Existe demônio da “solteirice”?
Existem momentos na vida em que somos chamados a um momento de reclusão, onde outros valores são trabalhados em nós
Renato Vargens - 12/03/2019 11h32
Não sei se você já percebeu, mais para algumas pessoas estar solteiro é como estar debaixo de uma verdadeira maldição. Eu, particularmente, já vi gente afirmando que, para se ver livre dessa “praga” é necessário amarrar o “espírito da solteirice”.
Pois é, geralmente os relatos destas pessoas que sentem que precisam amarrar o demônio da solidão, apontam para o fato de que, no fundo, estão loucas para contrair matrimônio, atribuindo ao capeta o fato de não terem se casado ainda.
Para piorar a situação, esses irmãos em Cristo experimentam a pressão da sociedade, da família e da igreja pelo casamento. Ouso afirmar que, desde a adolescência, meninos e meninas são ensinados que só poderão ser felizes se possuírem seus namoradinhos ou namoradinhas.
Ora, vamos combinar uma coisa? Esse tipo de pressão é extremamente adoecedor, não é verdade?
O mais grave é que os evangélicos, movidos por uma percepção absolutamente equivocada das Escrituras, têm satanizado todas as coisas, ensinando que algumas pessoas só se casarão quando amarrarem o “espírito da solteirice.”
Caro amigo, estar solteiro ou ser solteiro não significa estar debaixo de maldição. O fato de você não estar namorando alguém, ou até mesmo de nunca ter se casado, não significa que foi amaldiçoado ou que o capeta amarrou o seu destino. Gostaria de lembrá-lo que existe um tempo estabelecido por Deus para todas as coisas. Salomão, em sua grande sabedoria, afirmou: “Existe um tempo determinado para todas as coisas na vida”.
Sim, isso mesmo, na vida existem momentos para tudo! Há tempo de plantar e tempo de colher, há tempo para abraçar e deixar de abraçar. Em outras palavras, isso significa dizer que existe um tempo determinado por Deus para desfrutarmos de carinhos, afagos, abraços e beijos de alguém. Em contra-partida, isso significa dizer também que existem momentos na vida em que somos chamados a um momento de reclusão, onde outros valores necessários a uma existência plena nos são trabalhados.
Diante disto, tenho plena convicção de que vale a pena esperar o tempo e o momento certo para desfrutar do prazer de namorar, e que o melhor jeito para isso acontecer é o mesmo que levou nossos avós, pais e amigos a encontrarem seus namorados. A espontaneidade!
Isto, posto, fuja da pressão e confie em Deus, deleitando-se Naquele que é o supridor de toda carência humana.
Pense Nisso!
Renato Vargens é pastor sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de Janeiro e conferencista. Pregou o evangelho em países da América do Sul, do Norte, Caribe, África e Europa. Tem 24 livros publicados em língua portuguesa e um em língua espanhola. É também colunista e articulista de revistas, jornais e diversos sites protestantes. |