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Muito prazer, eu sou filha da soberba!

A ingratidão, a soberba e a inveja são como cachorros perigosos

Renato Vargens - 11/02/2021 12h29

Há pouco recebi a triste notícia de que uma grande igreja que havia sido fundada por um homem de Deus, ao perceber que, em virtude da idade, o seu pastor não conseguia mais dar conta do recado, jubilou-o, homenageando-o com o nome de uma sala. Na verdade, para os irmãos daquela igreja, o velho pastor já não possuía mais nenhuma serventia, restando-lhes somente demiti-lo de sua função. E o velho pastor viu a dedicação de TODA uma vida ser resumida no nome de uma sala.

Caro leitor, Lutero comumente dizia que existem três cachorros perigosos: a ingratidão, a soberba e a inveja, e que, quando mordem, deixam uma ferida profunda. Já Shakespeare costumava dizer que possuir um filho ingrato é mais doloroso do que a mordida de uma serpente. E Miguel de Cervantes afirmava que a ingratidão é filha da soberba.

Pois é! O ministério pastoral está repleto de pessoas ingratas, e ser alvo delas é absolutamente estarrecedor. Comumente ouço reclamações de inúmeros pastores que se queixam das ações e reações de presbíteros, diáconos e irmãos em Cristo que, por motivos banais, esqueceram no canto da existência expressões de afetividade, amor e respeito.

Ora, sofrer ingratidão por parte daqueles com quem nos relacionamos é bastante dolente. Infelizmente, num mundo “ensimesmado” e egoísta como o nosso, tornou-se comum encontrarmos nas estradas da vida pessoas ingratas.

O apóstolo Paulo afirmou, em sua segunda carta a Timóteo, que nos últimos tempos os homens seriam amantes de si mesmos. Na verdade, segundo Paulo, a geração dos últimos dias estaria muito mais preocupada com seu próprio umbigo do que com a dor do próximo.

O imperador brasileiro Pedro II, em um esplêndido soneto sobre a ingratidão, afirmou que “a dor que maltrata, a dor cruel que o ânimo deplora, que fere o coração e quase mata, é ver na mão cuspir, à extrema hora, a mesma boca aduladora e ingrata, que tantos beijos nela deu outrora”.

Que Deus nos livre de sermos ingratos como também de sofremos ingratidão!

Pense nisso!

Renato Vargens é pastor sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de Janeiro e conferencista. Pregou o evangelho em países da América do Sul, do Norte, Caribe, África e Europa. Tem 32 livros publicados em língua portuguesa e um em língua espanhola. É membro dos conselhos do TGC Brasil e IBDR.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.

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