caminhos da graça barata, da liberdade sem responsabilidade e de tantos outros mais, cuja mensagem principal é de uma “evangelho light” em que objetivo final é a satisfação do freguês.

Para piorar a situação, boa parte dos “desigrejados” não deseja nenhum tipo de compromisso cristão. Em geral, essa atitude é gerada por pessoas que cometeram seus deslizes e depois se recusaram a submeter-se ao devido tratamento, pregando um novo “evangelho” em que a graça de Deus foi transformada em álibi para uma vida desprovida de compromisso e santidade.

Caro leitor, entendo perfeitamente que muitos dos cristãos se feriram em virtude dos mandos e desmandos dos “coronéis da fé” que, com extrema arbitrariedade, impuseram sobre o povo de Deus doutrinas absolutamente antibíblicas. Entretanto, em hipótese alguma isso justifica o cristão abandonar a “communion Sanctos”.

Prezado amigo, a Igreja foi criada por Cristo. Ela é composta de gente falha, pecadora e cheia de limitações. Todavia, continua sendo de Cristo.

Diante do exposto, afirmo sem titubeios que continuo crendo na Igreja do Deus vivo como a única “coluna e baluarte da verdade”.

Faço minhas as palavras do Credo Apostólico: “Eu creio na Igreja, pura, santa e verdadeira…”.

Soli Deo Gloria

Renato Vargens é pastor sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de Janeiro e conferencista. Pregou o evangelho em países da América do Sul, do Norte, Caribe, África e Europa. Tem 32 livros publicados em língua portuguesa e um em língua espanhola. É membro dos conselhos do TGC Brasil e IBDR.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.

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