Renato Vargens - 23/11/2018 16h01

A capacidade de alguns evangélicos em satanizar o Natal é de deixar qualquer um boquiaberto.

Tenho ouvido cada bobagem que você nem imagina. Já ouvi gente dizendo que o diabo se esconde na árvore de Natal e que o crente dá legalidade ao capeta ao armar uma em sua residência.

Pois é, os defensores de tamanha aberração ensinam que árvores de Natal são portas de entrada para demônios. E que o cristão que arma uma em sua casa permitirá que o diabo faça a festa na vida de todos aqueles que nela residem.

De fato, é impressionante a quantidade de evangélicos que resolveram fabricar doutrinas cuja base não está fundamentada nas Escrituras.

Lamentavelmente, em nome de Deus, pastores têm proibido suas ovelhas de comemorarem o Natal com suas famílias. Sei de casos em que os estragos feitos por esse ensino nefasto foram irreparáveis.

Outro dia, soube de um pastor que proibiu os membros de sua igreja de se reunirem com seus familiares na noite de 24 de dezembro. Para ele, quem assim o fizesse, estaria em rebeldia contra autoridade espiritual.

Caro leitor, vamos combinar uma coisa? Ninguém tem o direito de se intrometer na vida comum do lar de quem quer que seja. Nenhum pastor, por mais “santo” que seja, tem o direito de proibir os cristãos de celebrarem essa data. Ora, celebrar ou não o Natal está no campo da pessoalidade. Portanto, se você desejar reunir-se em família ou celebrar Deus com sua igreja essa data, ninguém tem o direito de condená-lo. Quanto a afirmação de que o diabo se esconde em árvores de Natal, respondo dizendo que não existe fundamento bíblico para isso.

Termino esse post com uma frase do pastor Luiz Sayão, que certa ocasião disse: “Se por um lado alguns muçulmanos são chiitas, por outro, alguns crentes são chaatos.”

Renato Vargens é pastor sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de Janeiro e conferencista. Pregou o evangelho em países da América do Sul, do Norte, Caribe, África e Europa. Tem 24 livros publicados em língua portuguesa e um em língua espanhola. É também colunista e articulista de revistas, jornais e diversos sites protestantes.